Simpósios


Resumo geral: A herpetofauna Neotropical compreende mais de sete mil espécies atualmente, com dezenas de novas espécies descritas a cada ano. Essa enorme biodiversidade é resultado de ampla gama de processos biogeográficos e evolutivos que determinam os seus padrões de distribuição. Neste simpósio, apresentaremos uma síntese dos padrões biogeográficos levantados para explicar a diversidade da herpetofauna Neotropical, com foco em hipóteses testadas ao longo do tempo (passado), os padrões de diversidade reconhecidos atualmente (presente), e o que podemos esperar frente as mudança climáticas globais (futuro). Inicialmente, uma visão geral sobre a história da biogeografia Neotropical sob a ótica herpetológica será apresentada, e discorreremos sobre como avanços metodológicos recentes têm permitido revelar o passado biogeográfico de diferentes grupos. Em segundo momento, exploramos os principais padrões de diversidade e regionalização contemporânea da herpetofauna e respectivos desafios para interpretação frente as limitações de dados existentes. Por fim, avaliaremos como dados de coleções científicas estão contribuindo para elucidar o impacto do clima contemporâneo e futuro sobre respostas espaciais, fenológicas, e comportamentais de espécies Neotropicais. Esperamos, assim, fomentar avanços acerca da Biogeografia Neotropical moderna, e contribuir com trocas de experiências e discussões entre participantes interessados no tema.

“Biogeografia da herpetofauna Neotropical: desenvolvimento teórico e metodológico”
Palestrante: Fabricius M. C. B. Domingos (Universidade Federal do Paraná – UFPR)

“Os desafios para desvendar os limites ocultos dos aglomerados de espécie: padrões de diversidade e biorregiões das serpentes neotropicais”
Palestrante e coordenadora: Thaís B. Guedes (Universidade de Campinas – Unicamp)

“Impacto de mudanças climáticas sobre serpentes neotropicais”
Palestrante: Mario R. Moura (Universidade de Campinas – Unicamp)
 
Resumo geral: A ativação do sistema imune frente a patógenos é um evento energeticamente custoso, porém imprevisível na história de vida dos animais, podendo ocorrer simultaneamente a outros eventos programados como a reprodução e alimentação. Ao mesmo tempo que exige investimento de energia, a resposta imune regula diversos eixos endócrinos, modulando a secreção de hormônios no contexto inflamatório e alterando o comportamento dos animais. Répteis nãoavianos e anfíbios constituem, atualmente, grupos de vertebrados altamente ameaçados por pandemias de naturezas fúngicas, bacterianas e virais, o que torna essencial um melhor entendimento do funcionamento do seu sistema imune. Nosso simpósio trará dados recentes sobre os efeitos imunes e endócrinos induzidos pelo estímulo com um patógeno (bactéria Aeromonas hydrophila inativada por calor) em anuros. Além disso, vamos trazer informações sobre a progressão temporal da resposta imune e seus mediadores em anuros frente a um estímulo imunológico quando comparada com vertebrados endotérmicos. Destacando os mediadores endócrinos, teremos uma palestra demostrando efeitos imunoprotetores da testosterona, principal esteroide sexual de anuros machos, durante a temporada reprodutiva. Por fim, levando em consideração que a ativação do sistema imune pode comprometer outras atividades, traremos estudos abordando como um desafio imune afeta o comportamento locomotor de anuros e a ingestão alimentar em serpentes.
Organizadores: Felipe Rangel Floreste, Patrício Getúlio Garcia-Neto, Fernando Ribeiro Gomes, Vania Regina de Assis

“Resposta imune-endócrina a patógenos”
Palestrante: Patrício Getúlio Garcia-Neto (Universidade de São Paulo)

“Ordem no caos: dinâmica temporal da resposta inflamatória em anuros”
Palestrante: Felipe Rangel Floreste (Universidade de São Paulo)

“Efeitos imunomodulatórios da testosterona em machos de anfíbios anuros e sua relevância para a temporada reprodutiva”
Palestrante: Fernando Ribeiro Gomes (Universidade de São Paulo)

“Efeitos da ativação do sistema imune no comportamento locomotor de anuros invasores e não invasores”
Palestrante: Thaysa Gomes de Oliveira (Universidade de São Paulo)

