Simpósios
Simpósio: Conservação de Primatas Neotropicais
Participantes: Russell A. Mittermeier, Anthony B. Rylands, Leandro Jerusalinsky , Melissa Rodríguez, Martin Kowalewski, Andrés Link, Fanny Cornejo, Nathalia Fuentes, Felipe Alfonso-Cortés, Gustavo R. Canale, Gabriela C. Rezende, Leonardo C. Oliveira, Cecília Kierulff, Fabiano R. Melo, Sam Shanee, Mauricio Talebi.
Confira aqui: https://drive.google.com/file/d/1o0Xcpag8LK-hNA_ffipHNRkts9OUcFUc/view?usp=sharing
S01. Título: Decisões de Forrageio em Primatas
Participantes: João Victor de Amorim Verçosa, Eleonore Setz, Celene Sousa Carvalho, Amalia Mabel Sanchez Palacios, Andrea Presotto, Priscila Suscke, Patrícia Izar, Felipe Soares Bufalo
Resumo: Embora muitos estudos na Primatologia sejam realizados com dieta, poucos integram diferentes aspectos para fornecer uma compreensão sobre as decisões de forrageio tomadas pelos primatas em relação às decisões de permanência nas fontes de recurso, bem como memória e escolha de rotas para acessar os recursos ao longo do ano. Além da interação dos primatas com os itens disponíveis, algumas espécies podem ser territorialistas e defender áreas com recursos importantes, influenciando nas decisões de forrageio. Assim, o objetivo do nosso simpósio é trazer diferentes perspectivas para pensar de forma conjunta sobre o estudo do forrageio dos primatas, uma vez que a complementação de estudos sobre Forrageio Ótimo, memória, padrões de movimento e competição por recursos poderão trazer novas perspectivas sobre como os primatas tomam decisões na hora de forragear.
S02. Título: A ameaça de incêndios florestais para populações de primatas
Participantes: Christine Steiner São Bernardo, José Rímoli, Leandro Jerusalisnky, Martin Kowalewski
Resumo: Dentre as consequências decorrentes da crise climática, os períodos mais longos de estiagem e as temperaturas mais elevadas levam ao maior risco de incêndios florestais, especialmente em regiões de desmatamento recente e/ou com grande quantidade de material combustível acumulado. Em 2020, os países da América do Sul enfrentaram uma das estações secas mais severas e por consequência os mais intensos incêndios já registrados. Isto despertou a atenção de pesquisadores e conservacionistas de vários países. No Brasil e na Argentina, países vizinhos entre os mais afetados pelos incêndios, primatólogos mobilizaram esforços para avaliar os impactos, compreender suas causas e efeitos, e propor ações para evitar que novos incêndios destruam habitats e causem a morte de primatas, ou mitigar seus efeitos. Este simpósio visa apresentar um conjunto de ações que envolvem levantamentos rápidos de primatas em regiões impactadas, e ações de conservação em campo com intuito de mitigar os efeitos das queimadas e propor recomendações futuras para a conservação dos primatas e seus habitats.
S03. Título: Diversidade comportamental em macacos-prego: variação no uso de ferramentas em diferentes populações
Participantes: Tatiane Valença, Henrique Pereira Rufo, Waldney Pereira Martins, Tiago Falótico
Resumo: Macacos-prego são primatas que ocupam diversos ambientes na América do Sul e apresentam variações comportamentais entre populações. Uma dessas variações é no uso de ferramentas. Nem todas as espécies usam ferramentas e, dentre as que usam, há diferenças nos kits de ferramentas registrados, no modo de exploração de recursos e nas dimensões das ferramentas utilizadas. Vários processos podem levar a essas variações, como diferenças ecológicas, variantes genéticas e aprendizagem social. Há evidências de que a aprendizagem do uso de ferramentas nesses primatas sofre influência social, o que sugere a existência de distintas culturas nos macacos-prego. Nesse simpósio apresentaremos dados sobre a variação no uso de ferramentas em populações de diferentes estados brasileiros. Conhecer a diversidade comportamental desses primatas é o primeiro passo para discutirmos quais comportamentos podem ser considerados culturais, como as ações antrópicas podem impactar a cultura desses primatas e qual o efeito desse impacto na viabilidade das populações.
