X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

LEVANTAMENTO DAS ESPECIES DE MARSUPIAIS NO CAMPUS II DA PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE GOIAS

Resumo

Os marsupiais são representados no Brasil apenas pela família Didelphidae (Didelphimorphia), com 15 gêneros e 56 espécies, sendo que, no Cerrado 26 espécies são registradas. Este trabalho teve como objetivo fazer um levantamento das espécies de marsupiais em fragmento de Cerrado em contexto misto urbano/rural no Campus II da PUC-Goiás, calcular a taxa de sucesso de captura e avaliar a abundância dos espécimes. Entre janeiro a abril de 2019 foram utilizadas armadilhas Sherman de tamanho pequeno (30,5 x 9 x 7,8 cm) e tamanho grande (42,7 x 13,6 x 11,7 cm), 9 instaladas em solo e 9 em estrato arbóreo (1,5 m a 2 m do chão), as iscas utilizadas foram banana, paçoca e sardinha. Os indivíduos capturados foram pesados, medidos, fotografados, para identificar recapturas, foram feitas pequenas marcas com esmalte vermelho atrás da orelha (para evitar aumento de predação) e logo depois foram soltos no mesmo local de captura. A idade dos marsupiais capturados foi inferida através da erupção dos molares superiores (M1, M2, M3 e M4). O estágio reprodutivo das fêmeas de marsupiais foi inferido através do inchaço das mamas e presença de manchas amarronzadas localizadas no ventre. Foram capturados no total 52 espécimes, sem contar as recapturas, a espécie mais abundante foi  Marmosa murina (Linnaeus, 1758), com 57,69%, em seguida Didelphis albiventris (Lund, 1840), com 17,31%, apesar de não ser o objetivo principal do trabalho, foram registradas também  a captura de duas espécies de roedores (Mammalia: Rodentia), Rattus rattus (Linnaeus, 1758) responsável por 13,46% e Oecomys bicolor (Tomes, 1860), com 11,54% do total de capturas. Somente estas quatro espécies foram registradas. As armadilhas de tamanho grande apresentaram maior sucesso de captura em relação as de menor tamanho. Quanto ao hábito, a espécie M. murina mostrou preferir o estrato arbóreo por apresentar uma frequência de 53,3% das capturas em armadilhas no sub-bosque, já o D. albiventris exibiu um resultado oposto, com 55,6% das capturas em armadilhas no solo. Um dado importante de ressaltar é em relação à média de peso entre os sexos de M. murina, as fêmeas alcançaram uma média de 38,38 g enquanto os machos de 28,02 g (teste de T com valor de p= 0,006), além disso a frequência em comparação ao sexo, 56,7% dos M. murina capturados eram fêmeas contra 43,3% de machos, sugerindo que as fêmeas estariam necessitando de uma demanda energética maior por causa do período de lactação, devido a maioria apresentar mamilos inchados, uma carregava filhotes, portanto maior atração pelas iscas em relação aos machos. Outra informação que pode explicar o porquê dos machos M. murina estarem mais leves do que as fêmeas em relação a idade, visto que muitos eram jovens, pois não exibiam o quarto molar superior em sua dentição. Apesar da área amostral ser um pequeno fragmento de Cerrado antropizado, sustenta populações funcionais de M. murina e Didelphis albiventris, que bem sobrevivem e reproduzem.

Palavras-chave

Didelphidae, Marmosa murina, captura, abundância.

Área

Inventário de Espécies

Autores

Aline Fabiano Corrêa, Verônica Amendola Jung, Matheus Godoy Pires