"Desafios imunológicos da alimentação em serpentes"
Palestrante: José Eduardo de Carvalho (Universidade Federal de São Paulo, Campus Diadema)
Resumo geral: Nosso planeta abriga uma biodiversidade surpreendente com mais de 2 milhões de espécies descritas até agora. Porém,mais de 80% das espécies na Terra permanecem no anonimato, e mesmo entre as espécies formalmente descritas, muitas lacunas ainda assombram nosso conhecimento sobre a biodiversidade. Em um planeta que muda rapidamente devido às ações antrópicas, é crucial entendermos como tais lacunas afetam programas de pesquisa e iniciativas de conservação das espécies. Neste simpósio, cobriremos diferentes aspectos sobre a coleta e disponibilidade de dados associados à herpetofauna e suas respectivas implicações. No início do evento,abordaremos o histórico de coleta e curadoria de dados herpetológicos, visando apresentar os principais eventos que impulsionaram o conhecimento sobre as espécies brasileiras. Em seguida, discorremos padrões históricos de descoberta de répteis e possíveis determinantes associados à robustez das descrições de espécies. Em um terceiro momento, abordaremos como o conhecimento sobre répteis, disponível em coleções e na literatura, é enviesado em direção a certos grupos e regiões. Adiante, discutiremos sobre como minimizar deficiências compartilhadas de conhecimento e revelar aspectos desconhecidos da história natural de anfíbios e répteis do planeta. Em seguida, apresentaremos novas ferramentas que auxiliam na curadoria de coleções, incluindo o uso de aplicativos e sistema de QRCode, que facilitam a informatização dos dados e evitam possíveis erros. E por fim, discutiremos a importância da disponibilização de dados em plataformas digitais, apontando as possibilidade de implementação e uso dos dados. Esperamos fornecer um panorama geral sobre oconhecimento herpetológico para melhorar as informações disponíveis e mitigar lacunas sobre a biodiversidade.
Coordenação: Mario R. Moura, Marcelo José Sturaro

“Coleções zoológicas: breve histórico e perspectivas futura
Palestrante: Délio Pontes Baêta da Costa (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho)

"Padrões e tendências temporais nas descrições de répteis"
Palestrante: Clodoaldo Lopes de Assis (Universidade Federal de Viçosa)

"Influencers da natureza, os répteis mais pesquisados do planeta"
Palestrante: Jhonny J. M. Guedes (Universidade Federal de Goiás | University of East Anglia/UK)

"O que fazer quando a falta de informação é compartilhada?"
Palestrante: Mario R. Moura (Universidade Estadual de Campinas)

"Uso de ferramentas digitais em coleções herpetológicas"
Palestrante: Marcelo José Sturaro (Universidade Federal de São Paulo)

"Plataformas de dados em biodiversidade: Sibbr e GBIF"
Palestrante: Clara Baringo Fonseca (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa)  
Resumo geral: O termo Pampa é empregado para designar uma ampla região campestre de clima subtropical e temperado do sudeste da América do Sul, que ocupa o extremo sul do Brasil, o Uruguai e o nordeste da Argentina, representando 63% do Estado do Rio Grande do Sul. É um dos mais ricos e produtivos biomas campestres do mundo. Apesar da relativa homogeneidade paisagística, o Pampa pode ser subdividido em unidades menores, com características geológicas, climáticas, florísticas e faunísticas próprias. A porção norte do Pampa, que inclui o Uruguai e os limites do bioma no Brasil, corresponde à ecorregião denominada Savana Uruguaia. Essa região é caracterizada por uma matriz predominantemente campestre, que coexiste com diferentes extensões de áreas florestadas. Existe um predomínio de espécies de anfíbios e répteis típicas de formações vegetais abertas, como campos e savanas, contudo, algumas espécies tipicamente de floresta ocorrem nas áreas de transição entre o Pampa e a Mata Atlântica. Atualmente, foram registradas 60 espécies de anfíbios, das quais 59 são espécies nativas da região e uma espécie é exótica invasora. Dentre os répteis, são 91 espécies nativas e três exóticas. A fauna de anfíbios é caracterizada por um baixo índice de endemismos. Para os répteis o grau de endemismo também é baixo, porém, novas espécies têm sido descobertas e é possível que este panorama seja modificado com a continuidade dos estudos na região. Em este Simpósio presentamos dados de Riqueza, Diversidade e História Natural da Herpetofauna deste bioma com claras características adaptativas à região subtropical-temperada do Brasil.