S04. Título: Translocação de Primatas como estratégia de conservação da biodiversidade
Participantes: Renata G. Ferreira, Mônica Mafra Valença-Montenegro, Zelinda Maria Braga Hirano, Gabriela Ludwig, Moira Ansolch
Resumo: A ONU declarou 2021-2030 a década da restauração dos ecossistemas. Isto é, além de prevenir e interromper, é preciso reverter a degradação do ambiente natural. O movimento intencional por humanos de animais, ou populações de animais, de um local para outro, é utilizada como ferramenta no manejo da vida selvagem, por exemplo, devido a necessidades de intervenção em ambiente natural (ex.: construção de hidroelétricas), sendo, entretanto, menos aplicada em projetos de refaunação e conservação de biodiversidade de primatas. É uma estratégia polêmica, envolvendo temas que vão desde bem-estar e eutanásia de animais resgatados à hibridização e transmissão de doenças às populações nativas. Neste simpósio, palestrantes com diferentes perspectivas, órgão ambiental federal, organização não governamental e pesquisadores de diferentes regiões do país, irão discutir os desafios teóricos, metodológicos, e éticos envolvidos nessa estratégia conservacionista.
S05. Título: Passagens de dossel para primatas: design, monitoramento e efetividade
Participantes: Gerson Buss, Helio Secco, Patrícia Dias, Laurence Culot, Marcelo Gordo
Resumo: Nos últimos anos um número crescente de passagens de dossel para primatas vem sendo implementadas no Brasil. Essas passagens, de diferentes modelos, visam promover a conectividade e/ou evitar conflitos (atropelamentos, choques elétricos, ataques de cães), envolvendo diferentes espécies de primatas. A proposta do Simpósio é apresentar um diagnóstico da implementação das pontes de dossel no Brasil, e detalhar algumas iniciativas, discutindo questões relacionadas ao design, monitoramento e efetividade das passagens de dossel.
S06. Título: Pesquisa e conservação de primatas no Nordeste do Brasil
Participantes: Antonio Robério Gomes Freire Filho, Bruna Marcela Teixeira Andrade, Carla Soraia Soares de Castro, Tiago Falótico
Resumo: Reunimos quatro projetos de pesquisa e conservação de primatas no Nordeste do Brasil para demonstrar como estão sendo os estudos com diferentes espécies nesta região do país. Aqui abordaremos temas relacionados à ecologia, comportamento, educação ambiental e conservação de espécies ameaçadas ou não. Representantes de quatro grandes projetos (Projeto Galego, Projeto Primatas do Litoral Norte da Paraíba, Projeto Guariba e Projeto CapCult - Cultura dos macacos-prego) apresentarão suas pesquisas e discutirão como os projetos são gerenciados e/ou organizados. Cada palestrante fará um apanhado dos últimos anos de trabalho, discutindo a influência da pandemia no desenvolvimento das pesquisas. Assim, os espectadores podem esperar um simpósio diverso e aplicável para as suas pesquisas.
S07. Título: Novas tecnologias auxiliando a conservação dos saguis-da-serra
Participantes: Fabiano R. de Melo, Natan Perico, Rodrigo Salles de Carvalho, Larissa Vaccarini Ávila, Rogério Grassetto Teixeira da Cunha
Resumo: Neste simpósio abordaremos o uso de novas tecnologias que estão sendo empregadas em projetos visando a implementação de estratégias de manejo cientificamente embasadas. Detalharemos o uso de informações de câmeras termais, sejam embarcadas em drones, seja em câmeras portáteis de alta definição, para o levantamento de informações sobre presença, abundância e composição de grupos. Descreveremos ainda o emprego de “mochilas” miniaturizadas com GPS acoplado para o acompanhamento de grupos. Também abordaremos as técnicas de esterilização de indivíduos híbridos.
