Dados do Trabalho

Título

ESTRUTURA DE COMUNIDADE DE PLATYHRRINI DO ALTO RIO PARAGUAI, MATO GROSSO, BRASIL

Resumo

O Alto Rio Paraguai dispõe de 2.621 km de curso, composto pela transição dos domínios Amazônia, Cerrado e Pantanal, apresenta uma diversidade de habitat para as espécies nativas. A região é moldada pela dinâmica de inundação, com geomorfologia estendendo do planalto da Chapada dos Parecis até a confluência com o rio Paraná. Formando um gradiente de planalto, depressão e planície. Nesse gradiente a ocupação humana tem sido impulsionada nos últimos anos, resultando na perda da vegetação nativa para implantação das atividades do agronegócio. As alterações no ambiente podem refletir na estrutura da comunidade de primatas. Portanto, o presente trabalho conta com o objetivo de estudar a comunidade de primatas em 13 pontos de amostragem na bacia do alto rio Paraguai, Mato Grosso, Brasil. Nessa região a altitude varia entre 600m a 400m (a.a.n.m.) no planalto, entre 400m a 200m na depressão e <200 na planície. Os dados foram obtidos por transecção linear, totalizando 963 km de esforço de amostragem distribuídos em 10 áreas com vegetação de terra firme e 150 km de deslocamento em barco em três áreas alagadas. Durante o período de estudo foi encontrado 232 grupos de primatas, dos quais 118 de Sapajus cay, 95 de Mico melanurus, 13 de Ateles chamek, 4 de Aotus azarae e 2 grupos de Pithecia mittermeieri. A espécie Plecturocebus sp. palescens foi detectada por vocalização. O planalto é composto por seis espécies, sendo P. mittermeieri exclusiva. Na depressão e planície é composta por cinco espécies, sendo que na planície esteve presente P. sp pallescens, e ausência de A. chamk. O planalto apresenta maior riqueza, por sua vez é o ambiente mais alterado do gradiente, além disso, apresenta duas delas ameaçadas de extinção, sugerindo, portanto, medidas de conservação.

Financiamento

Fundação de Ampara a Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT).

Palavras-chave

Primates; conservação; ecotono.