Simpósios
S01. Título: Manejo populacional de primatas ameaçados
Participantes: Mônica Mafra Valença Montenegro, Fabiano Rodrigues de Melo, Paulo Henrique Gomes de Castro, Marcelo Lopes Rheingantz, Ana Raquel Gomes Faria
Resumo: Uma das principais ferramentas para garantir a conservação de espécies ameaçadas de extinção é o manejo populacional, seja ele in situ, ex situ ou de forma integrada. No Brasil, várias iniciativas vêm sendo desenvolvidas com primatas, gerando resultados que precisam ser divulgados e discutidos, para que o processo se torne cada vez mais seguro e assertivo. Neste contexto, a proposta do simpósio “Manejo populacional de primatas ameaçados” pretende apresentar as bases legais e políticas públicas nacionais para realização de manejo para a conservação, bem como experiências com algumas espécies.
S02. Título: Primatas em paisagens fragmentadas
Participantes: Laurence Culot, Víctor Arroyo-Rodríguez, Bernardo Niebuhr, Oscar Chaves, Poliana Gabriele Alves de Souza Lins, Bayron Rafael Calle Rendón
Resumo: Uma das maiores ameaças à sobrevivência das espécies de primatas no Antropoceno é a perda e fragmentação do habitat. Esta consequência da atividade humana afeta múltiplos aspectos da vida dos primatas que vamos discutir neste simpósio: estresse, limitações dos movimentos na paisagem, modificações do comportamento, perda de riqueza e alteração do papel ecológico. Queremos, através das discussões oriundas deste simpósio, avaliar o estado de conhecimento dos impactos da perda e fragmentação das florestas nos primatas brasileiros e iniciar uma discussão sobre a direção das futuras pesquisas.
S03. Título: Macroecologia de primatas neotropicais
Participantes: Rodrigo Costa Araújo, Michelle Pinto Mercês, Fabrício Bertuol, Christine Steiner São Bernardo, Gerson Paulino Lopes, Tomas Hrbek
Resumo: O objetivo aqui é divulgar avanços no conhecimento sobre os padrões de diversidade e distribuição de primatas neotropicais. As pesquisas aqui apresentadas se propõem também a relacionar estes padrões com a história evolutiva do ambiente ou das populações. Especialmente direcionado a primatas amazônicos – em sua maioria ainda pouco conhecidos, este simpósio trará apresentações sobre os gêneros Cacajao, Callithrix, Mico, Saguinus e Saimiri. A meta é construir uma síntese macroecológica que explique os padrões e os processos geradores da diversidade e da distribuição de primatas neotropicais.
S04. Título: Variação comportamental em macacos-prego
Participantes: Tiago Falótico, Paulo Henrique Módena Coutinho, Waldney Pereira Martins, Olívia Mendonça-Furtado, Marcelo Fernández-Bolaños, Michele Pereira Verderane
Resumo: Macacos-prego (Sapajus spp) são primatas extremamente adaptáveis, e seu comportamento pode apresentar grandes variações entre, e até dentro, das populações. O uso de ferramentas é geralmente um bom exemplo da variação entre populações, com populações apresentando diferentes kits de ferramentas e até diferenças entre grupos próximos. No entanto, variações em comportamentos sociais e em aspectos fisiológicos também foram registrados. Essas variações podem ser consequências de fatores ecológicos, genéticos ou culturais, frequentemente sendo uma mistura de todos esses fatores. Apresentaremos exemplos dessa variação e discutiremos seu significado.
S05. Título: Interfaces da febre amarela com pesquisa e conservação de primatas: atualizações e novas abordagens
Participantes: Marco Antônio Barreto de Almeida, Adriano Pinter, Alessandro Pecego Martins Romano, Marcos da Silva Freire, Mônica Mafra Valença-Montenegro, Sérgio Lucena Mendes
Resumo: A recente circulação de febre amarela no Brasil atingiu áreas que não testemunhavam a doença há várias décadas, matando milhares de primatas e centenas de humanos. O processo, bem como seus impactos, permanece apenas parcialmente compreendido, estimulando pesquisas e novas abordagens para o seu enfrentamento. Atualizações e inovações no estudo, prevenção e mitigação de impactos, tais como modelagens para prever risco, desenvolvimento de vacina para primatas, diretrizes para manejo preventivo, e atualizações na vigilância da circulação do vírus, serão apresentados e debatidos neste simpósio.
