Nossos mascotes
O Rio de Janeiro continua lindo! São aproximadamente 640 quilômetros de costa, ilhas, baías, enseadas, inúmeras lagoas costeiras, planícies costeiras a perder de vista, a Serra do Mar a Serra da Mantiqueira chegando até a 2700 metros de altitude, manguezais, restingas, brejos, florestas úmidas, secas, campos naturais...
Nesta ampla diversidade de ambientes naturais, o estado do Rio de Janeiro abriga uma das mais ricas faunas de mamíferos do Brasil. Algumas espécies são endêmicas daqui, outras em elevado risco de extinção. Os mascotes do 12º CBMz destacam a ímpar fauna fluminense:
Cerradomys goytaca Tavares, Pessôa and Gonçalves, 2011 Ordem Rodentia; Família Cricetidae Cerradomys goytaca, também conhecido como ratinho-goytacá, é um cricetídeo endêmico das extensas restingas dos litorais norte do Estado do Rio de Janeiro e sul do Espírito Santo, região anteriormente habitada pelos povos Goytacá. O ratinho-goytacá é um dos poucos mamíferos endêmicos das planícies arenosas quaternárias do Brasil. Sua localidade tipo é o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, onde se destaca como um dos mamíferos mais abundantes e item mais comum na dieta de predadores locais, como o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e a coruja suindara (Tyto furcata). Nas planícies costeiras arenosas, essa espécie prefere habitats de vegetação aberta, onde a areia está parcialmente exposta e intercalada com moitas de vegetação dominadas por árvores de Clusia, bromélias e cactos. O ratinho-goytacá diferencia-se de espécies aparentadas devido a características morfológicas e cromossômicas únicas, que são resultados de mudanças evolutivas relativamente recentes. Infelizmente, devido à sua área restrita de ocorrência e da intensa pressão antrópica no norte do Rio de Janeiro, este mamífero encontra-se em risco de extinção. |
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Leontopithecus rosalia (Linnaeus, 1766) Ordem Primates; Família Callitrichidae O mico-leão-dourado, Leontopithecus rosalia, quase dispensa apresentações, pois é um dos mais famosos membros da mastofauna fluminense. Na década de 1990, este calitriquídeo estava entre as espécies de primatas mais ameaçadas do planeta. Estima-se que havia menos de 200 indivíduos na natureza, todos em fragmentos de Mata Atlântica de baixada nas regiões de Silva Jardim e Casimiro de Abreu. Após sistemáticos esforços conservacionistas, incluindo manejo de populações de cativeiro e silvestres, criação e ampliação de áreas de conservação e intensificação de educação ambiental, estima-se que hoje haja cerca de 5.000 micos-leão-dourado ao longo das matas de baixada do Rio de Janeiro, desde o norte fluminense até as margens da Baía de Guanabara. Mesmo com o sucesso dos esforços de conservação, Leontopithecus rosalia permanece ameaçado de extinção devido à vulnerabilidade de seu habitat restrito e ao pequeno tamanho populacional. Este animal exibe bela pelagem dourada, tem hábito diurno, forma grupos sociais de até 15 indivíduos altamente territoriais e comunica-se por um repertório vocal rico. Este conjunto de características facilmente denuncia sua presença aos humanos. Nos arredores de Búzios, sede do 12º CBMz, não é difícil encontrá-lo mesmo em matas periurbanas. |
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Bradypus crinitus Gray, 1850 Ordem Pilosa; Família Bradypodidae A preguiça-de-coleira-do-sul é um notável exemplo da importância da taxonomia integrativa para a ciência básica e conservação. Pesando entre 4 e 10 Kg, estes animais possuem pelagem que varia de amarelo-acastanhado a cinza claro, com rosto marrom-ocre. Os adultos têm uma juba marrom escura, originando seu nome popular. Por muito tempo, a preguiça-de-coleira, anteriormente chamada de Bradypus torquatus, foi considerada ameaçada devido às suas pequenas populações, baixa diversidade genética e distribuição geográfica limitada a uma área de Mata Atlântica sob intensa pressão antrópica (do Sergipe ao Rio de Janeiro). Em 2022, uma revisão taxonômica baseada em dados moleculares e morfológicos revelou que o que considerávamos uma única espécie, na realidade, eram duas. Assim, as preguiças de coleira encontradas entre o Rio Doce (Espírito Santo) e o estado do Rio de Janeiro, em áreas montanhosas e de baixada, passaram a ser reconhecidas como uma espécie distinta, Bradypus crinitus, após revalidação desse nome. Bradypus crinitus habita áreas fragmentadas, fator que pode agravar seu risco de conservação. Logo, o que já era um desafio de conservação tornou-se ainda mais urgente, necessitando de estratégias de manejo específicas! |
