Minicursos
Os minicursos do 12º CBMz foram cancelados.
Os participantes que fizeram a inscrição serão ressarcidos.
Ministrante: Rafael Arruda (UFMT)
Ementa: O objetivo principal deste minicurso é trabalhar as métricas de rarefação/extrapolação para análise da riqueza de espécies. Muitos estudos que buscam descrever a diversidade por métricas estatísticas se deparam com listas da riqueza local de espécies. A ferramenta de análise de rarefação dá apoio a conclusões baseadas em trabalhos com esforço amostral assimétrico, e com isto podemos melhor trabalhar também com dados de abundância, que são mero reflexo do esforço. Neste contexto, a família Hill-numbers é utilizada para melhor descrever os padrões de diversidade verdadeira, se tornando uma poderosa ferramenta para estudos ecológicos e de conservação sem viés matemático. Neste minicurso, aos congressistas será apresentada a ferramenta de análise implementada pelo ambiente R de programação. Então, em um primeiro momento será realizada uma introdução ao programa R, posteriormente construída uma planilha de dados com formato específico para a análise, e por fim a construção do modelo final no ambiente R com a interpretação dos resultados e formatação do gráfico com qualidade de publicação.
Carga horária: 12 horas
Número de vagas: 15
Necessidade específicas: Cada participante deverá estar com seu próprio computador para o minicurso.
Ministrantes: Eleonore Zulnara Freire Setz (Universidade Estadual de Campinas), Rhayssa Terra de Faria (Universidade Estadual de Campinas) & Camila Menezes Siqueira (Universidade Estadual de Campinas)
Ementa: Introdução ao levantamento da mastofauna e o uso de evidências diretas e indiretas para amostragem. Introdução às diferentes técnicas de identificação de pegadas e fezes de mamíferos. Introdução à estudos de dieta a partir de fezes e identificação de itens alimentares. Importância de rastros e vestígios para estudos de comportamento e ecologia. Vestígios de mamíferos e a cultura popular. Execução de atividades práticas voltadas para o uso de vestígios como objeto de pesquisa e aplicações para educação ambiental e ensino. Esse minicurso tem como principais objetivos: (1) Oferecer base teórica sobre estudos de levantamento de mastofauna; (2) Capacitar os participantes com o básico teórico para identificação de pegadas e fezes de mamíferos; (3) Oferecer atividades práticas para identificação de pegadas, fezes e itens alimentares; (4) Apresentar ao participante formas de aplicação de vestígios como instrumento de educação ambiental e ensino.
Conteúdo pragmático:Primeiro dia - enfoque em pegadas
Parte 1 - Fundamentos Teóricos do Estudo de Vestígios
- 1.1 Contextualização geral: O que é um levantamento de fauna e sua importância; como é realizado o levantamento de fauna: evidências diretas e indiretas; quais os tipos de vestígios de mamíferos encontrados? (arranhões em solos e árvores, tocas, pegadas e fezes)
- 1.2 Características gerais de rastros: Tipos de pegadas (plantígrados, digitígrados e ungulígrados); Número de dedos, formato e posição; Presença ou ausência de garras e membranas interdigitais; Variações e simetria de pegadas.
