Dados do Trabalho
TÍTULO
JOGO DE TABULEIRO “CAMINHADA ECOLOGICA”: MAMIFEROS COMO FERRAMENTA EDUCATIVA SOBRE A CONSERVAÇAO DO AMBIENTE
Resumo
Como tornar a Educação Ambiental mais atraente? Atividades lúdicas, como jogos de tabuleiro, são meios eficazes para estimular a preservação da natureza, sensibilizando a população de como seus atos refletem no ecossistema no qual estão inseridos. Com essa ideia, procuramos promover o pensamento crítico referentes a conservação dos ecossistemas através de um o jogo de tabuleiro, usando como base os mamíferos e os ambientes da Ilha Grande (IG), localizada no Estado do Rio de Janeiro. A IG é um importante remanescente de Mata Atlântica, protegida por quatro Unidades de Conservação, mas ainda assim é ameaçada com o crescente turismo e atividades humanas. O objetivo deste trabalho é relatar a criação do jogo de tabuleiro “Caminhada ecológica”, bem como sua aplicação como ferramenta educativa. O jogo é composto por um tabuleiro, cinco pinos, 57 cartões, manual de instruções, um dado e um baú. O público alvo são crianças maiores de cinco anos até adultos. O jogador escolhe entre os mamíferos Gambá, Morcego, Capivara, Tatu e Bugio. O jogo começa arremessando o dado e o valor indicará o número de casas que o jogador deve avançar ao longo da trilha no tabuleiro. Vence o jogador que chegar primeiro à última casa, a Reserva Biológica da Praia do Sul. Aplicamos o jogo “Caminhada ecológica” para mais de 100 crianças em dois grandes eventos de divulgação científica e Educação Ambiental, a II Mostra LEMA e durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, ambos realizados na IG. Através dessa atividade lúdica, foi possível ensinar sobre os mamíferos da IG e sua relação com o ambiente e sensibilizar para uma visão menos antropocêntrica, já que o jogador se põe no lugar do animal e percorre os ambientes da ilha sofrendo as pressões ambientais decorrentes da ocupação humana até chegar a seu grande prêmio que é uma área protegida, sem ocupação humana. A fim de analisar a efetividade do jogo foram observados as reações dos participantes, bem como seus relatos. Os mediadores perceberam que após o jogo, os jogadores ficaram mais estimulados a conhecer a mastofauna local e de como preservá-las. Através do jogo, os mediadores ouviram relatos dos moradores locais referente ao contato com os animais, inclusive sobre diminuição da observação do primata Bugio após o surto de Febre Amarela que ocorreu no local. Identificamos também a necessidade de um mediador para poder ensinar e destacar a importância do jogo na Educação Ambiental. Assim, a inserção dos jogos como meio de Educação Ambiental e dos mamíferos como ferramentas, podem criar um novo olhar sobre o ambiente e os impactos ambientais que a própria população humana promove nesse ambiente. Nós acreditamos que atingimos nosso objetivo de sensibilizar o público para a perspectiva de outros animais que convivem no mesmo ambiente. O jogo “Caminhada ecológica” pode ser adaptado para qualquer dimensão, lugar ou animal, se atentando a particularidade dos problemas sócio-ambientais, ou dos animais mais expressivos em outras regiões.
Palavras-chave
Atividades lúdicas, Educação Ambiental, Ilha Grande, Mediador, Meio Ambiente, Prática Educativa, Unidade de Conservação
Financiamento
O estudo foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) – PSMA (Processo: 8882.182427/2018-01); LMC e ECL (FAPERJ e CAPES) Bolsa de Pós-Doutorado (PAPDRJ – Processo: E-26/101.399/2014 e E-26/202.158/2015, respectivamente); HGB FAPERJ (E-26/201.267/2014), CNPq (307781/2014-3) e Prociência/UERJ. MCTIC e ao CNPq pelo financiamento a Rede PPBioMA (457458/2012-7).
Área
Educação Ambiental/Ensino
Autores
Priscila Stéfani Monteiro-Alves, Luciana Moraes Costa, Elizabete Captivo Lourenço, Daniel A. Damasceno Júnior, André Costa Siqueira, Helena Godoy Bergallo