X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

DIAGNOSTICO DA RAIVA EM MORCEGOS (MAMMALIA: CHIROPTERA) NO ESTADO DE PERNAMBUCO: UMA AVALIAÇAO SOBRE O ENVIO DE AMOSTRAS

Resumo

<p>Como qualquer mamífero os morcegos são transmissores de algumas doenças, dentre elas a raiva. Esta é causada por um vírus que acomete unicamente os mamíferos, possui alta letalidade, e até o momento apenas cinco pessoas conseguiram sobreviver ao vírus em todo o planeta, duas delas estão no Brasil, uma é pernambucana. O vírus já foi registrado em 42 espécies de quirópteros no Brasil. Este trabalho tem como objetivo relatar a situação da raiva em quirópteros no estado de Pernambuco avaliando o envio de amostras para análise, as espécies encaminhas bem como a positividade para o vírus. O estado de Pernambuco possui área de 98.076,021 km2, dividida em cinco mesorregiões, subdividida em 19 microrregiões e composto por 185 municípios, sua população está estimada em 9.496.294 habitantes. Os resultados apresentados nesse trabalho foram coletados no Laboratório Central de Pernambuco (LACEN/PE), estas foram submetidas aos testes de imunofluorescência direta e Prova Biológica e apenas recentemente os morcegos foram identificados. O registro das amostras analisadas foi de 1975 a 2018 representando 43 anos, enviadas por todas as mesorregiões do estado. Os morcegos foram enviados a partir de março de 1975, aparecendo nas amostras em praticamente todos os anos, com exceção de 1986, 1989 e 1993. Foram enviadas 1.391 amostras das quais 484 foram identificadas, resultando em 35 espécies de 5 famílias. As mais encaminhadas foram Molossus molossus, <em>Glossophaga soricina, Artibeus planirostris </em>e<em> Cynomops planirostris</em>. Dentre as amostras 85 (6,11%) foram positivas para o vírus da raiva, 1.192 (85,69%) tiveram resultados negativos, 61 (4,39%) amostras ainda estão aguardando o resultado das análises, enquanto que 53 (3,81%) amostras estavam sem condições de serem analisadas. As amostras positivas foram encaminhadas de 23 municípios, a primeira foi da Região Metropolitana do Recife em 1998, e a última foi da Zona da Mata em 2018. O Sertão do São Francisco não teve amostra positiva, enquanto que as demais mesorregiões tiveram registro de positividade: Zona da Mata (05), Agreste (17), Sertão (20), RMR (43).&nbsp; Entre os morcegos positivos temos <em>Artibeus planirostris</em> (3), <em>Desmodus rotundus</em> (3), <em>Eptesicus brasiliensis</em> (1), <em>Eptesicus furinalis</em> (1), <em>Glossophaga soricina</em> (1), <em>Molossus molossus</em> (14), <em>Molossus rufus</em> (1), <em>Molossus</em> sp (2), <em>Myotis nigricans</em> (1), <em>Myotis</em> sp (1), <em>Phyllostomus discolor</em> (1), Vespertilionidae (1), 56 amostras não puderam ser identificadas. Verifica-se que a raiva em morcegos no Estado encontra-se bem distribuída, ocorrendo tanto na zona rural quanto na urbana destacando a importância de um bom monitoramento afim de evitar a circulação do vírus em outros grupos. Ações como o envio de amostras para análises laboratoriais, campanhas educativas e o registro de animais mortos ou abrigados em áreas urbanas é de fundamental importância para estabelecer o controle da doença.</p>

Palavras-chave

<p>Lyssavirus, Quirópteros,&nbsp; Nordeste</p>

Financiamento

Área

Parasitologia/Epidemiologia

Autores

Jailson Lúcio Santos, Rosângela Margarida Silva, Luiz Augustinho Menezes Silva, José Lindenberg Martins Machado, Marcos Alexandre Barbosa Santana