X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

MOSCAS ECTOPARASITAS (DIPTERA, HIPPOBOSCOIDEA) ASSOCIADAS A MORCEGOS (MAMMALIA, CHIROPTERA) DA CAVERNA PLANALTINA, BRASIL NOVO, PARA

Resumo

<p>Existem 178 espécies de morcegos no Brasil, distribuídas em 68 gêneros e nove famílias, eles são os únicos mamíferos voadores e desempenham funções chave nas redes ecológicas, como polinização e dispersão de sementes. Associados aos morcegos podem ser observados dípteras ectoparasitas (Hippoboscoidea, Nycteribiidae e Streblidae) cujas associações, parasita-hospedeiro, são específicas. A diversidade e a abundância de ectoparasitas são fatores relacionados a história de vida dos morcegos, como formação de colônias, idade, sexo e condição reprodutivas. As cavernas são refúgios naturais onde morcegos podem repousar, alimentar, reproduzir ou utilizar como abrigo diurno, diminuindo assim o risco de predação. A Caverna da Planaltina, com 1300 m de comprimento e um corpo d’água em seu interior, está localizada no município de Brasil Novo, Pará, dentro de uma propriedade particular (Raízes do Xingu) que utiliza suas imediações para recreação, através de um balneário. A caverna está localizada nas coordenadas 03°22'34,4"S e 52°34'33.9"W, apresenta uma floresta secundária em seu entorno, além de um pequeno corpo d´água que forma uma cachoeira sobre uma das estradas. O objetivo desse trabalho é listar as espécies de morcegos e moscas ectoparasitas, identificando as relações parasita-hospedeiro da Caverna da Planaltina. A coleta foi realizada em uma noite (04 de abril de 2017) utilizando dez redes de neblina. Sete delas posicionadas na entrada da caverna e três em clareiras próximas à entrada. As redes permaneceram abertas por duas horas após o por do sol. Os morcegos capturados foram acondicionados em sacos de algodão, triados e identificados ainda em campo. As dípteras foram retiradas dos pelos dos morcegos com o auxílio de pinças e pincéis embebidos em álcool e acondicionados em micro tubos. Posteriormente as dípteras e os morcegos coletados foram levados ao Laboratório de Ictiologia de Altamira - LIA, onde foram identificadas, tombadas e armazenadas. Os morcegos não coletados foram anilhados e liberados no mesmo local. Obtivemos seis espécies de morcegos com 106 indivíduos capturados, pertencentes às famílias Molossidae, Phyllostomidae e Embalunoridae. A espécie mais abundante foi <em>Carollia perspicilata</em>(n. 56) e a menos abundante foi <em>Pteronotus gymnonotus</em>(n. 2). Com relação às dípteras encontramos 17 espécies nos 56 espécimes encontrados, todos Streblidae. A espécie mais abundante foi <em>Nycterophilia parnelli</em>(n. 11), sendo as espécies <em>N. Fairchildi</em>, <em>Phalcophila puliciformis</em>, <em>Strebla altmani</em>, <em>Trichobioides perspicillatus </em>e <em>Trichobius sp</em>. menos abundantes com apenas um representante cada.&nbsp; Das 17 espécies de dípteras 13 foram monóxenas. Cavernas são refúgios de diversas espécies de morcegos, e apesar de relatados casos de coabitação, dificilmente se formam colônias mistas, além de que há baixa capacidade de sobrevivência em hospedeiros não habituais ou fora destes. Isso pode ser uma possível explicação para os parasitas monóxenos coletados.</p>

Palavras-chave

<p>parasita-hospedeiro.&nbsp;chiroptera.&nbsp;hippoboscoidea.&nbsp;caverna.</p>

Financiamento

Área

Ecologia

Autores

Jennifer Bandeira da Silva, Gustavo Lima Urbieta, Gustavo Graciolli, Brenda Karolina Gomes Almeida, Antônio Wesley Barros Caçador, Leandra Rose Palheta Silva, Thiago Bernardi Vieira