“História natural dos lagartos do bioma pampa e suas adaptações”
Palestrante: Laura Verrastro (UFRGS)

“El bioma pampa en Uruguay: Una visión desde la Herpetología regional”
Palestrante: Raúl Maneyro (UDELAR)

“Desvendando a diversidade e demografia histórica da herpetofauna do pampa”
Palestrante: Matías M. Marellet (UFRGS-UDELAR)

“Padrões de distribuição geográfica da herpetofauna no norte do pampa”
Palestrante:Márcio Borges-Martins (UFRGS)
 
Resumo geral: Anfíbios são os vertebrados mais ameaçados do planeta, com até metade das espécies ameaçadas de extinção globalmente. Ações para diminuir algumas ameaças, como perda de habitat, devem ser aplicadas localmente, mas outras ameaças, como a pandemia de quitridiomicose e as mudanças climáticas, são globais. Dessa forma, uma rede global de conservação de anfíbios, que conecte e facilite o intercâmbio de conhecimentos e recursos entre conservacionistas de diferentes partes do mundo, é extremamente necessária. A rede global de conservação dos anfíbios é composta por três organizações principais: Amphibian Survival Alliance (ASA), Grupo de Especialistas em Anfíbios (ASG) e Arca dos Anfíbios (Amphibian Ark). A ASA é uma aliança global de mais de 70 organizações, em mais de 30 países, que implementam e multiplicam ações de conservação de anfíbios. O ASG é um grupo com mais de 300 pesquisadores, em mais de 40 países, que fornecem a base científica para subsidiar ações eficazes de conservação. A Amphibian Ark aborda os componentes ex situ da conservação dos anfíbios, concentrandose nas espécies que não podem ser salvaguardadas na natureza. Neste simpósio, apresentaremos o trabalho dessas organizações, com enfoque nas atividades realizadas no Brasil, bem como os processos e ferramentas criados e utilizados por elas, como a lista vermelha de anfíbios ameaçados globalmente da IUCN e o Plano de Ação Global para a Conservação dos Anfíbios (ACAP). Adicionalmente, apresentaremos o Programa SAFE (Saving Amphibians from Extinction) do Durrell Wildlife Conservation Trust, que busca integrar projetos de recuperação de espécies com o desenvolvimento de parcerias regionais.

“Amphibian Survival Alliance: uma aliança global para a conservação de anfíbios”
Palestrante: Luis Fernando Marin da Fonte (Amphibian Survival Alliance - ASA)

“Grupo de Especialistas em Anfíbios da IUCN: criando as bases científicas para a conservação de anfíbios a nível global”
Palestrante: Quezia Ramalho (Grupo de Especialistas em Anfíbios-ASG/Brasil)

“SAFE: um programa global para a conservação de anfíbios ameaçados de extinção”
Palestrante: Izabela Barata (Durrell Wildlife Conservation Trust)

“Lista vermelha de espécies de anfíbios ameaçados a nível global da IUCN”
Palestrante:Ibere Farina Machado (Instituto Boitatá e Grupo de Especialistas em Anfíbios -ASG/Brasil)

“Plano de Ação para a Conservação de Anfíbios (ACAP): um roteiro para identificar e catalisar ações efetivas de conservação a nível global”
Palestrante:Caroline Oswald (Grupo de Especialistas em Anfíbios-ASG/Brasil)
Resumo geral:Compreender como as mudanças climáticas e ambientais causadas pelo homem têm afetado espécies em regiões tropicais, onde reside a maior biodiversidade do planeta, é talvez uma das questões biológicas mais importantes da atualidade. Nesse simpósio, iremos apresentar os resultados de estudos recentes avaliando os impactos dessas mudanças em diversas espécies da herpetofauna brasileira, incluindo lagartos, anuros, quelônios e crocodilianos. Abordaremos essa temática incluindo diferentes perspectivas que vão desde a quantificação do risco de extinção e da vulnerabilidade funcional, genômica e demográfica das espécies, até a avaliação da plasticidade no desenvolvimento (Evo-Devo) desencadeadas por mudanças ambientais recentes. Pesquisadores de diversas regiões do país mostrarão como os resultados de suas pesquisas em diferentes biomas brasileiros (Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica) podem contribuir para o entendimento sobre os efeitos das mudanças ambientais em espécies da herpetofauna brasileira e subsidiar ações para sua conservação.

