Dados do Trabalho
Título
CARACTERIZAÇAO DA ESTRUTURA GENETICA DE GRUPOS DE CATIVEIRO DO MURIQUI-DO-SUL BRACHYTELES ARACHNOIDES (PRIMATES, ATELIDAE)
Resumo
Introdução: Os calitriquídeos são comumente encontrados em florestas fragmentadas e em áreas periurbanas e urbanas. Por serem espécies com alta plasticidade, ocupando assim nichos ecológicos abrangentes, são vistos e capturados nessas áreas ocupadas por primatas humanos, enfatizando ainda mais seu papel como espécie sinantrópica e justificando uma maior interação interespecífica1. Este hábito também facilita a captura e a criação ilegal destes animais. Todavia, a difícil adaptação ao cativeiro pode ocasionar em abandonos em locais distintos daqueles de origem, além de que essa prática irregular pode, ainda, resultar em apreensões ou entregas voluntárias2,3. Essas características facilitam também que essa espécie sofra mais com impactos antropogênicos, aumentando sua casuística em centros de triagem de animais silvestres (CETAS). Métodos: durante o período de janeiro de 2017 a dezembro de 2018, foram recebidos 91 PNH, provenientes do CETAS/DF, atendidos pela equipe de residentes do Hospital Veterinário da Universidade de Brasília. A maior casuística foi de C. penicillata com 87 indivíduos (95,6%) e os 4,4% restantes são representados por indivíduos de Sapajus libidinosus e Alouatta caraya. O levantamento foi realizado através do registro no livro ata de atendimento anual, separados por espécie e afecção. Resultados: as afecções mais recorrentes em sagui-de-tufo-preto são os traumas atingindo sistema musculoesquelético (37,9%), nervoso (16%) e tegumentar (11,4%) e, com uma grande representatividade da casuística referente à politraumatismos ocasionados por eletrocussão (9,1%). Na época reprodutiva, aumenta a demanda por cuidados parentais, que corresponde a 11,4% do atendimento total a PNH. Discussão: a alta incidência de calitriquídeos provenientes do CETAS-DF que necessitam de atendimento veterinário se deve ao fato de serem capturados em ambientes urbanos por fatores como ataques de animais domésticos, eletrocussão e cativeiro ilegal. Esses dados corroboram com os encontrados por Pessoa (2014) com Callithrix jacchus. Número elevado dessa espécie em CETAS também foram observados por De Moura (2011).
Financiamento
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros (PZMQB); Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP); Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ)
Palavras-chave
genética da conservação; manejo e diversidade genética; microssatélites e parentesco em muriqui
Área
Área 5 - Genética
Autores
Rosane Silva Santos, Pedro Manoel Galetti Jr, Fernando Peron, Alcides Pissinatti, Patrícia Domingues Freitas