X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

INVENTARIO DE CHIROPTEROFAUNA NO LESTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Resumo

A Zona da Mata de Minas Gerais é escassa em estudos de morcegos. A paisagem das áreas de estudo predomina regiões do bioma Mata Atlântica, intercalados por pastos (com pouco gado) e cultura de café. Há presença de cultura de eucalipto e café intercalado com milho. O objetivo foi inventariar a quiropterofauna na região leste (Zona da Mata) do Estado de MG. Municípios: Manhuaçu, Muiraé, Espera Feliz, Divino, São Gonçalo e Pirapanema. Foram amostrados seis Estações Amostrais e em cada uma delas, foram escolhidos cinco pontos. Totalizando 30 pontos amostrais. Em duas campanhas, seca e chuvosa, março e abril de 2017 e maio e junho de 2017. A metodologia utilizada para a amostragem foi a interceptação de animais em voo com auxílio de redes de neblina. Foram utilizadas 10 redes de neblina, medindo 12 metros de comprimento por 2,5 metros de largura, totalizando 300 m2 de rede, por noite. As capturas foram realizadas no período noturno, totalizando 6 horas de coleta por noite. O Esforço amostral total foi 21.600 h.m2. Foram capturados 1.610 indivíduos, pertencentes a 33 espécies de três famílias: Phyllostomidae, Molossidae e Vespertilionidae, sendo que Phyllostomidae foi a mais diversa entre elas, com 21 espécies e 1.585 indivíduos. Foram capturadas espécies de seis diferentes guildas alimentares. Os morcegos frugívoros foram os mais comuns, com 1298 capturas. As espécies mais comuns neste estudo foram Sturnira lilium (366), seguido por Artibeus lituratus (346) e Carollia perspicillata (224), todos frugívoros. Esse resultado era esperado devido ao fato de Phyllostomidae ser a família de morcegos mais abundante e diversa na região neotropical. Este mesmo padrão é verificado em diversos estudos como na Amazônia, Caatinga, Cerrado e no bioma estudado: Mata Atlântica. O número de espécies capturadas é equivalente a mais de 35% da listagem de espécies de morcegos de Minas Gerais. Estas espécies frugívoras são dispersoras de sementes, principalmente de plantas pioneiras, importantes na recuperação de áreas degradadas. Sua predominância pode ser explicada pelo alto estado de degradação das áreas estudadas. Os resultados deste levantamento mostram que as áreas amostradas, apesar de se encontrarem com alto grau de degradação, devido à intervenção humana, apresenta ainda uma fauna de quirópteros bastante diversificada. As espécies insetívoras da família Phyllostomidae, representadas pelas três espécies de Micronycteris e a espécie onívora Phyllostomus hastatus, são indicadores de boa qualidade ambiental (MEDELLÍN et al, 2000). Além disso, foram capturadas espécies frugívoras que, normalmente, dependem de ambientes florestais para sobreviver (Vampyressa). Os morcegos insetívoros de outras famílias também indicam que a fauna de quirópteros está bem representada na região. A família Molossidae teve apenas três representantes capturados, de espécies comumente encontradas em abrigos. Vespertilionidae, entretanto, foi extremamente diversa, sendo representada por espécies de quatro dos cinco gêneros existentes no Brasil.

 

 

Palavras-chave

Palavras-chave: conservação, Chiroptera, Brasil.

Financiamento

Área

Inventário de Espécies

Autores

Daniele Pedrosa Oliveira, Marcelo Henrique Marcos, Oiti Vieira Junior, Jonas Machado Santos, Michele Costa Santos