Workshops


Resumo geral: O Brasil dispõe de um papel global como o país mais diverso em espécies de jacarés com importantes avanços na conservação. Objetivamos apresentar o panorama atual das pesquisas sobre jacarés na Mata Atlântica, abordar estratégias de conservação, fortalecer a relação entre profissionais das diferentes áreas da herpetologia e incentivar/sensibilizar cada vez mais os jovens pesquisadores a estudar os jacarés. Após reconhecimento pela SBH da importância da representatividade dos crocodilianos nos eventos de herpetologia, desde o CBH em Campinas 2019, seguimos caminhando juntos, como na publicação do Livro "Tratado de Crocodilianos do Brasil" e no "1° Congresso Brasileiro de Crocodilianos -CBCROC 2021”. A presente proposta é fruto da parceria entre o Instituto Marcos Daniel (IMD) através do Projeto Caiman, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) pelo Laboratório Interdisciplinar de Anfíbios e Répteis (LIAR) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Os crocodilianos são exemplos notórios de animais afetados diretamente pelos impactos antrópicos, como perda de habitat, poluição e caça. Assim como outros representantes da herpetologia, sua reputação negativa equivocada também provoca aversão nas pessoas, promovendo interações negativas por desinformação. Para conservação dos crocodilianos é fundamental a identificação de áreas prioritárias, conservação dos habitats, manutenção da diversidade genética das populações e sobretudo a inserção da população humana nas ações de conservação através da educação ambiental e disseminação de informação. Esse é o principal conteúdo a ser abordado no workshop, como iniciativa para discutir novas ideias, trocar experiências, fortalecer relações e propor abordagens para conservação dos crocodilianos na Mata Atlântica.

“Jacarés da Mata Atlântica: o que sabemos?”
Palestrante: Jozélia M. S. Correia (UFRPE / LIAR / Projeto Jacaré)

“Caiman latirostris: Ameaças, desafios e oportunidades para a conservação da espécie no Brasil”
Palestrante: Marcos Eduardo Coutinho (ICMBio)

“Educação Ambiental e mobilização comunitária para a conservação dos jacarés da Mata Atlântica”
Palestrante: Yhuri Nóbrega (Projeto Caiman – IMD)

“Jacarés e cidades: perspectivas de conservação dos jacarés em ambientes fragmentados por cidades”
Palestrante:Paulo Braga Mascarenhas Jr. (UFPE / LIAR / Projeto Jacaré-UFRPE)

“Etnobiologia como ferramenta de pesquisa e conservação”
Palestrantes:Ednilza Maranhão dos Santos (UFRPE / LIAR / Projeto Jacaré) e Rafael S.L. Barboza (UFRPE / LIAR / Projeto Jacaré)

“A importância e a aplicação da Genética para a conservação dos crocodilianos”
Palestrante:Iago Ornellas (UFES / Projeto Caiman – IMD)
Resumo geral: Os girinos são a fase larval dos anfíbios, sendo tão comuns quanto desconhecidos! São comuns em diversos tipos de corpos d’água, mas a grande diversidade de formas, cores, estruturas morfológicas e funções ecossistêmicas dos girinos é ainda pouco conhecida. Os girinos de muitas espécies possuem coloração críptica e ocorrem em hábitats aquáticos muitas vezes com visibilidade reduzida ou com grande quantidade de vegetação, o que dificulta o encontro no ambiente natural. Além disso, há desafios taxonômicos, no sentido de associar o girino ao indivíduo adulto, sendo esta uma limitação para os estudos nas mais diversas áreas do conhecimento. A importância e o desafio de se conhecer mais sobre estes organismos é latente num cenário de declínio mundial das espécies de anfíbios e frente às crescentes pressões antrópicas sobre os ecossistemas naturais em todos os biomas brasileiros. Dessa forma, este workshop busca contextualizar e divulgar o estado da arte e as lacunas no conhecimento sobre girinos em diferentes áreas do conhecimento: ecologia, etologia, ecotoxicologia, biologia do desenvolvimento, taxonomia e sistemática. Com isso desejamos estimular a realização de mais pesquisas com girinos, avaliar o quanto temos avançado em termos científicos e discutir abordagens e linhas de pesquisa importantes para um avanço significativo no estudo e conservação dessa fase de vida dos anuros. Visando atingir todos esses objetivos foram convidados pesquisadores com amplo conhecimento e desenvolvimento de importantes projetos e publicações nos temas propostos, o que contribui com importante fonte de conhecimento a ser divulgado durante o workshop.