S06. Título: O papel das plantas exóticas na ecologia, comportamento e conservação dos primatas
Participantes: João Pedro Souza-Alves, Robério Freire Filho, Leonardo de Carvalho Oliveira, Júlio César Bicca-Marques, Raone Beltrão-Mendes, Sebastián Bustamente, Gustavo Rodrigues Canale
Resumo: Sabemos que a presença das espécies exóticas nos hábitats tende a influenciar a biodiversidade nativa. Tal influência pode estar relacionada com o aumento da competição, levando a redução de algumas espécies ou modificando o padrão comportamento e ecológico delas. Primatas, em especial, moldam o seu padrão comportamento e ecológico em virtude da oferta de recursos disponível em uma dada área. Desta forma, esse simpósio visa explorar os diferentes efeitos causados pela exploração de plantas exóticas por diferentes espécies de primatas Neotropicais, em uma escala populacional e de comunidades.
S07. Título: Comunicação visual, vocal, odorífera e de marcação em Alouatta clamintans
Participantes: Zelinda Maria Braga Hirano, Eleonore Zulnara Freire Setz, Sheila Regina Schmidt Francisco, Aline Naíssa Dada, Dilmar Alberto Gonçalves de Oliveira
Resumo: Primatas do gênero Alouatta são animais sociais e possuem diversas maneiras de se comunicar com os indivíduos da mesma espécie, dentre estas podemos destacar a comunicação vocal, visual e odorífera que vem sendo intensamente estudados. Vale salientar, que o Alouatta guariba clamitans possui um dimorfismo sexual por dicromatismo caracterizado pela capacidade de auto coloração por secreção epidérmica colorida com um odor característico, estes animais possuem capacidade de visualização tricromata e um aparelho de vocalização diferenciado. Estes aspectos e os seus possíveis papeis como mecanismos de comunicação serão abordados no presente simpósio.
S08. Título: O que não conhecemos e o que conhecemos sobre os primatas da Amazônia: Identificando ameaças e prioridades de pesquisa e conservação
Participantes: Adrian Barnett, Anthony B. Rylands, Thays Jucá, José S. Silva Júnior, Jessica Lynch Alfaro, Renata Azevedo, Gerson Buss, Leandro Jerusalinski, Wilson Spironello
Resumo: A Amazônia distribui-se por nove países da América do Sul, é a maior floresta tropical do mundo e a mais rica em primatas, com 17 gêneros, 112 espécies e 146 táxons. Destes táxons, 124 são registrados na região da Amazônia Brasileira, alguns destes com dados insuficientes, o que revela a lacuna de conhecimento ainda existente sobre a fauna de primatas nessa região. Apesar de ser o Bioma de maior integridade no Brasil, 16 das 35 espécies de primatas ameaçados de extinção no Brasil são encontradas na Amazônia. Ameaçados devido a caça e perda e alterações de habitats. Este cenário de carência de conhecimento e ameaças ressalta a necessidade de saber o status quo dos primatas amazônicos.
S09. Título: Combatendo a fragmentação: Estudos e iniciativas sobre a conectividade de habitats para primatas
Participantes: Amely B. Martins, Gabriela Ludwig, Leonardo Oliveira, Marcelo Gordo, Carlos Ramon Ruiz, Fernanda Tabacow
Resumo: A fragmentação de habitats limita o potencial de dispersão dos primatas, que encontram dificuldades em transitar através de uma paisagem de matriz homogênea e pouco permeável ou de matriz heterogênea contendo um mosaico de manchas inóspitas que se interpõem entre as manchas de habitat. Este simpósio visa discutir sobre o tema da conectividade de habitats, trazendo resultados de análises genéticas, estudos comportamentais e resultados de iniciativas e estratégias de conectividade para diferentes espécies de primatas, tendo importância para o manejo e a conservação.
S10. Título: Primatas sob a perspectiva de seus nichos ecológicos
Participantes: Rafael Magalhães Rabelo, Fernanda Pozzam Paim, Gabriela Cabral Rezende, João Pedro Souza-Alves, Tainara Sobroza, Thiago Cavalcante
Resumo: O nicho das espécies corresponde ao conjunto de condições apropriadas para que os indivíduos sejam capazes de ocorrer, sobreviver e se reproduzir. Seu estudo pode enfocar no ambiente abiótico, buscando entender como as espécies usam o espaço ou toleram o clima, por exemplo. O enfoque também poder ser dado nos recursos bióticos, para entender como as espécies usam os recursos alimentares disponíveis ou como interagem com outras espécies. Esse simpósio vai mostrar exemplos de estudos com primatas sob a perspectiva de seus nichos, ilustrando as múltiplas dimensões que podem ser exploradas.
