X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

DIETA DE PEQUENOS MAMIFEROS DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DOS ORGAOS – RJ

Resumo

Estudos de dieta podem fornecer importantes informações a respeito da biologia das espécies, como seus hábitos e preferências alimentares, suas relações com outras espécies e com o ambiente e seus comportamentos. Apesar de sua importância, o estudo da dieta de muitas espécies silvestres ainda é escasso, principalmente no caso de pequenos mamíferos. Neste trabalho, estamos caracterizando a dieta de 5 roedores silvestres do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, incluindo espécies que são potenciais reservatórios de zoonoses, e verificando a sobreposição e similaridade em suas dietas. A captura dos indivíduos foi feita da seguinte forma: foram estabelecidos 6 transectos de armadilhas gradeadas e 4 de armadilhas-de-queda. As armadilhas ficaram ativas para a captura por 10 noites consecutivas e foi feita uma campanha na estação chuvosa (2014) e uma na seca (2015). Foram coletadas amostras de fezes e conteúdo estomacal dos indivíduos, que foram armazenadas em tubos com álcool a 70%, e levadas para o Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios, IOC-FIOCRUZ. As amostras foram lavadas sob peneira de malha fina e secas em estufa. Itens retidos na peneira foram triados e separados com o auxílio de uma lupa eletrônica e cada item alimentar foi identificado em menor nível taxonômico possível. A frequência de itens alimentares nas amostras foi calculada para cada espécie. Foram coletados amostras de estômago e de fezes de 92 pequenos mamíferos de 5 espécies distintas: Akodon montensis (N= 38), Didelphis aurita (N= 11),  Oligoryzomys nigripes (N= 28), Oxymicterus sp. (N= 4) e Trinomys dimidiatus (N= 11).   O consumo de itens de origem animal (artrópodes e/ou vertebrados) teve ocorrência de 91% entre todas as espécies, e o consumo de itens de origem vegetal com 87% de ocorrência. De maneira geral, os resultados apontam para uma dieta onívora para todas as espécies, com a presença tanto de matrial de origem vegetal quanto animal nas amostras. Entretanto, A. montensis se mostrou mais insetívoro e a única espécie que consumiu mais de 3 grupos de artrópodes: Coleoptera, Orthoptera, Hymenoptera, Hemiptera e Aranae. O. nigripes, por sua vez, foi a mais herbívora, com ocorrência de 92% de material vegetal (caules, folhas, raízes e sementes) nas amostras. Com o auxilio do programa EcoSim 700, foram calculadas a sobreposição de dieta, e a maior sobreposição ocorreu entre  O. nigripes e A. montensis (92%); a menor sobreposição foi obtida entre T. dimidiatus e O. nigripes (87%).

Palavras-chave

Dieta; Roedores; Ecologia; Nicho ecológico .

Financiamento

PPBIO, Rede Mata Atlântica-CNPq (PPBIO/GEOMA); Processo 477524/2012 Programa Atração Novos Talentos – Edital 060/2011; projeto 050/2012 FAPERJ PDS 2015/2

Área

Ecologia

Autores

Mateus Rodrigues Soares, Natalie Olifiers, Luan Alberto Odorizzi, Paulo Sergio D'Andrea