XIX Congresso Brasileiro de Primatologia

Dados do Trabalho


Título

Interações vírus-hospedeiro em primatas não-humanos de vida livre no Brasil: Uma Revisão Sistemática

Resumo

A proximidade filogenética entre humanos e primatas não-humanos (PNH) permite o compartilhamento de uma ampla gama de agentes infecciosos, o que faz dos PNH “sentinelas” para possíveis surtos de zoonoses. Sendo os vírus responsáveis por aproximadamente 25,4% das doenças infecciosas emergentes em humanos, conhecer a ocorrência de vírus em primatas no Brasil é essencial para a vigilância e prevenção de zoonoses causadas por vírus. Este trabalho tem como objetivo construir uma base de dados de interações entre primatas não-humanos e vírus no Brasil, mapeando a ocorrência dessas interações. Foram realizadas buscas sistemáticas por artigos científicos e dissertações em bases científicas, e os dados extraídos organizados em uma planilha Excell. O mapeamento das interações entre vírus e primatas foi feito através do software QGIS. Sessenta e oito artigos considerados relevantes foram incluídos na base, totalizando 178 registros. Três gêneros de primatas compõem sozinhos 90% dos registros obtidos (52% Alouatta, 21% Callithrix, 17% Sapajus), tendo Alouatta e Sapajus o maior número de espécies diagnosticadas com vírus. Foram identificadas 28 espécies virais, sendo que 62% dos registros correspondem ao vírus da Febre Amarela (YFV), que foi o mais diagnosticado em quase todos os gêneros de primatas (com exceção de Saguinus e Saimiri), seguido da Raiva (11 registros) e Zika Vírus (8 registros). Mais de 70% dos registros são de estudos realizados na região Sudeste, e aproximadamente 56% são da Mata Atlântica. A ausência de diagnóstico de vírus em alguns gêneros de primatas (Ateles, Brachyteles, Lagothrix, Aotus, Callimico, Cebuella, Mico, Cacajao e Pithecia) e algumas regiões geográficas, indicam uma enorme lacuna no conhecimento. O grande número de registros de Alouatta, que é muito suscetível ao YFV, pode indicar que a maioria dos trabalhos realizados no Brasil se utilizam da notificação de óbito destes animais durante epizootias de YFV nas regiões Sul e Sudeste.

Financiadores

CNPQ, INOVA FIOCRUZ, INSTITUTO SERRAPILHEIRA

Palavras-chave

Zoonoses; Base de dados; Diversidade viral

Área

Área 7 – Saúde

Autores

Ingrid Campos Sodré, Cecília Siliansky Andreazzi, Marina Galvão Bueno


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