“Adaptação local ou mudanças demográficas? Perspectiva genômica de como os sapos da Mata Atlântica responderam `as mudanças climáticas do passado e sua vulnerabilidade futura”
Palestrante: Mariana Mira Vasconcellos (Universidade de São Paulo)

“Abordagens funcionais e genômicas para entender a vulnerabilidade e potencial de resgate evolutivo às mudanças climáticas da herpetofauna Amazônica”
Palestrante: Fernanda de Pinho Werneck (Instituto de Pesquisas da Amazônia)

“História de vida e resiliência demográfica de lagartos frente às mudanças climáticas e de regimes de queima”
Palestrante: Heitor Campos de Sousa (Universidade Federal do Tocantins)

“Contribuições da Evo-Devo para análises dos impactos de mudanças climáticas na herpetofauna”
Palestrante:Tiana Kohlsdorf (Universidade de São Paulo)

“Alterações do uso do solo e seus efeitos sobre as populações de quelônios e crocodilianos”
Palestrante:Thiago Costa Gonçalves Portelinha (Universidade Federal do Tocantins)
Resumo geral:Vivemos em uma Era caracterizada por bruscas mudanças ambientais ocasionadas por pressões antropogênicas, o Antropoceno. As mudanças na biodiversidade no Antropoceno são causadas principalmente pelo efeito sinergético entre as mudanças climáticas e de uso do solo. Enquanto as mudanças no uso do solo geralmente reduzem o habitat disponível para as espécies, mudanças climáticas podem reduzir a adequação climática da distribuição de espécies por meio de alterações nos parâmetros climáticos médios, aumentando o risco de extinção devido ao crescimento e intensidade dos extremos climáticos. Portanto, espera-se que o Antropoceno resulte em uma reorganização sem precedentes da biota na Terra como resultado de extinções locais e migrações relacionadas ao clima e uso do solo. Neste sentido, espécies dependentes do ambiente e com capacidade limitada de dispersão (e.g., anfíbios e répteis) serão as mais impactadas pelas modificações ambientais e climáticas nesta Era. Visto isso, espera-se a redistribuição da herpetofauna no espaço, em função de extinções (locais, regionais ou globais) e invasões de espécies exóticas, além de mudanças ecológicas envolvendo as espécies, como por exemplo a restruturação das interações ecológicas (predação e parasitismo). Deste modo, torna-se necessário entender os processos e impactos gerados pelas atividades humanas que irão impactar os anfíbios e répteis, a fim de buscarmos soluções para a conservação da nossa biodiversidade. Neste seminário buscamos antecipar como as mudanças climáticas e de uso do solo podem influenciar a distribuição futura da herpetofauna e as interações ecológicas envolvendo as espécies, apontando estratégias e desafios futuros para a conservação do grupo.

“Avaliação das Unidades de Conservação e priorização espacial para conservação da diversidade de anfíbios da Bacia do Alto Paraguai frente às mudanças climáticas”
Palestrante: Matheus Oliveira Neves (UFMT)

“A herpetofauna fossorial no contexto das mudanças climáticas”
Palestrante: Melissa Bars Closel (UNESP)

“Doenças emergentes em anfíbios no Antropoceno”
Palestrante: Raoni Rebouças Santos (UNICAMP)

“Como o Antropoceno influencia as interações parasito-hospedeiro”
Palestrante:Karla Campião (UFPR)

“Vulnerabilidade das interações tróficas entre anuros e suas presas no Antropoceno: efeitos da mudança climática e do uso do solo”
Palestrante:Karoline Ceron (UNICAMP)
Resumo geral:Estudos sobre ecologia espacial fornecem importantes informações sobre migração, dispersão, atividade de homing, área de vida, e seleção do local para reprodução, entre outros. As pesquisas com anfíbios e répteis começaram nos anos 60 mas durante os últimos 10 anos começou a ganhar mais importância no mundo da herpetologia. Atualmente existem vários laboratórios e projetos no Brasil que pesquisam sobre padrões de movimento, seleção de habitat, e área de vida de herpetofauna brasileira. Existem várias metodologias usadas nesta área, tais como: captura-recaptura, harmônico de direção (HDF), pós fluorescentes, carretel e radiotelemetria. A questão da pesquisa e as espécies estudadas, assim como seu tamanho, são fatores importantes que determinarão qual metodologia será utilizada. Neste simpósio a ideia é de compartilhar sobre as pesquisas que estão sendo realizadas nos diferentes biomas do Brasil, seus desafios, seus resultados e discutir como podemos melhorá-las.

