Informações Primate watching
Durante e pós-congresso, os participantes poderão fazer turismo para observação de, pelo menos, sete das nove espécies de primatas da região. Esta alta riqueza ocorre graças ao rio Teles Pires que serve como barreira geográfica, separando espécies entre as duas margens do rio. Na margem direita, onde está a cidade, podem ser observados saguis-de-Snethlage (Mico emiliae), sauás-de-Vieira (Plecturocebus vieirai), e macacos-aranha-de-cara-branca (Ateles marginatus). Na margem esquerda, região rural do mesmo município, encontramos saguis-de-Schneider (Mico schneideri), sauás-de-Mato Grosso (Plecturocebus grovesi) e macacos-aranha-de-cara-preta (Ateles chamek). Macacos-prego (Sapajus apella) podem ser vistos com facilidade nos dois lados do rio, mas Aotus e Alouatta, ainda que ocorram na região, são muito mais difíceis de registrar.
Os primatas da região estão muito ameaçados em função da conversão de florestas nativas em uso agropecuário, e pela grilagem que utiliza incêndios criminosos para avançar ilegalmente sobre as florestas. As florestas do norte de Mato Grosso estão na ecorregião Florestas Sazonais de Mato Grosso, que recebem influência tanto do Cerrado quanto da Amazônia, o que garante também uma alta diversidade vegetal desta região de ecótono.
Dois primatas são endêmicos do norte de Mato Grosso, o sagui-de-Schneider e o sauá-de-Mato Grosso. Infelizmente, este último está criticamente em perigo, tendo sido recentemente incluído na lista dos 25 primatas mais ameaçados do mundo. As duas espécies de macaco-aranha encontram-se em perigo de extinção, sendo o macaco-aranha-de-cara-branca mencionado no relatório dos 25 primatas mais ameaçados do mundo como de grande preocupação quanto a sua sobrevivência. O cuxiú-de-nariz-vermelho encontra-se globalmente vulnerável a extinção, e no extremo sul de sua distribuição os registros são raros e, comumente, em pequenos fragmentos florestais.
Os participantes do XIX CBPr terão a oportunidade durante o congresso de avistar as espécies que ocorrem na margem direita do rio Teles Pires tanto no Parque Natural Municipal Florestal como na Matinha da UFMT. No pós-congresso (1 a 4 de setembro de 2022), haverá possibilidades de passeio para avistar primatas nas duas margens do rio Teles Pires.
Os passeios pós-congresso serão feitos em áreas de mata existentes em assentamentos rurais da região, que ficam localizados cerca de 1 h de carro a partir de Sinop. Um veículo sai de Sinop e retorna no mesmo dia. Na região está sendo implementado o turismo de base comunitária, onde o visitante será guiado por uma pessoa da comunidade local treinada, e terá a oportunidade de prosear com pessoas da própria comunidade, consumir alimentos e bebidas feitos e produzidos pelos próprios moradores. A ideia do turismo de base comunitária é movimentar a economia local.
É, antes de tudo, um passeio de reflexão. Reflexão sobre a situação socioambiental da região e como os primatas são poderosos aliados nossos para movimentar uma economia local e conservar a floresta em pé. Durante o deslocamento até os assentamentos rurais, quantas atrocidades você detecta? Durante o passeio, quantos aliados te dão esperança?