“Pesquisa de girinos no Brasil: De onde viemos e para onde vamos?”
Palestrante: Ariadne Fares Sabbag (Universidade Estadual Paulista)

“Girinos do Brasil e sua contribuição para a sistemática dos anuros: uma breve revisão”
Palestrante: Filipe Augusto Cavalcanti do Nascimento (UFAL, Museu de História Natural)

“O que girinos tem na “cabeça”? Um ensaio sobre o sistema nervoso”
Palestrante: Danusy Lopes Santos (UNESP)

“O uso de girinos como modelos biológicos para responder questões ecológicas”
Palestrante:Michel Varajão Garey (Universidade Federal da Integração Latino-Americana)

“Mergulhando nos corpos d'água: conhecendo os comportamentos dos girinos anuros”
Palestrante:Yasmim Caroline Mossioli de Souza (UNESP)

“Ecotoxicologia de girinos: panorama atual e perspectivas futuras”
Palestrante:Juliane Silberschmidt Freitas (UEMG)

“Assessing Genotoxicity and Mutagenicity of Three Common Amphibian Species Inhabiting Agroecosystem Environment”
Palestrante:Daniela de Melo e Silva (UFG)

“Trematódeos e o parasitismo em girinos”
Palestrante:Luciano Alves dos Anjos (UNESP)
Resumo geral: Distribuídos exclusivamente nas regiões tropical e subtropical da América do Sul, abrangendo cinco países, os sapinhos-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus spp.) são bons exemplos de espécies de anfíbios pouco conhecidas, mas altamente ameaçadas de extinção, com distribuições restritas e diversidade subestimada. Das atuais 31 espécies válidas, 75% têm áreas de ocorrência restrita, 60% foram descritas nos últimos 20 anos, 45% são endêmicas da Mata Atlântica, 19% do Pampa, 16% do Chaco, e cerca de 30% estão ameaçadas a nível global ou regional. No Brasil, Melanophryniscus é o gênero de anfíbios com maior número de espécies na Lista Nacional de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. Neste simpósio, discutiremos a proposta de criação de uma aliança internacional coordenada e colaborativa para a conservação de todas as espécies do gênero, nos moldes de uma aliança já estabelecida, a Atelopus Survival Initiative.

Quem são os sapinhos-de-barriga-vermelha, do gênero Melanophryniscus
Palestrante: Mariana Retuci Pontes (UNICAMP)

Os sapinhos-de-barriga-vermelha do gênero Melanophryniscus (Anura, Bufonidae) da Mata Atlântica
Palestrante: Márcio Borges Martins (UFRGS)

Os sapos do gênero Melanophryniscus (Anura, Bufonidae) que habitam o Bioma Pampa
Palestrante: Raúl Maneyro (Udelar - Uruguai)

Amenazas para las especies de Melanophryniscus que habitan Argentina, Paraguay y el estado brasileño de Mato Grosso do Sul
Palestrante: Julián Norberto Lescano (CONICET)

O gênero Melanophryniscus
Palestrante: Diego Baldo (CONICET)

Atelopus Survival Initiative: um esforço colaborativo internacional para a conservação dos sapos-arlequim
Palestrante: Luis Fernando Marin da Fonte (ASA/ASI)

Iniciativa Melanophryniscus unindo esforços para conservação dos sapinhos-de-barriga-vermelha
Palestrante: Michelle Abadie (Instituto Curicaca)
 

Resumo geral: Uma das metas estabelecidas pela Comissão Nacional de Biodiversidade (CONABIO), em 2013, foi a redução do risco extinção de espécies ameaçadas e a melhoria da situação de conservação de espécies que vêm sofrendo declínio populacional nas últimas décadas. As listas de espécies ameaçadas, elaboradas a partir da avaliação do risco de extinção das espécies, são uma ferramenta política que usa Categorias e Critérios como um sistema amplamente compreendido para classificar espécies em alto risco de extinção. As listas podem ser realizadas em níveis global, regional e nacional. Esses diferentes níveis possuem particularidades de coordenação, realização e nas políticas de conservação após sua publicação. No Brasil, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estabeleceu os processos de Avaliação do Estado de Conservação da Fauna Brasileira e a Implementação de Planos de Ação Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (PAN). Os PANs são acordos entre entidades públicas, sociedade civil, organizações não-governamentais, universidades e outras instituições de pesquisa, com o objetivo central de unir esforços de conservação que possam reverter ou mitigar as ameaças que levam as espécies brasileiras ao risco de extinção. Este workshop foi criado para explorar e debater as diferentes metodologias e repercussões dos aspectos políticos e conservacionistas nas visões institucionais e acadêmicas. Além disso, discutiremos a importância do trabalho conjunto entre pesquisa científica, educação, legislação e gestão pública, no engajamento e melhoria das estratégias de conservação da herpetofauna brasileira.

