X CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA

Dados do Trabalho


TÍTULO

ECTOPARASITOS (IXODIDAE E MACRONYSIDAE) ASSOCIADOS A MARSUPIAIS EM AREA DE MATA ATLANTICA EM SERGIPE, NORDESTE DO BRASIL

Resumo

Os marsupiais podem explorar habitats variados e assim serem expostos ao parasitismo por indivíduos das ordens Ixodida e Gamasida, vulgarmente chamados de carrapatos e ácaros. Elevadas taxas parasitológicas podem ser decorrentes da alta densidade populacional do hospedeiro e da fragmentação do ambiente e sua proximidade com áreas urbanas. Nesse estudo objetivou-se caracterizar a comunidade desses ectoparasitos associada aos marsupiais, bem como as relações entre parasito-hospedeiro e a influência do sexo do hospedeiro nas taxas de prevalência dos ectoparasitos em um fragmento de Mata Atlântica. Entre março/2016 a agosto/2017 foram identificadas as associações entre os ectoparasitos e marsupiais no Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, em Sergipe, nordeste do Brasil, a partir da captura mensal dos hospedeiros em armadilhas Sherman. Foram determinadas a prevalência e intensidade média dos parasitos mais abundantes no programa Quantitative Parasitology 3.0, bem como o índice de especificidade e as infracomunidades. Taxas de prevalência superiores a 5% foram consideradas associações primárias. Diferenças na prevalência entre o sexo dos hospedeiros foram analisadas pelo teste Qui-quadrado no programa BioEstat 5.0. Os marsupiais Marmosa murina (N=6), Marmosa demerarae (N=17) e Marmosops incanus (N=2) foram parasitados por 72 indivíduos das famílias Ixodidae: Ixodes schulzei (N=56), Ixodes luciae (N=10) e larvas de Amblyomma sp. (N=2) e Macronysidae: Ornithonyssus sp. (N=4). Os registros de infestação por representantes da família Ixodidae são inéditos para essas espécies de marsupiais. O ectoparasito mais abundante foi I. schulzei (77,7%), seguido de I. luciae (13,9%). Estas duas espécies de carrapatos estiveram em associação no mesmo hospedeiro (M. demerarae) bem como I. schulzei e larva de Amblyomma sp.; caracterizando infracomunidades distintas. A maioria das associações foi primária e I. schulzei e I. luciae apresentaram uma alta especificidade para M. demerarae (>80%), a espécie hospedeira mais abundante na localidade. Este hospedeiro obteve maior prevalência para I. schulzei e o marsupial M. murina para I. luciae. Apesar das taxas parasitológicas se apresentarem maiores nos machos, não houve diferença na prevalência para I. schulzei e I. luciae (p ≥ 0,06) entre os sexos de M. demerarae. O presente estudo contribui com registros inéditos dos carrapatos I. schulzei e I. luciae infestando M. demerarae, M. murina e M. incanus, larvas de Amblyomma sp. parasitando M. demerarae e do ácaro Ornithonyssus sp. associado a M. incanus; correspondendo ao primeiro estudo em Sergipe com essa abordagem.

Palavras-chave

Ixodes, Marmosa demerarae, Mata Atlântica, parasitismo, Sergipe.

Financiamento

FAPITEC-SE

Área

Parasitologia/Epidemiologia

Autores

Adriana Bocchiglieri, Islayde Santos de Rezende, Rayanna Hellem Santos Bezerra