X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

NOVOS DADOS DE RIQUEZA CORROBORAM OS PADROES ZOOGEOGRAFICOS CLASSICOS DA COMUNIDADE DE PEQUENOS MAMIFEROS NAO-VOADORES (DIDELPHIMORPHIA E RODENTIA) DA AMAZONIA

Resumo

Estudos clássicos sobre os padrões de diversidade e de similaridade da comunidade de pequenos mamíferos não-voadores na Amazônia recuperaram quatro grandes regiões: América Central (AC), Guianas (GU), Oeste da Amazônia (OA) e Sudeste da Amazônia (SA). Desde então, novas amostragens foram realizadas na Amazônia, além de novos arranjos taxonômicos propostos. Assim, o objetivo foi verificar os efeitos destes novos dados nas regionalizações faunísticas, propostas para a Amazônia, baseadas na comunidade de pequenos mamíferos não-voadores. Para isso, foram realizadas análises de similaridade com dados de riqueza de 21 localidades da bacia Amazônica, sendo três delas inéditas: Jufari (RR), Jirau (RO) e Alto Rio Acre (AC). Construíram-se dendrogramas utilizando o algoritmo UPGMA e o coeficiente de Jaccard empregando 100 espécies de pequenos mamíferos (Didelphidae, Cricetidae e Echimyidae). Realizou-se uma análise combinada, incluindo todos os táxons, e uma para cada família. A análise combinada recuperou as quatro regiões (AC, GU, OA e SA), com altos valores de bootstrap (>70) e CC=0,92. As novas áreas adicionadas a este estudo possuem comunidades similares àquelas de suas regiões de entorno, Jufari (GU) e Jirau e Alto Rio Acre (OA). Espécies compartilhadas por Jirau e outras localidades do OA: Caluromys lanatus, Philander mcilhennyi, Euryoryzomys nitidus, Hylaeamys perenensis, Oecomys superans, Proechimys simonsi e P. steerei; Alto Rio Acre e OA: Marmosa (Micoureus) regina, Euryoryzomys nitidus, Hylaeamys perenensis, Oecomys superans, Rhipidomys gardneri, Dactylomys boliviensis, Proechimys brevicauda e P. simonsi; Jufari e demais localidades de GU: Oecomys auyantepui, O. rutilus e Proechimys guyannensis. As análises por família resultaram em padrões similares àqueles obtidos com toda a comunidade, porém os baixos valores de suporte das análises por família podem ser atribuídos aos poucos táxons em comum que compõem cada área, o que foi mitigado na análise combinada. Cricetidae (CC=0,91) e Echimyidae (CC=0,90) apresentaram um padrão geral próximo ao da combinada, sendo Oecomys e Proechimys os principais gêneros responsáveis pelos padrões observados. Considerando Didelphidae (CC=0,85), apenas AC é integralmente recuperada e SA é desmembrada entre AO e GU. A margem esquerda do Rio Xingu se assemelha a localidades de OA, compartilhando Marmosa lepida, Monodelphis glirina e Glironia venusta; a margem direita do Rio Xingu e Araguaia, se associaram a localidades de GU, compartilhando respectivamente Monodelphis touan e Marmosops pinheiroi; e Caluromys philander e Marmosa (Micoureus) demerarae. Alto Rio Acre ficou isolada externamente a todas as localidades devido à presença de D. marsupialis (compartilhada com todas as localidades) e M. bishopi (compartilhada com Jufari e OA). Concluindo, nossos resultados: (i) corroboraram estudos anteriores sobre a regionalização faunística da bacia Amazônica em quatro áreas; (ii) evidenciaram que esses padrões de similaridade são robustos e foram pouco afetados pelas últimas revisões taxonômicas e pelo acréscimo de novas localidades, (iii) a análise de similaridade por grupo taxonômico traz diferentes perspectivas acerca dos padrões de diversidade de cada grupo em relação ao da comunidade.

Palavras-chave

Biogeografia, Cricetidae, Didelphidae, Echimyidae, Similaridade, Riqueza

Financiamento

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP): 09/16009-1, 15/02853-6, 16/24464-4, 16/20055-2, e 11/15793-0

Área

Biogeografia/Macroecologia

Autores

Leandro Perez Godoy, Jeronymo Dalapicolla, Edson Fiedler de Abreu-Junior, Vanessa Lucena de Salles, Claudia Nunes-Santos, Alexandre Reis Percequillo, Gustavo Simões Libardi