X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

UMA EXPERIENCIA DE AULA INVESTIGATIVA COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DE EVOLUÇAO E ESTUDOS SOBRE A DIVERSIDADE DE MAMIFEROS.

Resumo

<p>A educação científica tem por objetivo socializar a produção acadêmica, que é, também, o produto de uma construção humana, social e cultural, produzida em resposta às questões e demandas sociais. Entretanto, alguns temas comuns à prática científica, trabalham conceitos antagônicos aos conceitos centrais-organizadores dos alunos, cuja confrontação pode provocar conflitos no processo de aprendizagem. Partindo de conceitos de educação construtivista e de ensino por investigação, este trabalho visou produzir um plano de ensino que mitigasse problemas como obstáculos epistemológicos, isto é, barreiras para a aprendizagem e construção do espírito científico, que podem se apresentar de diversas formas como obstáculos verbais e pragmatismo, e também entraves em relação aos modelos concentuais no ensino de evolução e da diversidade da mastofauna brasileira. Sendo o seu principal objetivo elaborar um plano de aula que facilite o processo de aprendizagem, tendo em vista as dificuldades observadas no ensino/compreensão desses conceitos. Neste contexto esperavasse encontrar concepções prévias equivocadas ou superficiais sobre o assunto, assim como dificuldade na recepção de novos conceitos científicos. Para a aula investigativa, foram utilizados crânios de mamíferos depositados na coleção didática de vertebrados da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), como ferramenta para a elaboração de hipóteses tais como, semelhanças e diferenças entre os crânios, características singulares e o motivo de tais características estarem presentes, sendo que grande parte das hipóteses apresentadas remetiam aosconceitos de evolução e biodiversidade abordados nas aulas. As hipóteses e questionamentos, trabalhados pelos alunos, foram elucidadas em conjunto e os termos evolutivos e conhecimentos sobre a biodiversidade brasileira foram retrabalhados ao fim do processo, para consolidação dos mesmos. As aulas foram realizadas na Escola Estadual de Ensino Médio Agenor Roris (Vila Velha-ES), para alunos do 3º ano do ensino médio e o plano de ensino esboçado durante a disciplina de Estágio Supervisionado de Docência. O plano de ensino elaborado, contendo ao todo duas atividades e com perspectiva de uma hora de duração, também foi cedido para utilização em visitas escolares ao laboratórios didáticos da UFES. Observou-se que pela presença de ferramentas não convencionais ao cotidiano dos alunos, a aula com peças didáticas fomentou o interesse dos alunos pelo conteúdo abordado e facilitou o processo de integração dos mesmos na atividade, quando comparado, de forma qualitativa por análise de conteúdo, com o observado em aulas expositivas habituais. Dessa forma por meio da análise do sentido simbólico das respostas e hipóteses apresentados pelos alunos em aula, foi possível aferir uma maior apropriação do conhecimento, mesmo que os próprios alunos não tivessem se dado conta desta apropiação. Pela perspectiva do ensino por investigação, os alunos aprendem mais pela experiência direta do que quando participam de forma passiva, mudando a dinâmica de aula expositiva para aula ilustrativa. Os alunos vêem os experimentos na sala de aula como uma prática importante que contribui para o processo de ensino-aprendizagem. Portanto, atividades de cunho integrativo e investigativo são de grande importância para o melhor aproveitamento do tempo de ensino e inclusão dos alunos nas dinâmicas.</p>

Palavras-chave

<p>Ensino por investigação, obstáculos epistemológicos, modelo conceitual, evolução, biodiversidade e plano de ensino.</p>

Financiamento

<p>UFES, CAPES, FAPES, CNPq</p>

Área

Educação Ambiental/Ensino

Autores

Angelica A Simões Bolzan