X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

SALMONELLA SPP. EM PEQUENOS MAMIFEROS SILVESTRES DE FRAGMENTOS FLORESTAIS DA MATA ATLANTICA NO SUL DA BAHIA, BRASIL

Resumo

 

A fauna silvestre pode representar uma fonte de infecção e transmissão de agentes patogênicos para o homem e outras espécies de animais, constituindo um problema de Saúde Pública e Ambiental. A alteração ambiental favorece a disseminação de zoonoses emergentes, destacando a salmonelose, na qual os animais silvestres podem atuar como reservatórios. A principal característica da epidemiologia da salmonelose é a latência, período no qual o indivíduo não apresenta sintomatologia, mas elimina a bactéria nas fezes. Ainda neste período, o agente etiológico pode permanecer oculto em um compartimento intracelular, neste caso, o ceco, e não ser eliminado, mascarando os resultados laboratoriais. Portanto, estes portadores latentes representam fontes contínuas de contaminação tanto para a cadeia alimentar quanto para o meio ambiente. O objetivo desse estudo foi investigar a presença de Salmonella spp. em pequenos mamíferos não-voadores silvestres da Mata Atlântica, no sul da Bahia, analisando o papel epidemiológico desses animais. Um total de 81 pequenos mamíferos, classificados em seis espécies de marsupiais (Didelphidae, n = 32) e 11 espécies de roedores (Cricetidae n = 47 e Sciuridae, n = 2), foi capturado em 2015, em fragmentos florestais dos municípios de Una (junho e julho), Belmonte e Mascote (em agosto), em áreas do bioma Mata Atlântica do Sul Baiano, Brasil. Estas amostras foram coletadas através de swab fecal e submetidas à cultura microbiológica e isolamento específico de Salmonella spp. As colônias presuntivas identificadas nos testes bioquímicos foram submetidas à técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). Nosso estudo não evidenciou isolados de Salmonella, tanto nos roedores quanto nos marsupiais. A análise por PCR Quantitativa em Tempo Real para a pesquisa de Salmonella spp. em amostras da região Íleo-cecal de 25 individuos (30,9%) também apresentou resultado negativo mostrando ainda que estes animais não eram portadores assintomáticos latentes. Os resultados indicam, no momento, uma boa manutenção do status sanitário dos pequenos mamíferos, e do status ecológico a partir do baixo nível de antropização e manutenção da qualidade ambiental  nas áreas estudadas. Independentemente dos resultados do estudo serem negativos é necessário continuar monitorando a fauna silvestre e estabelecer sistemas de controle e vigilância para doenças, especialmente as zoonóticas, emergentes e negligenciadas.  

Palavras-chave

 Saúde ambiental, epidemiologia, doenças emergentes negligenciadas, zoonoses

 

Financiamento

 FAPESB, UESC, CAPES

Área

Parasitologia/Epidemiologia

Autores

Eliege Jullia Eudoxia Santos , Amanda Teixeira Sampaio , George Rêgo Albuquerque , Bianca Mendes Maciel , Rafaela Porto Azevedo, Élson Oliveira Rios, Martín R . Alvarez , Beatris Felipe Rosa