S08. Título: Genética/Genômica e Conservação de Primatas no Brasil
Participantes: Felipe Ennes Silva, Amely Branquinho Martins, Jean P. Boubli, Patricia Freitas, Joanna Malukiewicz
Resumo: Embora a tecnologia de sequenciamento genômico tenha se desenvolvido rapidamente nos últimos anos, o uso da genômica na conservação de primatas ainda é limitado. No Brasil, os custos e a expertise em bioinformática para analisar tais dados não são acessíveis para a maioria dos pesquisadores, o que também dificulta o uso dessas informações para conservação. Neste Simpósio, apresentaremos diferentes projetos e iniciativas em genômica de primatas e suas implicações para a conservação. Os temas abordados aqui incluem sequenciamento de genoma completo, genômica comparada, adaptação, hibridação, filogenômica, genética de populações e taxonomia. Os participantes apresentarão as implicações destes temas para a conservação através de estudos de caso de diferentes regiões do Brasil.
S09. Título: Aspectos da saúde dos primatas no contexto de Saúde Única
Participantes: Cristiana Ferreira Alves de Brito, André Santos, Anamélia de Souza Jesus, Moira Ansolch, Alcides Pissinatti
Resumo: O conceito de saúde única aborda a saúde humana, saúde animal e aspectos do ambiente de forma integrada. A apesar de não ser um conceito novo, atualmente tem dominado as discussões sobre políticas públicas em saúde. A emergência do Sars-Cov-2 como uma zoonose que se converteu em pandemia reforçou ainda mais a importância deste conceito. Nesse simpósio serão abordados diferentes aspectos da saúde dos primatas não-humanos e das alterações em sua saúde provocadas pelas intervenções antrópicas no meio ambiente e o impacto na saúde humana.
S10. Título: Um simpósio que faz sentido: explorando os múltiplos canais de comunicação em primatas
Participantes: Aline Naíssa Dada, Raiane dos Santos Guidi, Tainara Venturini Sobroza, Débora Louise da Cruz Silva
Resumo: No presente simpósio pretendemos discutir aspectos de comunicação em primatas neotropicais. Abordando aspectos pouco evidenciados neste grupo taxonômico, como a comunicação multimodal. A diversidade do repertório utilizado para benefícios socioecológicos importantes intra e extragrupal, e quais comportamentos podem se sobrepor para otimizar a transmissão da informação no ambiente e fazer com que ela chegue ao receptor. Além da comunicação vocal, abordaremos a comunicação visual e odorífera.
S11. Título: Os diferentes papéis ecológicos dos primatas no ecossistema
Participantes: Laurence Culot, Anne Sophie de Almeida e Silva, Renato Richard Hilário, Waldney Pereira Martins
Resumo: A extinção local de primatas provoca, além de uma perda em termo de riqueza específica, uma perda de funções ecológicas com efeitos possivelmente drásticos sobre o ecossistema. Nosso conhecimento sobre os diferentes papéis dos primatas no ecossistema brasileiro ainda é limitado. Estudos prévios focaram principalmente no papel dos primatas como dispersores de sementes em uma escala local. Visando contribuir com essa lacuna, neste simpósio, vamos apresentar outras abordagens do estudo da dispersão de sementes pelos primatas brasileiros, com o objetivo de obter resultados mais integrativos. Além disso, iremos explorar outras funções que os primatas brasileiros cumprem no ecossistema, mas que foram até então, negligenciadas, como o efeito da gomivoria na vegetação e da predação na regulação das populações de presas. Esperamos despertar o interesse da comunidade de primatólogos, incentivando os estudos que permitam uma melhor avaliação do papel funcional dos primatas no ecossistema.
S12. Título: Diversidade Sexual em Primatas
Participantes: Irene Delval, Renata G. Ferreira, Henrique Pereira Rufo, Carla Possamai, Karen Strier, Francisco Edvaldo de Oliveira Terceiro
Resumo: O começo do século XXI e a presente década tem sido caracterizados pelo reconhecimento da variedade existente na orientação sexual, identidade de gênero e práticas sexuais humanas. A sigla LGBT ou LGBTQIA+, assim como outras variantes, são atualmente bem conhecidas e discutidas, na tentativa de obter um rótulo que abranja ao completo o arco-íris da diversidade sexual humana. No entanto, apesar do recente do reconhecimento desse fenômeno, a diversidade sexual tem origens evolutivos passíveis de ser identificados. Observando se existem fenômenos semelhantes em espécies próximas, como os primatas, é possível determinar quais comportamentos são recentes ou não na nossa linhagem. Neste simpósio, veremos que, na ordem dos primatas, é possível identificar diferentes sistemas de acasalamento, orientação, preferência e práticas sexuais, homossexualidade, sociossexualidade e sexualidade na infância, dentre outros. A identificação destes fenômenos em outras espécies permite nos aproximar ao reconhecimento da natural diversidade sexual em humanos e outros animais.