S11. Título: Implicações de estudos sobre comportamento para a conservação de primatas
Participantes: Patricia Izar, Renata G. Ferreira, Christini B. Caselli, Marceli J. Rossi, Arrilton Araújo
Resumo: O conhecimento insuficiente sobre aspectos comportamentais muitas vezes se coloca como limitação à conservação da biodiversidade. A compreensão do "como" e "por quê" dos comportamentos pode, portanto, contribuir em diferentes níveis para práticas de conservação. A partir desta perspectiva, trataremos de diferentes aspectos comportamentais em diferentes taxa de primatas, enfocando a plasticidade ontogenética, estilos de enfrentamento, comunicação, comportamento alimentar e ambientação a novos contextos. O conhecimento insuficiente sobre aspectos comportamentais muitas vezes se coloca como limitação à conservação da biodiversidade. A compreensão do "como" e "por quê" dos comportamentos pode, portanto, contribuir em diferentes níveis para práticas de conservação. A partir desta perspectiva, trataremos de diferentes aspectos comportamentais em diferentes taxa de primatas, enfocando a plasticidade ontogenética, estilos de enfrentamento, comunicação, comportamento alimentar e ambientação a novos contextos.
S12. Título: Pesquisas Biomédicas e suas contribuições na conservação das espécies
Participantes: Alcides Pissinatti, Marcos da Silva Freire, Joe Simmons, John Vanchiere, Julio Ruiz
Resumo: Simpósio sobre a importância e aplicabilidade das pesquisas em primatas na conservação das espécies. Com o objetivo de aproximar os pesquisadores e conservacionistas e desmitificar a pesquisa biomédica em primatas, mostrando a aplicabilidade do conhecimento adquirido na conservação das espécies. Os pesquisadores apresentariam os resultados já encontrados e futuros projetos que podem colaborar na conservação e conscientização da população da importância da preservação ambiental e das pesquisas.
S13. Título: Licenciamento e Autorização de pesquisas, movimentação de animais e trânsito de amostras
Participantes: Alcides Pissinatti, Monica Mafra Valença Montenegro, Eduardo Ildefonso Lardosa, Octavio Presgrave, Fabricio Vidal, Marcos da Silva Freire
Resumo: As seguidas mudanças nos órgãos de controle em diferentes momentos da administração pública que, apesar do aperfeiçoamento da legislação, ainda há muitas dificuldades em equacionar o licenciamento, e o consequente trânsito de animais e amostras. A reunião aqui proposta procura dar visibilidade às diferentes abordagens sobre um tema relevante, mas que ainda coloca uma demanda maior em compreensão das partes e de tempo gasto, muitas vezes até viabilizando pesquisas.
S14. Título: Diversidade, Biogeografia e Conservação de Cebinae (Cebus, Sapajus e Saimiri)
Participantes: Jessica W. Lynch, Michelle Pinto Merces, Fernanda Paim, Amely B. Martins
Resumo: A subfamília Cebinae é representada por três gêneros Cebus, Sapajus e Saimiri. Estes táxons ocorrem na América do Sul e América Central, sendo um grupo bastante diverso (cerca de 29 espécies) e apresenta uma história complexa na região. Entender o relacionamento entre e dentro dos grupos, permite compreender a evolução nos biomas em que cada um ocorre e quais fatores foram mais importantes sua diversificação. Além disso, possibilita tomada de decisões a respeito de sua taxonomia, de maneira a ter impacto direto sobre a conservação das espécies.
S15. Título: Manejo de bugios
Participantes: Julio Cesar Souza Junior, Zelinda Maria Braga Hirano, Amauri Michel Junglos, Marcelí Joele Rossi
Resumo: As técnicas de manejo de primatas in situ e ex situ são de grande importância para conservação das espécies ameaçadas, ambos com papeis diferenciais. Este simpósio pretende apresentar alguns modelos de manejo realizados com as espécies Alouatta guariba e Alouatta caraya em campo e em cativeiro em diferentes regiões do Brasil, abordando aspectos de capturas, marcações, protocolos de saúde, junção de indivíduos cativos com indivíduos em vida livre, e manejo geral, reprodutivo, alimentar e sanitário de adultos e infantes mantidos sob cuidados humanos.