“”
Palestrante: Rafaella Silva Roseno (Universidade Estadual de Santa Cruz)

“Telemetria em estudos de ecologia do movimento de tartarugas aquáticas e semi-aquáticas nas ecorregiões de água doce do mundo e implicações para a conservação”
Palestrante: Maurivan Vaz Ribeiro (Universidade Estadual de Santa Cruz)

“Vivendo em um mosaico de Mata Atlântica e plantações: ecologia espacial de surucucu-pico-de-jaca Lachesis muta (Viperidae Crotalinae)”
Palestrante: Diego Alejandro Flores Padrón (Universidade Estadual de Santa Cruz)

“Pela conservação da Lachesis muta no estado do Ceará”
Palestrante:Thabata Cavalcante dos Santos (Universidade Federal do Ceará)

“Seguindo os passos de pererecas das árvores na Mata Atlântica”
Palestrante:Daniela Pareja Mejía (Universidade Estadual de Santa Cruz)
Resumo geral:A ecofisiologia busca desvendar as relações entre processos fisiológicos dos indivíduos e fatores ambientais do espaço que ocupam. Deste modo, pode-se delinear mecanismos no nível do indivíduo subjacentes a processos demográficos, como a redistribuição e redução populacional ou extinções. Assim, estudos ecofisiológicos são especialmente relevantes para répteis e anfíbios, que têm sofrido drástica redução populacional nas últimas décadas. Nesse contexto, tem se tornado cada vez mais claro o papel das mudanças climáticas no declínio populacional da herpetofauna. Por serem ectotérmicos, as mudanças nos regimes térmicos naturais demonstram efeitos sobre aspectos funcionais desses animais, uma vez que eles possuem forte correlação entre sua temperatura interna e a temperatura ambiental, a qual, portanto, afeta diretamente a homeostase. Neste simpósio, iremos explorar como o aquecimento global afeta a fisiologia de répteis e anfíbios. Teremos palestras que discutirão os efeitos das mudanças climáticas sobre o crescimento e desenvolvimento de girinos e filhotes de quelônios, além da vulnerabilidade à predação. Além disso, serão discutidas interações entre as alterações dos regimes térmicos e outros estressores. Por exemplo, serão abordados os efeitos de poluentes sobre girinos em diferentes cenários de aquecimento previstos pelo IPCC. Também abordaremos as respostas endócrinas à alteração de temperatura, como a secreção de corticosterona. Esta pode ocasionar a depleção de reservas energéticas e alterar a busca por alimento em lagartos, além de agravar a severidade de doenças, ao causar efeitos deletérios na resposta imune de répteis e anfíbios. Através do entendimento desses processos, busca-se compreender a severidade das mudanças climáticas sobre a herpetofauna.
Palestrantes: Fernando Ribeiro Gomes, Vania Regina de Assis, Alan Siqueira Lima

“De que forma anuros tropicais reagirão às mudanças climáticas? Perspectivas a partir da ecofisiologia larval”
Palestrantes: Daiani Kochhann (Universidade Estadual Vale do Acaraú)

“Vivendo em um planeta quente e contaminado: Os efeitos sinérgicos da temperatura e contaminação por agroquímicos em girinos da Amazônia Central”
Palestrantes: Guilherme de Azambuja Pereira (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia)

“Tartarugas-da-amazônia (Podocnemis expansa) e as mudanças climáticas: desafios e respostas”
Palestrantes:Melina Rizzato Vismara (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia)

“Alterações endócrinas e imunológicas perante eventos extremos e mudanças na média de temperatura em Lithobates catesbeianus”
Palestrantes: Alan Siqueira Lima (Universidade de São Paulo)