Parte 2 - Materiais e Métodos utilizados na Identificação de Pegadas: Onde procurar por pegadas;
Como examinar e medir o rastro; Como determinar se o animal estava correndo, caminhando, etc; Distinguir a pata anterior e posterior; Conferir a existência de mais pegadas da mesma espécie; Como coletar pegadas? (Plástico, gesso e fotos com escala); Guias que podem auxiliar na identificação de pegadas.Parte 3 - Atividade prática:
Oficina de gesso: como coletar pegadas Dividiremos a sala em grupos e cada grupo irá escolher uma pegada para marcar em uma bandeja com areia. Em seguida, irão colocar em prática os métodos da coleta em gesso aprendido durante o dia. Construir uma área de rastro: Levaremos os alunos para um ambiente externo de mata, colocaremos uma bandeja com areia úmida e voltaremos no dia seguinte para analisar as possíveis pegadas que estejam ali presentes. Os alunos farão anotações quanto às medidas, número de dedos e presença ou ausência de garras. (Analisando possibilidade)Segundo dia: enfoque em dieta
Parte 1 - Fundamentos Teóricos do Estudo da DietaCaracterísticas gerais de amostras fecais: Formato (esferas, esferas alongadas, alongado e grosso, etc) Composição aparente da amostra: pelos, fibras e ossos; Sementes; Escamas; Dentes;
Parte 2 - Materiais e Métodos utilizados no Estudo da Dieta: Onde procurar pelas fezes; Como medir? (diâmetro e comprimento); Como é feita a triagem da amostra?; Identificação dos componentes, coleção de referência e guias; Como é feita a análise tricológica?; Identificação dos pelos (guia de identificação e observação das escamas).
Parte 3 - Atividade prática: Observação dos componentes das amostras através do microscópio Dividiremos a sala em dois grupos para poderem observar os itens que podem ser encontrados em amostras fecais, dentre eles: pelos, dentes, escamas e sementes. Dividiremos a sala em dois grupos para observarem uma bancada com os tipos de amostras fecais e seus respectivos donos.
Parte 4 - Aplicações na educação ambiental: jogos com pegadas e dietas; Como trazer esses conhecimentos acadêmicos para a população leiga?; Como vestígios indiretos se aplicam na conservação e ecologia de mamíferos?; Trabalhos científicos.
Carga horária: 8h
Número de vagas: 10
Ministrantes: Bernardo Papi (Ecotrópica Ambiental, Rio de Janeiro) & Renato Bernardo (Ecotrópica Ambiental, Rio de Janeiro)
Ementa: O Licenciamento Ambiental é um processo fundamental na avaliação, prevenção, mitigação e compensação dos impactos ambientais de atividades e/ou empreendimentos efetiva ou potencialmente impactantes. Os Estudos de Impacto Ambiental dependem de conhecimentos específicos para avaliar quais as consequências que as atividades antrópicas podem causar ao meio ambiente, sendo realizados por especialistas de diversas áreas de conhecimento. Uma parte importante desses estudos são os levantamentos de flora e fauna, nos quais os mamíferos frequentemente estão presentes. Nestes são inventariadas e identificadas as espécies presentes no local que será afetado e como cada uma destas espécies pode ser impactada pelo empreendimento. Mesmo que a mastofauna faça parte da maioria desses estudos, poucas vezes os mastozoólogos, principalmente os estudantes de graduação, têm oportunidade de conhecer o processo de licenciamento ambiental e como os mamíferos estão inseridos nesse contexto. Dessa forma, apresentar para os futuros mastozoólogos como os mamíferos estão inseridos no processo de licenciamento ambiental é de extrema importância para formação de profissionais mais qualificados e, consequentemente, avaliações de impacto ambiental mais fidedignas.
Objetivos: Apresentar questões teóricas e práticas sobre como os mamíferos estão inseridos no licenciamento ambiental.
Conteúdo programático: O conteúdo programático será divido em quatro partes, cada uma idealizada para ser ministrada em quatro horas. Primeiro será abordada a legislação que rege o licenciamento ambiental, com apresentação resumida das principais leis e normativas que regem o processo. Também serão apresentadas questões específicas sobre a fauna, e principalmente os mamíferos, tais como, legalidade de coletas, emissões de autorizações e depósito de material. Na segunda parte serão abordadas questões práticas dos diagnósticos ambientais, que serão divididas entre métodos de registro, listas de espécies e análises estatísticas. Nesta seção serão discutidos os principais métodos para o registro dos mamíferos em geral, a elaboração de listas de espécies com base em dados primário (registro direto) e secundários (literatura), bem como, a introdução das principais análises estatísticas utilizadas nos relatórios de mamíferos dos licenciamentos ambientais, como curva do coletor, curva de rarefação, sucesso amostral, índice de diversidade, equitabilidade e similaridade. A terceira etapa será apresentada aos alunos como os profissionais de mastozoologia podem se inserir no mercado de consultoria ambiental: quais são as qualificações necessárias; o que deve ser apresentado a uma empresa; itens a serem considerados nas propostas de trabalho; importância do registro no conselho de classe (CRBio, CRMV, etc..), e as questões trabalhistas para os profissionais envolvidos. Na quarta e última parte serão discutidos os principais problemas enfrentados pelos consultores ambientais e do processo de licenciamento. Apresentaremos as dificuldades em relação aos prazos curtos, demora no pagamento, falta de estrutura, contratempos, postura em campo, problemas estruturais como a dificuldade de identificação de espécies, a falta de respostas que muitos destes estudos apresentam, dentre outros.
