Dados do Trabalho

Título

Parasitos gastrointestinais em Callithrix jacchus Linnaeus, 1758 de vida livre, Sergipe, Nordeste do Brasil

Resumo

Diferentes ambientes podem influenciar diretamente na composição parasitária dos hospedeiros. Nesse estudo, investigamos endoparasitos em Callithrix jacchus de vida livre em Sergipe, estado com poucos estudos no tema. Foram amostrados animais em três áreas protegidas, Monumento Natural Grota do Angico (Caatinga), Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco e Morro do Urubu (ambas Mata Atlântica). Capturamos (Tomahawk) 52 indivíduos (10 grupos distintos, 48% adultos, 60 % fêmeas) ao longo de cinco campanhas amostrais (25 dias), dos quais obtivemos 36 amostras fecais. As fezes foram coletadas e armazenadas individualmente, após evacuação espontânea, acondicionadas em coletores universais contendo conservante (formol glicerinado 10%), mantido sob refrigeração (2-8°C; melhor preservação morfológica dos ovos de helmintos, cistos de protozoários, e larvas) até seu processamento no Laboratório de Entomologia e Parasitologia Tropical (LEPAT), Universidade Federal de Sergipe. Isolamos elementos passíveis de identificação através de centrifugo-sedimentação em formol-éter. Identificamos 12 táxons de parasitos em 21 (58,3%) amostras, entre os quais nematódeos (8/12) foram os mais comuns, seguidos de protozoários (2/12), acantocéfalo (1/12) e cestódeo (1/12), sendo que 41,6% possuem potencial zoonótico. O parasito mais frequente foi Prosthenorchis elegans, seguido de ovos da família Spiruridae e Entamoeba sp., juntamente com Ancylostoma sp., ambos presentes em 28,6% das amostras. Não houve dependência do sexo, faixa etária ou peso para a presença de parasitos (Qui-quadrado de Person). No entanto, houve associação com o bioma de captura (significativamente diferentes; Mann-Whitney). Este é o primeiro relato de Entamoeba sp. em Callithrix, e o primeiro registro dos nematódeos Primasubulura jacchi e Trichospirura leptostoma no Nordeste. Essa documentação da diversidade de parasitos em populações de grupos diversos, de vida livre em diferentes biomas ou mesmo em áreas urbanas contribui com o monitoramento do estado de saúde desta espécie, do ambiente de origem, e de saúde pública.

Financiadores

Este trabalho foi apoiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Estado de Sergipe (FAPITEC) e Ministério da Saúde (PPSUS 06/2018), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico sob a Bolsa CNPq no. 402575/2021-0 (FCJ). A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) apoia RB-M através do Programa Nacional de Pós Doutorado (PNPD) (processo: 88887.320996/2019-00).

Palavras-chave

Doenças Parasitárias; Primatas; Zoonoses

Área

Área 7 – Saúde