“Efeitos da corticosterona sobre a imunidade e metabolismo de lagartos”
Palestrantes:Débora Meyer de Almeida Prado (Universidade de São Paulo)
Resumo geral:A exploração inadequada de recursos naturais tem exposto o planeta a uma de suas maiores crises de biodiversidade. Diante desse alarmante cenário, são urgentes proposições de projetos e estratégias que possam, de alguma forma, monitorar e/ou mitigar essas perdas. Nesse sentido, abordagens de Ciência Cidadã têm despontado mundo afora, encorajando a participação pública em diferentes etapas de projetos científicos, como obtenção e até mesmo análise de dados biológicos (BONNEY et al., 2009). Iniciativas de Ciência Cidadã têm contribuído em temas de conservação em diferentes áreas, como: efeito de queimadas (e.g. KIRSCHHOFF et al., 2020), detecção de espécies ameaçadas (e.g. CAMPANARO et al., 2017) ou invasoras (e.g. MAISTRELLO et al., 2016), efeitos das alterações climáticas (e.g. SIVERTOWN et al., 2011), e monitoramento da qualidade ambiental (e.g. FRANÇA et al., 2019). Seguindo essa tendência, a Herpetologia Cidadã também vem ganhando notório destaque, tanto na ciência como na conservação. No entanto, no Brasil, apesar de cada vez mais frequentes, esses estudos ainda se encontram dispersos. Diante disso, a presente proposta de Simpósio tem como principais objetivos: 1) organizar o estado da arte da Herpetologia Cidadã no Brasil; 2) apresentar cinco projetos contemplando diferentes estratégias, regiões do país e grupos taxonômicos; 3) apontar novas possibilidades para o cenário nacional; 4) aproximar pesquisadores dedicados a essa temática para facilitar trocas de saberes e futuras colaborações; 5) despertar, estimular e inspirar recém ingressantes no curso de biologia nessa temática.

“Afinal, o que é Ciência Cidadã?”
Palestrante: João Victor A. Lacerda (Instituto Nacional da Mata Atlântica)

“Coaxos de Ciência e Conservação!”
Palestrante: João Victor A. Lacerda (Instituto Nacional da Mata Atlântica)

“Monitorando tartarugas marinhas a partir de registros fotográficos...”
Palestrante: Ágatha Naiara Ninow (Fundadora e vice-presidente do Instituto Tartabinhas)

“Sobre o uso da plataforma iNaturalist na Herpetologia Cidadã...”
Palestrante:Gabryella de Souza Mesquita (Diretora administrativa da ONG Instituto Boitatá de Etnobiologia e Conservação da Fauna)

“Pela conservação da Lachesis muta no estado do Ceará...”
Palestrante:Thabata Cavalcante (Universidade Federal do Ceará)

“Nomeando anfíbios brasileiros...”
Palestrante:Diego J. Santana (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul)
Resumo geral:É único chegar em um brejo e encontrar a diversidade de anfíbios coaxando. Por que na Ciência seria diferente? Diversidade é excelência. Apesar de conhecermos os benefícios de promover diversidade e inclusão e das tentativas de inserir grupos minoritários e historicamente excluídos na área, a sub-representação desses permanece por conta da persistência de desigualdades sistêmicas. Como outras áreas dentro de STEM (No inglês, Science, Technology, Engineering, and Mathematics), a Herpetologia é historicamente ocupada por homens cisgêneros, brancos, e, muito embora existam pesquisadoras excelentes, até hoje os colocamos em posições de destaque. A lacuna de representação de grupos minoritários estampa as consequências da construção de uma sociedade historicamente desigual e afasta essas pessoas tanto da progressão na carreira quanto das contribuições que poderiam fazer. A Herpetologia hoje é moderna e colaborativa, uma ciência de qualidade requer ideias geradas por diferentes tipos de ensinamentos, abordagens e experiências que levam a hipóteses inovadoras. Então, é preciso entender essa realidade e promover ambientes de discussão e oportunidade dentro da área, para que o histórico pessoal contribua para questões científicas. Além disso, entendemos que o conceito de inclusão é amplo e deve ser receptivo para todas as deficiências, mães e pais, raças, etnias, gêneros, idades e origens geográficas para que a construção de uma Herpetologia plena seja mais humana e respeitosa. Neste sentido, este simpósio visa discutir os viéses implícitos e explícitos considerando os diferentes grupos subrepresentados dentro da Herpetologia Brasileira, além de propor direcionamentos para promover um ambiente mais inclusivo e diverso.

“A SBH e a Comissão de Diversidade e Inclusão”
Palestrante: Karina Banci (Instituto Butantan)

“Caminhos para uma ciência mais inclusiva e diversa”
Palestrante: Luísa Diele-Viegas (Universidade Federal da Bahia)

“Mulheres? Que mulheres na ciência?”
Palestrante: Beatriz Vasconcelos (Associação Instituto Araguaia de Proteção Ambiental)

“Eu me vejo dentro da Herpetologia? Representatividade LGBTQIA+”
Palestrante:Quezia Ramalho (Universidade Estadual do Rio de Janeiro)

“Por que a acessibilidade em eventos científicos é importante?”
Palestrante:Fernanda Paiva (Universidade Estadual de Campinas)