Carga horária: 16h
Número de vagas: 10
Ministrante: Francesca Belem Lopes Palmeira (RLadies Ribeirão Preto)
Ementa: O Índice de Potencial para Conflito (PCI - Potential Conflict Index) foi elaborado para facilitar o entendimento das dimensões humanas e a aplicação de manejo. É um método estatístico descritivo usado para melhorar a compreensão dos resultados em pesquisas de dimensões humanas. Este curso ensinará os participantes a utilizar as ferramentas necessárias para calcular, comparar e representar graficamente o potencial de conflito entre diferentes grupos de interesse. O PCI varia de 0 (sem conflito ou conflito mínimo) para 1 (máximo de conflito) e, simultaneamente, descreve a tendência central, dispersão e forma utilizando o gráfico de bolhas (bubble graphs) para a visualização dos dados. Os conceitos de consenso e discordância/conflito têm relevância em vários campos, incluindo economia, ciência política, psicologia, sociologia e recursos naturais. A falta de consenso existe porque as pessoas não, necessariamente, dividem/compartilham os mesmo valores, atitudes ou normas de comportamento que são aceitáveis ou não para a sociedade em geral. Realizar análises quantitativas para medir o potencial de conflito entre grupos de interesse tem sido muito promissor na área da conservação e pode nos auxiliar na tomada de decisões baseada em evidências.
Carga horária: 8h
Número de vagas: 15
Necessidade específicas: Este curso não tem nenhum pré-requisito. Contudo, caso o participante queira realizar os exercícios práticos, é recomendável que traga um computador (laptop). Não é necessário ter conhecimento prévio de estatística.
Ministrantes: Maria Clara Santos Ribeiro (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Marcione Brito de Oliveira (Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro) & Beatriz Elise de Andrade Silva (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Ementa: Estudos de inventário faunístico são de suma importância para diversas áreas da Zoologia e, sobretudo, são primordiais para estudos taxonômicos, zoonóticos, e entre outros. A ordem Chiroptera é composta por uma variedade grande de espécies de morcegos e sua diversidade merece ser investigada por várias razões, dentre elas que estes animais são potenciais reservatórios e hospedeiros para várias parasitoses (algumas com potencial zoonótico). Com isto, nós propomos este minicurso com os objetivos de apresentar as técnicas de manejo, captura e coleta de quirópteros, com ênfase na coleta de materiais biológicos para identificação molecular (obtenção de fígado e baço), citogenética (obtenção de células em suspensão) e coleta de helmintos. Desta forma, os participantes irão desenvolver conhecimento e habilidades para o trabalho de campo, conhecendo etapas envolvidas desde a captura dos morcegos, até os principais processos de diagnósticos envolvendo o hospedeiro (confirmação de espécie e diagnóstico parasitário). Métodos de coletas, fixação e armazenamento serão apresentados para os alunos, abordando, também, conceitos de biossegurança e bioética.