S16. Título: Comunicação Científica e Primatologia
Participantes: Fernando Lima, Hugo Fernandes-Ferreira, Robério Freire Filho, Carla Soraia Soares de Castro, Diogo Lagroteria, Bruna Bezerra
Resumo: Cada vez mais a comunidade científica, em especial aqueles envolvidos em iniciativas de conservação, sentem a necessidade de criar maneiras de comunicar ciência para a sociedade. As novas gerações entram em contato desde a primeira infância com tecnologias e meios de comunicações que mudam rapidamente, antes mesmo que se tornem familiares à maior parte das pessoas. Como levar iniciativas de conservação de espécies ameaçadas de primatas e outros grupos a uma sociedade conectada no mundo virtual? Este simpósio trás algumas reflexões e estudos de caso de iniciativas que tentam vencer esse desafio em diversos cenários e escalas no Brasil.
S17. Título: Armadilhas fotográficas no dossel: aplicações, eficiência e desafios
Participantes: Mariane da Cruz Kaizer, Jean P. Boubli, Marcela Álvares Oliveira, Andre Monnerat Lanna, Gabriela Cabral Rezende, Leandro Santana Moreira
Resumo: Avanços tecnológicos têm permitido o uso de ferramentas inovadoras e não-invasivas com potencial para amostrar populações selvagens em grande escala temporal e espacial. Armadilhas fotográficas (AF) têm provado ser uma ferramenta eficaz para detectar e monitorar mamíferos terrestres, entretanto o método raramente é utilizado para amostragem de espécies arborícolas. Discutimos o uso de AF no dossel em pesquisa, manejo e conservação de primatas Neotropicais. Abordamos considerações metodológicas que incluem aplicações, delineamento amostral, eficiência e limitações do método, e recomendações.
S18. Título: Manejo, saúde e conservação do sagui-da-serra-escuro, Callithrix aurita
Participantes: Daniel Gomes Pereira, Alessandro Antunes, Maria Inês Tederiche Micichelli, Rodrigo Salles de Carvalho, Silmar Fortes, Sônia Pena
Resumo: Em 2018, Callithrix aurita foi enquadrado como um dos 25 primatas mais ameaçados do mundo. Nos últimos 15 anos, diversos passos foram dados para a implantação de um programa de conservação da espécie. Neste simpósio, apresentaremos as ações realizadas e os resultados alcançados, além das novas pesquisas a serem executadas. Também serão apresentadas ações direcionadas no envolvimento de municípios do Estado do Rio de Janeiro com o programa, além de particularidades, avanços, dificuldades e resultados obtidos como um modelo que pode ser seguido por outros municípios e programas de conservação.
S19. Título: Panorama da oncologia em primatas cativos: clínica, macro/microscopia, imuno-histoquímica, carcinogênese, terapêutica e prognóstico
Participantes: Stéfanie Vanessa Santos, Victor Piana de Andrade, Ivan Braga, Marcelo Soares, Débora Pedrozo
Resumo: Humanos, animais silvestres cativos e animais de estimação compartilham meio ambiente e hábitos de vida em regiões metropolitanas. Doenças infecciosas e aumento na incidência do câncer em humanos, facilitados pelo envelhecimento populacional, exposição a agentes químicos, obesidade e sedentarismo são consequências do desenvolvimento da sociedade moderna. O câncer está também entre as principais causas de morbidade e mortalidade de animais domésticos e representa cerca de 5% dos óbitos de mamíferos nos grandes zoológicos. Este simpósio fará parte da conclusão de um pós-doutoramento no qual se formou um banco de tumores de animais silvestres cativos e muitos primatas neotropicais foram inclusos. A avaliação histopatológica tumoral, seguida de painel imunohistoquímico com ênfase na imunofenotipagem, carcinogênese e prognóstico será focada viabilizando diagnósticos refinados, prognósticos e terapêuticas favoráveis além de corroborar com a conservação dos espécimes. Em tempo, o conhecimento gerado por este pode resultar em novos métodos diagnósticos e biomarcadores, novos meios de prevenção de doenças e preservação de espécies, difundir o conhecimento usado em humanos para os animais, encontrar modelos de estudos animais para doenças humanas, além influenciar gerações de alunos e pesquisadores a pensar de maneira mais global para resolver problemas antigos e novos que surgirão na interface entre o mundo domesticado e o selvagem.