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Pontoporia blainvillei (Gervais & d'Orbigny, 1844) Ordem Cetacea; Família Pontoporiidae A Pontoporia blainvillei, comumente conhecida como toninha ou franciscana, é uma espécie de pequeno golfinho de água salobra e marinha que habita a costa atlântica da América do Sul, desde o estado do Espírito Santo até o norte da Argentina. Trata-se da segunda espécie de golfinho mais ameaçada do planeta! Existe uma população residente no norte do estado do Rio de Janeiro e na Região dos Lagos, mas são poucas as pessoas que já a viram. Toninhas são muito tímidas e não costumam saltar fora da água como outras espécies de golfinhos, e sua natureza evasiva a torna um desafio para ser observada em seu ambiente natural. As toninhas frequentemente ficam emaranhadas em redes de pesca, levando a mortalidades significativas, o que, combinado com a poluição e a degradação do habitat, tornou esta espécie uma das mais ameaçadas entre os cetáceos do mundo. Esforços de conservação estão em andamento para proteger e entender melhor esses animais enigmáticos, mas ainda há muito a ser feito para garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo. (Foto: Yaqu Pacha) |
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Eumops perotis (Schinz, 1821) Ordem Chiroptera; Família Molossidae Eumops perotis, o morcego-de-orelhas-largas, é uma das maiores espécies de morcegos do Novo Mundo, pertencente à família Molossidae. Este morcego possui uma envergadura impressionante, podendo alcançar até 43 centímetros, e é facilmente identificável pela sua característica mais proeminente: suas orelhas longas, que podem medir mais de 4 centímetros e se estender além do nariz quando projetadas para a frente. Sua localidade tipo é Villa de São Salvador dos Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro. Ele pode ser encontrado em áreas rochosas, onde prefere fendas e cavernas como abrigos durante o dia. Além de seu tamanho e aparência distintos, o Eumops perotis tem comportamentos de voo específicos. Seus voos são geralmente retos e altos, diferenciando-se de outras espécies que possuem voos mais erráticos. Alimenta-se predominantemente de insetos, que captura em pleno voo. (Foto: Roberto Leonan Morim Novaes) |
O Rio de Janeiro continua lindo! São aproximadamente 640 quilômetros de costa, ilhas, baías, enseadas, inúmeras lagoas costeiras, planícies costeiras a perder de vista, a Serra do Mar a Serra da Mantiqueira chegando até a 2700 metros de altitude, manguezais, restingas, brejos, florestas úmidas, secas, campos naturais...
Nesta ampla diversidade de ambientes naturais, o estado do Rio de Janeiro abriga uma das mais ricas faunas de mamíferos do Brasil. Algumas espécies são endêmicas daqui, outras em elevado risco de extinção. Os mascotes do 12º CBMz destacam a ímpar fauna fluminense:
Cerradomys goytaca Tavares, Pessôa and Gonçalves, 2011
Ordem Rodentia; Família Cricetidae
Cerradomys goytaca, também conhecido como ratinho-goytacá, é um cricetídeo endêmico das extensas restingas dos litorais norte do Estado do Rio de Janeiro e sul do Espírito Santo, região anteriormente habitada pelos povos Goytacá. O ratinho-goytacá é um dos poucos mamíferos endêmicos das planícies arenosas quaternárias do Brasil. Sua localidade tipo é o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, onde se destaca como um dos mamíferos mais abundantes e item mais comum na dieta de predadores locais, como o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e a coruja suindara (Tyto furcata). Nas planícies costeiras arenosas, essa espécie prefere habitats de vegetação aberta, onde a areia está parcialmente exposta e intercalada com moitas de vegetação dominadas por árvores de Clusia, bromélias e cactos. O ratinho-goytacá diferencia-se de espécies aparentadas devido a características morfológicas e cromossômicas únicas, que são resultados de mudanças evolutivas relativamente recentes. Infelizmente, devido à sua área restrita de ocorrência e da intensa pressão antrópica no norte do Rio de Janeiro, este mamífero encontra-se em risco de extinção.