Amostragem de campo com captura de quirópteros: A prática de captura e coleta de quirópteros será realizada próximo ao campus NUPEM, em área aberta, trilha ou clareira próximo a vegetação arbórea, ou área urbana com árvores próximas (sob licença permanente). A prática de amostragem ocorrerá a partir das 17 horas, onde serão armadas 5 redes de neblina (9m x 2,5m). As redes estarão abertas às 18 horas e serão mantidas por um período de 2h, com revisões a cada 15 minutos. Os exemplares capturados serão triados e identificados durante a amostragem. Uma chave taxonômica será utilizada para a identificação de cada indivíduo. Os alunos irão participar de todas as etapas de forma interativa, como armar e abrir as redes, acompanhar as revisões, retirada do espécime que for capturado, exercer a identificação das espécies utilizando as chaves, observar todas as etapas de triagem (ex. medidas, categoria etária, etc.), e auxiliar no fechamento das redes.
Preparação de células em suspensão para estudos cariotípicos: As preparações ocorrerão in vitro e, para isto, os tubos contendo meio de cultura serão aquecidos a 37°C antes da eutanásia do animal. A eutanásia será realizada pelas ministrantes seguindo todos os procedimentos preconizados de acordo com as resoluções (nº 714/2002; 876/2008 e 1000/2012) do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). Posteriormente, a remoção do úmero será realizada, com exposição do canal ósseo e remoção da medula, que será homogeneizada com o meio de cultura e o material será incubado em banho-maria para estimular a divisão celular e a interrupção do ciclo de na metáfase (fase da divisão em que os cromossomos se alinham na região mediana da célula). As etapas seguintes envolvem, em ordem de execução, submeter as células a choque hipotônico, pré-fixação, fixação e armazenamento do material em suspensão. Coleta de helmintos: Após a eutanásia, os órgãos serão examinados minuciosamente em busca de helmintos adultos e/ou larvas. Os órgãos serão separados e colocados em placas de Petri, onde serão lavados em solução salina (NaCl a 0,85%), e dissecados (com auxílio de microscópio estereoscópico – lupa). Após observação dos helmintos nos órgãos, os espécimes serão removidos e limpos, com o auxílio do pincel para retirada de detritos e/ou mucos que podem facilitar sua decomposição. Após este processo, os helmintos serão separados de acordo com sua classificação taxonômica (nematódeos, platelmintos, acantocéfalos), colocados em placas de Petri com solução salina e, posteriormente, fixados com etanol 70%.
Carga horária: 10h
Número de vagas: 10
Necessidades específicas: Os alunos deverão utilizar calça, blusa de manga longa e sapatos fechados, tanto para a coleta em campo, quanto para as etapas laboratoriais. Recomendamos que repelentes e garrafas d’águas sejam levados, e que lanternas de cabeça sejam utilizadas. Recomendamos, ainda, que os participantes estejam vacinados contra raiva e tétano.
Ministrantes: Fábio Azevedo Khaled Abdel Rahman (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Nathália Siqueira Veríssimo Louzada (Universidade Federal do Rio de Janeiro) & Isabelle Chagas Vilela Borges (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Ementa: Neste minicurso, os alunos serão apresentados a diferentes métodos de preparação de mamíferos para incorporação em coleções científicas. As aulas serão divididas em um módulo teórico onde serão expostas informações sobre a história e origem da taxidermia, coleções zoológicas e museus de história natural. Em seguida serão apresentados os principais procedimentos para taxidermia de mamíferos e preparo de esqueletos, tanto para coleções zoológicas como para exposições. O segundo módulo consistirá em três atividades práticas, onde os alunos, organizados em duplas ou trios, irão preparar peles de pequenos mamíferos e morcegos em meio líquido e via seca utilizando as técnicas apresentadas anteriormente.
Objetivos: Apresentar a importância de coleções biológicas - Capacitar os alunos à preparação de mamíferos em via seca e meio líquido.
Conteúdo programático: - Origem e importância das coleções zoológicas - Métodos de coleta de mamíferos - Técnicas de preparação de mamíferos em meio líquido - Técnicas para taxidermia de mamíferos não-voadores - Técnicas para taxidermia de morcegos
Carga horária: 12h
Número de vagas: 10