X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

INFLUENCIA ECOLOGICA NA MODULARIDADE NOS MEGADIVERSOS ROEDORES CAVIOMORFOS

Resumo

<p>Diversas estruturas corporais estão subdivididas em componentes com diferentes graus de integração, conhecidos como módulos. Os diferentes módulos podem responder diferencialmente às pressões seletivas, permitindo que organismos que apresentam uma alta modularidade tenham uma maior disparidade morfológica. Em contraste, espécies com estruturas fortemente integradas podem mudar rapidamente ante pressões ambientais, mas sem grande variação morfológica. Os caviomorfos é um dos grupos da região Neotropical mais diversos morfologicamente e taxonomicamente. Estes apresentam múltiplos modos de vida (terrestres, arborícolas, fossoriais, subterrâneos e semiaquáticos) como resultado da adaptação aos ambientes onde habitam. Neste trabalho, o objetivo foi determinar o melhor modelo de modularidade em crânios de Caviomorfos e analisar a variação morfológica do crânio e seus módulos em relação aos diferentes de hábitos de vida. Foram realizadas reconstruções 3D a partir de fotogrametria de 51 espécies, usando o programa Autodesk RecapPhoto. Após a obtenção das reconstruções, estabelecemos 26 marcos anatômicos (landmarks) utilizando o programa IDAV Landmark Editor 3.6v. Todos os landmarks foram digitalizados por uma única pessoa. Posteriormente foi realizado a sobreposição de Procrustes no pacote geomorph, na plataforma R. A modularidade foi avaliada a partir de duas abordagens: (i) a partir de matrizes de correlação, utilizando uma abordagem de máxima verosemilhança e (ii) a partir do índice de CR (razão de covariância) com 999 permutações. Formulamos sete hipóteses de modularidade (variando de dois até seis módulos), sendo selecionado o melhor modelo a partir do menor valor do índice de akaike (AICc) no pacote EMMLi na plataforma R. O melhor modelo selecionado foi avaliado a partir do índice CR, no pacote geomorph. Por último analisamos a variância de Procrustes para cada um dos módulos dentro dos diferentes hábitos de vida. Nossos resultados evidenciaram que o melhor modelo de modularidade para caviomorfos foi de cinco módulos (M1: região Oral, Nasal e Molares; M2: arco zigomático, M3: orbital, M4: abóboda craniana e M5: bula timpânica) (ML: 489351; k=16; media da correlação entre os módulos: rho=0,21). A hipótese foi sustentada pelo índice de CR (CR=0,81; p&lt;0,01). As maiores variâncias de Procrustes foram observadas nos módulos M1 (0,0068), M2 (0,0053) e M5 (0,0032). Dos diferentes estilos de vida, a mais baixa correlação entre os módulos foi observada nas espécies terrestres (rho=0,18) e a maior correlação entre os modulos (maior integração) foi observada no grupo subterrâneo (rho=0,24) e fossoriais (rho=0,26). O índice de CR apoiou a existência de cinco módulos só para o grupo terrestre (CR=0,80; p&lt;0,001). Por outro lado, o grupo fossorial e subterrâneo apresentaram as menores variâncias de Procrustes nos M1, M2 e M5. Nossos resultados evidenciam que as espécies cursoriais apresentam uma marcada estrutura modular, sendo refletida numa grande diversidade morfológica. Em contraste, as espécies fossoriais e subterrâneas apresentam uma maior integração morfológica, possivelmente associada com uma menor disparidade fenotípica. Assim, nosso trabalho evidencia como a conquista de diversos ambientes pode dirigir a estrutura modular do crânio, onde linhagens altamente especializadas como são as fossoriais e subterrâneas apresentam uma maior integração e menor variabilidade morfológica.</p>

Palavras-chave

<p>Fossorial; Integração morfológica; Modelos 3D; Morfometria Geométrica; Subterrâneo.</p>

Financiamento

<p>CNPq e CAPES</p>

Área

Evolução

Autores

THAIS DE ANDRADE MOURA, Franciely Fernanda Silva, Darlan Da Silva, Diego H. Verzi, Pablo Ariel Martinez