Dados do Trabalho

Título

ABORDAGEM TERAPEUTICA PARA TRAUMATISMO CRANIOENCEFALICO EM PRIMATAS RECEBIDOS NO CENTRO DE TRIAGEM DE ANIMAIS SILVESTRES (CETAS) DE BELO HORIZONTE

Resumo

Devido ao crescente processo de urbanização, é comum a entrada de primatas no CETAS advindos de processos traumáticos, sendo o traumatismo cranioencefálico (TCE) o mais comum. A correta abordagem terapêutica do animal com TCE propicia uma recuperação rápida e sem sequelas para o animal acometido. De Fevereiro a Julho de 2019, foram recebidos no CETAS de Belo Horizonte 20 primatas diagnosticados com TCE, 18 da espécie Callithrix penicillata e um da espécie Sapajus nigritus nigritus. Ao exame externo, os animais apresentavam lesões petequeais no crânio, nível de conteúdo e consciência alterados, síndrome de Claud-Bernard-Horner, anisocoria, cabeça pendular, ausência de estímulo pupilar, decúbito lateral, atividade motora alterada e sonolência. As opções terapêuticas adotadas foram o suporte hemodinâmico, nutricional e ventilatório, dipirona 25 mg/kg como analgésico, metoclopramida 0,5 mg/kg como antiemético, proteção da mucosa gástrica com ranitidina 0,5 mg/kg, fenitoína como anticonvulsivante na dose de 15-20 mg/kg como dose de ataque e manutenção na dose de 5 mg/kg. Foi realizado também o controle glicêmico, terapia hiperosmolar associado ao Manitol na dose de 0,25 a 1g/Kg, controle de temperatura e da coluna cervical com a cabeceira elevada 30° para melhor retorno venoso. A anotação de dados vitais e estado neurológico era realizada a cada trinta minutos nas primeiras duas horas após entrada no animal na clínica do CETAS. Transcorridas em média duas semanas, os animais haviam recuperado a consciência, as alterações neurológicas haviam sido solucionadas, as radiografias com janela óssea não apresentavam nenhuma alteração digna de nota e comportamentos normais da espécie haviam sido reestabelecidos. Diante do exposto, o tratamento instituído mostrou-se como uma importante e eficiente ferramenta para a abordagem de TCE em primatas no CETAS, diminuindo o tempo de recuperação habitual dos animais, bem como, sequelas advindas do TCE. Sendo portanto, uma abordagem terapêutica recomendada para primatas não humanos.

Palavras-chave

Crânio; Trauma; Urbanização