X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANALISE DO STATUS DE BIOINDICADORES DOS MORCEGOS PHYLLOSTOMINAE (CHIROPTERA) NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Resumo

<p>A subfamília Phyllostominae (Phyllostomidae) é predominantemente animalívora tendendo à especialização alimentar, sendo considerada por alguns autores bioindicadores de qualidade de habitat. O Estado do Rio de Janeiro possui registro de 15 espécies de Phyllostominae. Neste trabalho estudamos a distribuição de Phyllostominae e em diferentes localidades no Estado do Rio de Janeiro e analisamos a relação entre riqueza e vegetação para avaliarmos a confiabilidade desses morcegos como bioindicadores. Coletamos dados bibliográficos de inventários de morcegos em diversos estudos. Utilizamos apenas trabalhos que descrevessem claramente as espécies capturadas, e, como a abundância nem sempre foi descrita, optamos por trabalhar com a riqueza das espécies. Utilizamos o sistema taxonômico mais recente para a classificação da subfamília Phyllostominae de Baker et al. (2016). Retiramos das análises a espécie Phyllostomus hastatus por ser generalista e não ser considerada indicadora biológica. Os dados de vegetação utilizados foram fornecidos pelo site Mapbiomas. O site Mapbiomas fornece legenda classificando a localidade de acordo com a classificação da vegetação: Floresta nativa (vegetação madura), Agropecuária (gramíneas, rasteira ou pasto), Silvicultura ou Área urbana. A análise de 50 trabalhos resultou em dados para 57 localidades das quais 35 apresentaram registro de Phyllostominae e 22 não apresentaram registro. A maioria das pesquisas foi conduzida em Florestas nativas (54%, 31 localidades), seguido por áreas de Agropecuária (39%, 22 localidades), Área urbana (5%, três localidades) e área de Silvicultura (2%, uma localidade). As áreas de Floresta nativa apresentaram variação de 2 a 36 espécies de morcegos (média de 21 ± 8 espécies) enquanto as pesquisas em localidades de Agropecuária variaram de 1 a 36 espécies (média de 14 ± 9 espécies). As pesquisas em Área urbana apresentaram variação de 3 a 31 espécies capturadas (média de 15 ±14 espécies). Apenas uma localidade foi classificada como Silvicultura apresentou 16 espécies, sendo 14 filostomídeos e apenas uma captura de Phyllostominae (um Tonatia bidens). Quatorze amostragens feitas em áreas de Agropecuária não tiveram registros de Phyllostominae e apenas seis amostragens feitas em Floresta nativa não apresentaram registros. As riquezas de Phyllostominae nas pesquisas conduzidas em áreas de Floresta nativa apresentaram média de 8% (n=1,7 Phyllostominae) da riqueza total (n= 21,2) de morcegos e 10% da riqueza total de Phyllostomidae (n= 16,3). Esse resultado foi maior em comparação com as demais localidades: 4% da riqueza total e 6% do total de Phyllostomidae para áreas de Agropecuária e 2% do total e 3% de Phyllostomidae para Áreas urbanas. As três localidades que apresentaram maior riqueza de Phyllostominae (cinco espécies) foram Reserva Biológica do Tinguá, Reserva Ecológica de Guapiaçú e Reserva Biológica Poço das Antas, seguidas de seis outras localidades com quatro espécies capturadas, todas em área de Floresta nativa. De acordo com os resultados, observamos que Phyllostominae apresentam maior capturabilidade em localidades de vegetação menos perturbada. Concluímos que para o Estado do Rio de Janeiro, os Phyllostominae se adéquam como bioindicadores de conservação.</p>

Palavras-chave

<p>Bioindicadores, Phyllostominae, Rio de Janeiro, Mata Atlântica, localidade</p>

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Financiamento

<p>Financiamento para a pesquisa:</p>

<p>Dra Luciana de Moraes Costa<br />
&nbsp;Faperj/CAPES -&nbsp;E-26/101.399/2014</p>

<p>Dra Elizabete Captivo Lourenço</p>

<p>Faperj/CAPES - E-26/202.158/2015</p>

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Área

Ecologia

Autores

Daniel Abreu Damasceno Jr, Quézia Melo Ramalho, Elizabete Captivo Lourenço, Helena Godoy Bergallo, Luciana Moraes Costa