XIX Congresso Brasileiro de Primatologia

Dados do Trabalho


Título

Taxas de detecção de primatas através de drones com e sem câmera termal

Resumo

Os veículos aéreos não tripulados, conhecidos popularmente como drones, a cada ano que passa estão cada vez menores, mais leves, portáteis, voando mais tempo e mais longe. As câmeras embarcadas nestes drones também evoluem e estão melhorando suas resoluções, podendo ser coloridas ou termais, estas capazes de detectar o calor corporal de primatas, facilitando e agilizando sua detecção e, consequentemente, a coleta de dados. Considerando o alto custo dos drones embarcados com câmeras termais, buscamos comparar a taxa de detecção de primatas entre um drone embarcado com câmera termal e outro que possui somente câmera colorida. Entre agosto de 2020 e abril de 2022 foram realizados sobrevoos na Fazenda São Sebastião do Ribeirão Grande, em Pindamonhangaba, na APA da Mantiqueira, com dois drones DJI: o Mavic Pro Platinum (MPP) embarcado apenas com uma câmera colorida e o modelo Matrice 200 (M200) com câmera termal. Foram 71 voos realizados com o MPP, totalizando 18h08min de voos e 276,4 km percorridos, resultando em 3 detecções de primatas durante os voos e 4 durante a análise das imagens registradas. Já com o M200 foram realizados 22 voos em 5h37min de voos e 95,5 km percorridos, resultando em 3 detecções de primatas durante os voos. Ambos os drones detectaram duas espécies de primatas: muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides) e macaco-prego (Sapajus nigritus). Quando comparamos a taxa de detecção de primatas durante o voo, encontramos uma taxa superior do drone com câmera termal. O M200 teve uma taxa de 1 detecção a cada 7,3 voos, 112 minutos e 31,8 km percorridos enquanto o MPP uma taxa de 1 detecção a cada 23,6 voos (+323%), 362min (+323%) e 92,1 km percorridos (+289%). Concluímos que, apesar dos drones com câmeras termais terem um custo bem superior aos de câmeras coloridas, são muito mais eficientes na detecção de primatas.

Financiadores

Suzano S.A – Unidade de Negócio Florestal São Paulo, Diretoria de Sustentabilidade, Equipe de Meio Ambiente Florestal. Parceria Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Palavras-chave

Monitoramento; Uso de Tecnologias; Primatas Ameaçados de Extinção

Área

Área 3 – Manejo e Conservação

Autores

Felipe Brandão, Camila Rezende, Fernanda Pedreira Tabacow, Maria Sebastian Rangel Gregório , Jéssica Priscila Tosato, Fabiano Rodrigues Melo


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