X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

ORIGEM, TRAJETORIA E O ACERVO DA MAIOR COLEÇAO DE MAMIFEROS DA ZONA DA MATA MINEIRA: MUSEU DE ZOOLOGIA JOAO MOOJEN

Resumo

As coleções zoológicas no Brasil surgiram ao longo do século XIX abrigando a vasta biodiversidade brasileira e permitindo a realização de estudos em diversas áreas. O Museu de Zoologia João Moojen (MZUFV), pertencente a Universidade Federal de Viçosa (UFV), Minas Gerais (MG), Brasil, surgiu em 1933 e tem esse nome em virtude do seu criador, o professor João Moojen de Oliveira, que possuía uma coleção de vertebrados resultante de expedições em busca de material zoológico. Neste trabalho, descrevemos o histórico do MZUFV e caracterizamos o atual acervo da Coleção Mastozoológica do MZUFV (CM-MZUFV), o mais relevante da Zona da Mata Mineira. O histórico do museu foi descrito com base em dados de sua origem e curadoria. A caracterização do atual acervo da CM-MZUFV foi obtida a partir do levantamento dos espécimes depositados em vias seca e úmida. Foram contabilizamos o número de espécies e espécimes em cada nível taxonômico. Foi avaliado o crescimento da coleção ao longo das décadas desde sua criação e sua representatividade no bioma, no estado e no país. João Moojen permaneceu por cinco anos no MZUFV quando foi convocado a trabalhar no Museu Nacional, Rio de Janeiro. Seu sucessor, o aluno José Cândido de Melo Carvalho, ocupou o cargo por um ano. Entre 1939 e 1987, o acervo sofreu perdas e deterioração por curadoria inadequada. Após transferência para o Departamento de Biologia Animal no laboratório do professor Jorge Abdala Dergam na década de 1990, a coleção retomou seu crescimento quando em 1993 foi alocado em uma casa na Vila Gianetti, sua atual localização. A CM-MZUFV contém 11 ordens, 35 famílias, 208 espécies e 4.377 espécimes de mamíferos abrigando cerca de 30% da diversidade brasileira. Há material proveniente de 132 municípios brasileiros situados em maioria em MG (76,5%) e na Mata Atlântica (62,9%). A coleção possui exemplares de todos os biomas brasileiros, exceto do Pampa. As ordens mais especiosas são Rodentia (80spp.), Chiroptera (68spp.), Didelphimorphia (19spp.), Carnivora (18spp.) e Primates (12spp.). O acervo abriga material tipo de táxons recém-descritos, além de espécies raras em coleções científicas. Dentre as espécies tombadas, 25 estão na lista de ameaça do estado de MG, 26 na brasileira, e 15 na global. Desde sua criação, a CM-MZUFV não apresentou crescimento expressivo até a década de 1990. Posteriormente, houve crescimento exponencial quadruplicando o número de exemplares e quase dobrando o número de espécies nesta coleção, ressaltando a importância de curadoria especializada. A CM-MZUFV é relevante e peculiar pois funciona como local de aula para estudantes de nível fundamental, médio e superior, além de receber pesquisadores nacionais e internacionais ao longo do ano visto que abriga espécies taxonomicamente relevantes e séries extensas. Dessa forma, pode ser inserida em todas as categorias de coleções zoológicas segundo critérios de Vivo et al. (2014): sistemática, pesquisa, referência, didática e expositiva. O grande avanço pós década de 1990 refletiu a contratação de novos professores na área de Zoologia e consequentemente o aumento de projetos e pesquisas na área ao longo da Zona da Mata.

Palavras-chave

conservação, pesquisa, mastozoologia, diversidade, mata atlântica

Financiamento

Área

Biologia da Conservação

Autores

Pollyanna Alves Barros, Gisele Mendes Lessa, Marcus Vinícius Brandão, Bianca de Souza Araújo Adão, Flávio Augusto da Silva Coelho, Fernanda de Morais Cortes