Dados do Trabalho
TÍTULO
INFLUENCIA DE VARIAÇOES ALTITUDINAIS EM POSSIVEIS DIFERENÇAS MORFOMETRICAS DE GRACILINANUS SPP. (DIDELPHIMORPHIA: DIDELPHIDAE), DEPOSITADOS NAS COLEÇOES DO MCN PUC MINAS E UFMG
Resumo
O gênero Gracilinanus é composto de seis espécies válidas distribuídas em grande parte do continente Americano, o grupo apresenta ocorrência desde grandes altitudes até elevações mais baixas. Três dessas espécies encontram-se no Brasil, sendo que, duas são mais amplamente distribuídas. O presente estudo visa verificar e avaliar a relação entre a variação de altitude com possíveis alterações morfométricas de Gracilinanus agilis e Gracilinanus microtarsus depositados na Coleção de Mastozoologia do Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e da Coleção de Mamíferos da Universidade Federal de Minas Gerais. Para o desenvolvimento da pesquisa foram selecionados apenas indivíduos adultos, seguindo parâmetros utilizados em outros estudos com o grupo. Foram utilizadas medidas de comprimento do corpo e peso dos espécimes analisados. A altitude do local de coleta foi obtida, quando não informada junto ao exemplar, por meio do programa Google Earth Pro, a partir da coordenada do ponto de captura. Para as análises estatísticas foi utilizado um modelo linear de correlação de variáveis quantitativas. O teste escolhido foi o coeficiente de correlação de Pearson (r) que exprime o grau de correlação através de valores situados entre -1 e 1. Todos os testes estatísticos foram realizados no programa RStudio versão 3.5.1. Foram analisados 105 espécimes de Gracilinanus spp. Os resultados mostram que os espécimes adultos de Gracilinanus spp. provenientes das regiões centro-oeste e sudeste depositados em ambas as coleções foram coletados em altitudes com variações entre 46 e 1368 metros de elevação. As medidas encontradas neste estudo diferem nos dados disponíveis na literatura e variaram de 23,5mm a 183mm e 5g a 110g; 81mm a 129mm e 12g a 42g, respectivamente. As análises demonstram que, existe uma correlação inversa entre as variáveis Comprimento do Corpo e Altitude, e uma relação linear positiva entre as variáveis peso e altitude. Os resultados indicam que em altitudes mais elevadas o corpo destes pequenos mamíferos tende a ser menor e o seu peso tende a ser maior se comparado com regiões de menores altitudes. Elevações mais altas estão associados a um declínio na riqueza de espécies em muitos grupos de animais e vegetais. Desta maneira, uma possível hipótese para a correlação destas variáveis está associada ao fato de que com o menor número de espécies animais na região a competição por alimento também irá diminuir e portanto o peso seria mais elevado mesmo com um déficit no desenvolvimento do comprimento corporal. Outra possível hipótese é a associação do fato de uma adaptação biológica mais eficaz para o armazenamento de gordura nestes animais uma vez que recursos alimentares em maiores altitudes é mais escasso. Os resultados encontrados indicam a relação entre alterações morfológicas e mudanças altitudinais, entretanto, para que seja possível avaliar quais os caracteres possivelmente são afetados biogeograficamente, sugere-se que esse trabalho seja complementado com a investigação de outros espécimes, depositados em outras coleções e de diferentes localidades. Para tanto, pretende-se dar continuidade ao presente estudo para o qual serão consultadas outras coleções do estado de Minas Gerais.
Palavras-chave
marsupiais, cuíca, ecologia
Área
Ecologia
Autores
Lucas Filipe de Assunção Sousa, Albert Carl Cavalcante Lindemann, Claudia Guimarães Costa