Coordenador:Werther Pereira Ramalho (Instituto Boitatá / Instituto Federal Goiano)

“IUCN GAA2 - Avaliação Global dos Anfíbios 2022”
Palestrante: Ibere Farina Machado (Instituto Boitatá)

"Avaliação Nacional de Anfíbios e Répteis: panorama atual e integração com a lista global"
Palestrante: Carlos Eduardo Guidorizzi (ICMBio - RAN / PPGBAN - UFG)

“Avaliação Estadual: Uma visão acadêmica”
Palestrante: Robson Waldemar Avila (Universidade Federal do Ceará)

“Planos de Ação Nacional para a Conservação dos Répteis e Anfíbios Ameaçados de Extinção”
Palestrante:Tatiana Raquel Alves Vilaça (ICMBIO)

“CERPAN: Plano de Ação Nacional para a Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção da Ictiofauna, Herpetofauna e Primatas do Cerrado e Pantanal”
Palestrante:Reuber Albuquerque Brandão (Universidade de Brasília)

“Plano de Ação Nacional para Conservação da Herpetofauna do Nordeste do Brasil”
Palestrante:Geraldo Jorge Barbosa de Moura (Universidade Federal Rural de Pernambuco / Agência Estadual de Meio Ambiente - CPRH - PE)

“Plano de Ação Nacional para a conservação da herpetofauna do Sudeste”
Palestrante:Carlos Roberto Abrahão (ICMBio / RAn)

“Plano de Ação Nacional para Conservação dos Anfíbios e Répteis Ameaçados de Extinção da Região Sul do Brasil”
Palestrante:Márcio Borges-Martins (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo geral: As taxas recentes de extinções globais indicam impactos sem precedentes das mudanças climáticas na biodiversidade. Répteis e anfíbios tendem a ser bastante impactados por dependerem das condições climáticas locais do ambiente para manter o seu metabolismo ativo e próximo a um ótimo fisiológico. Avanços teóricos e empíricos tendem a demonstrar como as temperaturas extremas reduzem o seu desempenho, com implicações qualitativas na previsão das respostas aos ambientes mais quentes. A variabilidade climática expõe os animais a mudanças consideráveis nas configurações térmica, hídrica e alimentar do ambiente em escalas tanto geográfica quanto temporal. Desta forma, entender a ecofisiologia da herpetofauna, ou a relação da fisiologia com o ambiente, é essencial para medir este impacto, determinar o status de risco e promover medidas para sua conservação. Embora o interesse em compreender os fatores que influenciam seus limites térmicos tenha aumentado nas últimas décadas, esta área de estudo é ainda pouco representativa na América do Sul, e a ausência de dados ecofisiológicos para a maioria das espécies dificulta a sua preservação. Nesse workshop, iremos chamar a atenção para essa dimensão funcional da herpetofauna sulamericana, abordando alguns mecanismos fisiológicos (celulares, sistêmicos e comportamentais) para enfrentarem variações, temporais e/ou geográficas, de temperatura e disponibilidades de água e alimento em diferentes domínios morfoclimáticos. Além disso, serão discutidos quais atributos funcionais mais representativos precisam ser incorporados em modelos mecanicistas de distribuição de espécies. Objetivamos ainda discutir as principais lacunas de conhecimento acerca da ecofisiologia da herpetofauna em nível global e no contexto sulamericano e as perspectivas para futuros estudos na área. A partir das discussões promovidas pelos pesquisadores e o público presente, pretende-se gerar como produto deste workshop um guia de melhores práticas para mensurar a fisiologia térmica da herpetofauna Sulamericana, focando em o que medir, porque medir e como medir da melhor forma.

“Falta recurso, sobra vontade: Como levantar dados ecofisiológicos de qualidade com pouco dinheiro?”
Palestrante: Luisa Maria Diele-Viegas (UFBA)

“Variações fisiológicas sazonais: o robusto planejamento ‘orçamentário’ anual de um lagarto hibernante sulamericano para garantir sua reprodução na primavera”
Palestrante: Kênia Cardoso Bícego (Universidade Estadual Paulista - Jaboticabal)

“Herpetofauna do Cerrado: Risco de Extinções Induzidas por Mudanças Climáticas”
Palestrante: Guarino Rinaldi Colli (Universidade de Brasília - UnB)

“Avanços e desafios para a pesquisa em ecofisiologia integrativa da herpetofauna na Amazônia”
Palestrante:Fernanda Pinho Werneck (INPA)

“A Ecofisiologia como estratégia de integração entre diferentes áreas do conhecimento”
Palestrante:Tiana Kohlsdorf (USP - Ribeirão Preto)

“Relevância e incertezas na incorporação de atributos da biologia termal e balanço de água para a avaliação da vulnerabilidade de anuros frente a mudanças ambientais”
Palestrante:Denis O. V. Andrade (Universidade Estadual Paulista - Rio Claro)

“Na enxurrada seca: como os anfíbios da caatinga lidam com as condições do ambiente que ocupam?”
Palestrante:José Eduardo Carvalho (UNIFESP Diadema)

“Integrando atributos funcionais hídricos e térmicos do organismo na escala do seu microambiente na distribuição de anfíbios neotropicais”
Palestrante:Miguel Senzano Castro (Universidade Estadual Paulista - Rio Claro)

“Redução da disponibilidade de água é fator influente na redução metabólica de inverno em lagartos teiú?”
Palestrante:Ane Guadalupe-Silva (Universidade Estadual Paulista - Jaboticabal)