Leontopithecus rosalia (Linnaeus, 1766)
Ordem Primates; Família Callitrichidae
O mico-leão-dourado, Leontopithecus rosalia, quase dispensa apresentações, pois é um dos mais famosos membros da mastofauna fluminense. Na década de 1990, este calitriquídeo estava entre as espécies de primatas mais ameaçadas do planeta. Estima-se que havia menos de 200 indivíduos na natureza, todos em fragmentos de Mata Atlântica de baixada nas regiões de Silva Jardim e Casimiro de Abreu. Após sistemáticos esforços conservacionistas, incluindo manejo de populações de cativeiro e silvestres, criação e ampliação de áreas de conservação e intensificação de educação ambiental, estima-se que hoje haja cerca de 5.000 micos-leão-dourado ao longo das matas de baixada do Rio de Janeiro, desde o norte fluminense até as margens da Baía de Guanabara. Mesmo com o sucesso dos esforços de conservação, Leontopithecus rosalia permanece ameaçado de extinção devido à vulnerabilidade de seu habitat restrito e ao pequeno tamanho populacional. Este animal exibe bela pelagem dourada, tem hábito diurno, forma grupos sociais de até 15 indivíduos altamente territoriais e comunica-se por um repertório vocal rico. Este conjunto de características facilmente denuncia sua presença aos humanos. Nos arredores de Búzios, sede do 12º CBMz, não é difícil encontrá-lo mesmo em matas periurbanas.
Bradypus crinitus Gray, 1850
Ordem Pilosa; Família Bradypodidae
A preguiça-de-coleira-do-sul é um notável exemplo da importância da taxonomia integrativa para a ciência básica e conservação. Pesando entre 4 e 10 Kg, estes animais possuem pelagem que varia de amarelo-acastanhado a cinza claro, com rosto marrom-ocre. Os adultos têm uma juba marrom escura, originando seu nome popular. Por muito tempo, a preguiça-de-coleira, anteriormente chamada de Bradypus torquatus, foi considerada ameaçada devido às suas pequenas populações, baixa diversidade genética e distribuição geográfica limitada a uma área de Mata Atlântica sob intensa pressão antrópica (do Sergipe ao Rio de Janeiro). Em 2022, uma revisão taxonômica baseada em dados moleculares e morfológicos revelou que o que considerávamos uma única espécie, na realidade, eram duas. Assim, as preguiças de coleira encontradas entre o Rio Doce (Espírito Santo) e o estado do Rio de Janeiro, em áreas montanhosas e de baixada, passaram a ser reconhecidas como uma espécie distinta, Bradypus crinitus, após revalidação desse nome. Bradypus crinitus habita áreas fragmentadas, fator que pode agravar seu risco de conservação. Logo, o que já era um desafio de conservação tornou-se ainda mais urgente, necessitando de estratégias de manejo específicas!
Pontoporia blainvillei (Gervais & d'Orbigny, 1844)
Ordem Cetacea; Família Pontoporiidae
A Pontoporia blainvillei, comumente conhecida como toninha ou franciscana, é uma espécie de pequeno golfinho de água salobra e marinha que habita a costa atlântica da América do Sul, desde o estado do Espírito Santo até o norte da Argentina. Trata-se da segunda espécie de golfinho mais ameaçada do planeta! Existe uma população residente no norte do estado do Rio de Janeiro e na Região dos Lagos, mas são poucas as pessoas que já a viram. Toninhas são muito tímidas e não costumam saltar fora da água como outras espécies de golfinhos, e sua natureza evasiva a torna um desafio para ser observada em seu ambiente natural. As toninhas frequentemente ficam emaranhadas em redes de pesca, levando a mortalidades significativas, o que, combinado com a poluição e a degradação do habitat, tornou esta espécie uma das mais ameaçadas entre os cetáceos do mundo. Esforços de conservação estão em andamento para proteger e entender melhor esses animais enigmáticos, mas ainda há muito a ser feito para garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo. (Foto: Yaqu Pacha)
Eumops perotis (Schinz, 1821)
Ordem Chiroptera; Família Molossidae
Eumops perotis, o morcego-de-orelhas-largas, é uma das maiores espécies de morcegos do Novo Mundo, pertencente à família Molossidae. Este morcego possui uma envergadura impressionante, podendo alcançar até 43 centímetros, e é facilmente identificável pela sua característica mais proeminente: suas orelhas longas, que podem medir mais de 4 centímetros e se estender além do nariz quando projetadas para a frente. Sua localidade tipo é Villa de São Salvador dos Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro. Ele pode ser encontrado em áreas rochosas, onde prefere fendas e cavernas como abrigos durante o dia. Além de seu tamanho e aparência distintos, o Eumops perotis tem comportamentos de voo específicos. Seus voos são geralmente retos e altos, diferenciando-se de outras espécies que possuem voos mais erráticos. Alimenta-se predominantemente de insetos, que captura em pleno voo. (Foto: Roberto Leonan Morim Novaes)