X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

RIQUEZA DE MAMIFEROS DE MEDIO E GRANDE PORTE EM QUATRO CATEGORIAS DA PAISAGEM DO ALTO CURSO DO RIO PARAGUAI

Resumo

Nas regiões ecotonais de Mato Grosso, a vegetação nativa tem sido severamente modificada para atender as demandas do agronegócio. Promovendo no planalto, depressão e planície da drenagem da bacia do alto rio Paraguai a implantação principalmente de monoculturas. As consequências disso tem sido a perda da biodiversidade da região, pois ocorre a redução de habitat das espécies nativas. Especificamente sobre os mamíferos silvestres médios e grandes é ausente de informações sobre os efeitos desse fator na riqueza do grupo ao longo do gradiente do alto curso do rio Paraguai. Diante disso, gera a hipótese que, além da variação da riqueza ser relativa aos domínios Amazônia, Cerrado e Pantanal, é influenciada pela redução de floresta nativas no planalto, depressão e planície. Portanto, a presente pesquisa teve o objetivo de estudar a riqueza de mamíferos médios e grandes em 12 localidades distribuídas no alto curso do rio Paraguai, Mato Grosso. No levantamento do grupo foi empregado as metodologias transecção linear, armadilhas fotográficas, entrevistas com moradores locais e busca por vestígios das espécies em campo. As áreas foram selecionadas a partir de observações de imagens de satélite no programa Google Earth, sendo escolhidas conforme volume de vegetação nativa com distância mínima de 30 km entre elas. Na categorização das áreas foram adotados a altitude, formas de superfície e relevo, onde acima de 400m (a.a.n.m.) o planalto, até 200m como depressão e abaixo disso como planície. A identificação de animais e pegadas foram obtidas a partir da literatura. Um total de 39 espécies distribuídas em 22 ordens foram detectadas nas 12 áreas estudadas. A área com maior riqueza foi de 39 espécies no planalto, onde o rio é calhado até a foz do rio Sepotuba, sucedida por valores menores até a menor riqueza com 11 espécies em áreas com inundações laterais no Pantanal. Dessas espécies 13 estão como ameaçadas de extinção. Destaca-se, entretanto, o Sapajus cay, onde, embora tenha sido a espécie mais encontrada por área, é a que apresenta menor distribuição geográfica, além disso, parece que nessa região é onde a espécie tem maior abundância, o que reforça a necessidade de manutenção dessas areas. A redução da riqueza foi congruente com a depressão da bacia, porém foi detectado que as maiores riquezas tiveram relação com a fitofisionomia. Por sua vez, no planalto era esperada a maior riqueza devido a presença de floresta. Conforme previsto, àquelas áreas com menor extensão de vegetação apresentaram menores riquezas que a esperada, consolidando a hipótese de estudo. Diante disso, é necessário que estratégias de reposição da vegetação sejam apoiadas como prioridade no estabelecimento de novos habitats.

 

Palavras-chave

Palavras chaves: Pantanal; biodiversidade; mamíferos; primatas

Financiamento

 

Fonte financiadora: FAPEMAT Edital em Rede 037/2016

Área

Ecologia

Autores

Manoel Santos-Filho, Almério Câmara Gusmão, Odair Diogo Silva, Thatiane Martins Costa