S13. Título: Status de conhecimento de Cebus e Sapajus na Amazônia brasileira: taxonomia, biogeografia e densidade
Participantes: Jessica Lynch, Malu Messias, Wilson Spironello, Jean P. Boubli
Resumo: Os macacos cairara (Cebus) e prego (Sapajus), apesar de terem ampla distribuição no Brasil, ainda são relativamente pouco estudados na Amazônia e, portanto, há muitas incertezas taxonômicas e de limites de distribuição das espécies. Dentre eles, Cebus é o táxon menos conhecido e mais difícil de ser estudado, é arisco e tem baixa densidade populacional. O gênero é representado por seis espécies amazônicas: C. albifrons, C. olivaceus, C. castaneus, C. unicolor, C. yuracus, C. kaapori, distribuídos pelos estados do Amazonas, Acre, Pará, Maranhão, Roraima e Rondônia. Quanto ao gênero Sapajus, é bem estudado na Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, mas pouco estudado na Amazônia, com apenas um estudo desenvolvido na Amazônia Central. Sapajus é bem mais abundante na Amazônia, sendo representado por apenas uma espécie Sapajus apella. Neste simpósio, revelamos o status atual de conhecimento sobre os macacos pregos e cairaras na Amazônia e sugerimos novas perspectivas para pesquisas futuras.
S14. Título: A Primatologia nas redes sociais: Além dos memes e likes
Participantes: Samara de Albuquerque Teixeira, Talita Maria Macedo Damasceno, Priscila do Carmo de Oliveira, Romari A. Martinez
Resumo: É indiscutível o papel das mídias sociais na difusão de informações e adesão de pessoas às causas ambientais, o que foi magnificado pelo isolamento social que se vive desde 2020 no Brasil e no mundo. Nestes últimos anos, a primatologia no Brasil viu surgir diversas iniciativas que utilizam as mídias sociais como principal forma de comunicação e divulgação. Queremos mostrar, neste simpósio, algumas dessas iniciativas brasileiras: seus objetivos, foco e, principalmente, como sua presença nas mídias têm contribuído com as suas causas em favor dos primatas. Focaremos nas estratégias de preparação de conteúdo, adesão de seguidores e nas expectativas desses movimentos agora que o isolamento deixa, aos poucos, de ser uma realidade. Florescerá ou perecerá a primatologia na mídia pós-pandêmica?
S15. Título: Contribuições do conhecimento atual para o plano de ação plurinacional visando a conservação de Ateles
Participantes: Gustavo Rodrigues Canale, Andrés Link, Melissa Rodríguez, Tays Daiane Izidoro, Catalina Ocampo-Carvajal
Resumo: Os macacos-aranha estão entre os maiores primatas Neotropicais, e cumprem um papel fundamental para o funcionamento dos ecossistemas que ocupam. São importantes dispersores de grandes sementes de plantas tropicais, contribuindo para o recrutamento de árvores lenhosas relevantes para o sequestro de carbono atmosférico. Os macacos-aranha estão entre os gêneros de primatas mais ameaçados, sendo que todas as espécies conhecidas se encontram em alguma categoria de ameaça, segundo a IUCN. Neste sentido, o Grupo de Especialistas em Primatas da União Internacional para a Conservação da Natureza (PSG/IUCN) propôs, em 2022, o desenvolvimento do Plano de Ação para a Conservação dos gêneros Ateles e Lagothrix. O PSG/IUCN propõe, neste CBPr, a realização de uma mesa-redonda para iniciar este planejamento plurinacional. Portanto, este simpósio trará representantes de três países, El Salvador, Colômbia e Brasil, abordando: A. chamek, A. hybridus, A. geoffroyi, A. marginatus, com a intenção de contribuir para este plano de ação.