X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

RAIVA EM MAMIFEROS SILVESTRES NAO AEREOS NO SERTAO DE PERNAMBUCO

Resumo

A raiva silvestre é caracterizada pela circulação do vírus entre os mamíferos silvestres terrestres, arborícolas e aéreos. No Brasil este grupo é representado principalmente por morcegos hematófagos e não hematófagos, primatas e carnívoros. Devido as ações de controle da raiva nos animais domésticos a raiva silvestre destacou-se no país onde diferentes espécies participam do ciclo transmitindo a zoonose aos animais domésticos e a humanos. Dentre os mamíferos silvestres não aéreos no Brasil destacam-se com o maior número de registros positivos para a raiva o sagüi (Caliithrix jacchus) e a raposa (Cerdocyon thous). Na região do Sertão Pernambucano há uma grande presença de mamíferos Silvestres nas áreas urbanas e periurbanas interagindo direta e indiretamente com a população, como exemplo: a criação de saguins por moradores que tem o desejo de domesticá-los e a aproximação das raposas as residências na busca de alimento. O presente trabalho busca levantar os casos positivos para raiva silvestre no Sertão Pernambucano, identificando os principais grupos de mamíferos envolvidos. A região do Sertão Pernambucano é composta por um quantitativo de 56 municípios sendo o mais populoso Petrolina com uma população estimada de 343.865 pessoas. A região é composta por uma vegetação de Caatinga com clima Tropical semiárido; porém, alguns municípios apresentam ilhas de floresta úmidas que são os Brejos de Altitudes, tais ecossistemas albergam uma rica fauna de mamíferos silvestres. Os dados foram obtidos através do Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (LACEN-PE) que atualmente é responsável pelos envios de amostras para análise rábica.  As informações foram de janeiro de 1975 a dezembro de 2017, os resultados se deram através da técnica de imunofluorescência direta e prova biológica. Até o momento a região do Sertão Pernambucano enviou 200 amostras de silvestres, destas, 118 obtiveram resultados positivos, aos grupos de Raposa (n=109), Sagui (n=7), Gato do Mato (n=1), Guaxinim (n=1), o primeiro resultado positivo foi diagnosticado no grupo de Raposas em julho de 1991 e o último em agosto de 2017 para o mesmo. Buscando-se saber a relação do número de amostras de mamíferos Silvestres recebidas com o total de resultados positivos, pode-se observar que o Sertão Pernambucano tem um alto índice de animais silvestres infectados com o vírus da raiva em relação as demais mesorregiões, em especial a Região Metropolitana do Recife que tem um total de 641 amostras silvestres recebidas onde apenas 27 obteve-se resultados positivos. Por alguns desses animais serem sinantrópicos vem sendo cada vez mais comum sua presença nas áreas urbanas sendo assim um risco eminente em caso de contato direto com a população e os animais domésticos. Portanto, há necessidade de informar a população em manter distância e nunca manipular animais silvestres, e caso sejam encontrados nas residências ou proximidades, informar pessoas capacitadas para retirar e coloca-los de volta ao seu habitat natural.


Palavras-chave

Sinantrópicos, Silvestres, Vírus da raiva.


Área

Parasitologia/Epidemiologia

Autores

Rosângela Margarida Silva, Jailson Lúcio Santos, Luiz Augustinho Menezes Silva, José Lindenberg Martins Machado, Marcos Alexandre Barbosa Santana