X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

INFLUENCIA DOS FATORES ABIOTICOS E DA PAISAGEM SOBRE A RIQUEZA DE MAMIFEROS DE MEDIO E GRANDE PORTE EM MATAS DE ARAUCARIA SUL-BRASILEIRAS.

Resumo

Conhecer quais variáveis ambientais interferem na distribuição de espécies é um fator importante para nortear estratégias de conservação, sobretudo nas ameaçadas áreas de Floresta Ombrófila Mista da Mata Atlântica subtropical. Assim, o objetivo deste trabalho foi inferir quais variáveis abióticas e de paisagem influenciam na distribuição de mamíferos de médio e grande porte no Parque Nacional de São Joaquim em Urubici-SC. Desde 2014 amostramos dois módulos do PPBio-SC através de armadilhas fotográficas instaladas em 13 parcelas dos módulos por um período de 45 dias. As variáveis de paisagem – floresta, estepe, agricultura – foram derivadas dos mapas da SOS Mata Atlântica tratados no programa MapInfo. As variáveis abióticas – horas de sol/ano, radiação potencial, temperatura média mínima, orientação da encosta e declividade da encosta – foram obtidas no site do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia do estado de Santa Catarina. Utilizamos uma análise de regressão múltipla (GLM: distribuição de Poisson) para selecionar modelos preditores da riqueza de espécies de mamíferos em função das co-variáveis abióticas e de paisagem. Adotamos o valor do Critério de Informação de Akaike (AIC) para selecionar o melhor modelo entre os modelos candidatos. Nosso esforço de amostragem resultou em um total de 900 armadilha-dia. Nas 13 parcelas, obtivemos 437 registros independentes de 17 espécies silvestres e 4 exóticas. O melhor modelo preditivo da riqueza de espécies revelou a influência da quantidade de floresta e de cobertura por estepes. A regressão mostrou que a riqueza é maior quando a cobertura de floresta é menor, e esse fator está condicionado a presença de estepes. Isso ficou mais evidente quando a cobertura de estepes é maior que 50%, indicando que a riqueza é composta por mais mamíferos típicos de áreas abertas, semiabertas ou por espécies florestais que toleram ambientes de transição e abertos. Porém, os modelos de regressão mostraram um grande intervalo de confiança aos ajustes das curvas, pois nossos dados derivam de poucas parcelas até o momento. Esperamos em breve contar com mais acurácia nas análises pois estão sendo amostradas mais 32 parcelas. Nossos resultados evidenciam até aqui a importância da heterogeneidade da paisagem na manutenção da biodiversidade de mamíferos nessa que é uma das formações florestais mais ameaçadas da Mata Atlântica sul-americana. Ainda, os resultados sugerem que a fauna relictual é composta essencialmente de espécies com ampla tolerância a diferentes condições da paisagem.

Palavras-chave

armadilhas fotográficas, mamíferos, paisagem, diversidade, Mata Atlântica, PPBio.

Financiamento

Esse trabalho foi financiado pelo Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) rede Mata Atlântica (CNPq 457451/2012-9) e CNPq/Capes/FAPs/BC-Fundo Newton/PELD nº 15/2016.

Área

Ecologia

Autores

Bruna Nunes Krobel, Paula Danyelle Ribeiro de Souza, Barbara Lima Silva, Juliano André Bogoni, Jorge José Cherem, José Salatiel Rodrigues Pires, Marurício Eduardo Graipel