Dados do Trabalho
TÍTULO
CARACTERIZAÇAO CITOGENETICA DE PEQUENOS MAMIFEROS NAO-VOADORES (DIDELPHIMORPHIA, RODENTIA) DA MATA ATLANTICA MINEIRA
Resumo
A Mata Atlântica compreende uma grande riqueza de pequenos mamíferos não-voadores, incluindo um número elevado de espécies endêmicas. Apesar dos crescentes estudos envolvendo o grupo, padrões de diversidade permanecem incertos, pois esses animais possuem distinção taxonômica difícil a níveis morfológicos, principalmente os roedores. Assim, é necessária a aplicação de outras técnicas para auxiliar a correta identificação, como a citogenética. Objetivou-se analisar e diferenciar a composição cariotípica da fauna de marsupiais e pequenos roedores da Zona da Mata Mineira, utilizando técnicas de coloração convencional. A área de estudo se localiza no município de Caparaó, MG, que compreende um fragmento de floresta localmente conhecido como “Grumarim”. As análises se basearam em cromossomos metafásicos de células da medula óssea preparadas in vitro, através do cultivo em meio de cultura. As metáfases foram coradas com coloração convencional (GIEMSA) e captadas em microscópio óptico, acoplado a um sistema digital de captura de imagem. Posteriormente, foram montadas e analisadas caracterizando o número diploide (2n) e o número de braços autossômicos (NF). Foram analisadas amostras de quatro espécies de roedores: Akodon cursor, A. serrensis, Delomys sublineatus, Sooretamys angouya e de três espécies de marsupiais: Marmosops incanus, M. paulensis e Philander quica. O cariótipo de A. cursor mostrou 2n=14 e NF=18, 19 e 21. Essa espécie apresenta grande variedade cariotípica, tanto no número diploide, quanto no número de braços autossômicos, podendo variar de 2n= 14 a 16 e NF=18 a 26. Sendo assim, as variações cariotípicas encontradas estão de acordo com as listadas na literatura. O cariótipo de A. serrensis mostrou 2n=46 e NF=46. Essa espécie apresenta cariótipo bastante estável. O cariótipo de D. sublineatus mostrou 2n=72 e NF=90. Os indivíduos de S. angouya mostraram 2n=58 e NF=60. Para M. incanus as análises evidenciaram 2n=14 e NF=24, enquanto M. paulensis apresentou 2n=14 e NF=24. Ambas as espécies de marsupiais apresentam o cariótipo similar, diferindo pelo quarto par, que em M. incanus é um metacêntrico e em M. paulensis um submetacêntrico. O cariótipo de P. quica mostrou 2n=22 e NF=20. Para todas as espécies avaliadas, os resultados corroboraram fórmula cariotípica descritas na literatura. Os resultados ampliam os registros de cariótipos de roedores sigmodontíneos e marsupiais. Os marsupiais mostraram cariótipo com características semelhantes aos descritos por outros autores, contudo, devido ao cariótipo bastante conservado, os estudos citogenéticos se tornam importantes para se conhecer a genética de mamíferos, bem como a evolução cromossômica dessa classe. Notamos que a principal diferença cromossômica entre as duas espécies do gênero Marmosops estudadas são o quarto par do complemento autossômico. Já os roedores, apresentam intensa variação cromossômica, como observado em A. cursor onde encontramos três diferentes números de braços autossômicos, enquanto em outras espécies não apresentaram polimorfismo cromossômico. Os roedores em especial, são morfologicamente muito semelhantes, como as espécies do gênero Akodon, sendo assim, os estudos cariotípicos são importantes para esclarecer a taxonomia de algumas espécies, contribuindo assim, para o conhecimento da diversidade do local.
Palavras-chave
Cariologia, Marsupiais e pequenos roedores, Mata Atlântica
Área
Genética
Autores
Gennifer Rosa Pinheiro Tavares, Maria Clara Santos Ribeiro, Michel Barros Faria