Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DOS CONFLITOS COM PRIMATAS NAO HUMANOS RECEBIDOS EM EMPREENDIMENTOS DE FAUNA SILVESTRE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS)

Resumo

As pressões antrópicas sobre a vida silvestre, como atropelamentos, ataques por cães, choques elétricos e cativeiro ilegal, exercem prejuízo sobre as populações naturais, devido à perda de indivíduos. No RS, existem oito empreendimentos regularizados junto a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA/RS) que realizam atendimentos a primatas em situação de conflito. O objetivo deste trabalho foi identificar e caracterizar esses atendimentos ao longo do ano de 2018, através da análise dos relatórios enviados a Divisão de Fauna da SEMA/RS de seis empreendimentos. Até o final da edição desse trabalho dois empreendimentos não haviam enviados os relatórios, sendo excluídos da análise. Foram registrados 38 indivíduos atendidos, sendo 36 Alouatta clamitans, um Sapajus nigritus e um Callithrix sp. Entre os conflitos identificados a eletrocussão (16%), atropelamento (13%) e ataque por animais domésticos (13%) representaram as principais causas. Oito indivíduos eram órfãos, todos da espécie A. clamitans. Do total de primatas atendidos houve predominância de machos (58%) e adultos (58%). Desses 22 sobreviveram (58%), sendo que oito foram encaminhados para cativeiro, seis foram soltos e oito permanecem em tratamento. A falta de registro de atendimento da espécie A. caraya, nativa do RS, pode estar relacionada à ausência de empreendimentos cadastrados em sua área de ocorrência. O indivíduo do gênero Callithrix, espécies exóticas no Estado, provavelmente era oriundo de cativeiro irregular. O atendimento de primatas representou 1,2% do total de atendimentos a animais silvestres nos empreendimentos, representando uma pequena parcela dos conflitos. A poda de árvores, o encapamento da fiação elétrica, a instalação de pontes e a manutenção de cães em áreas cercadas auxiliam na redução dos riscos de conflito. Os dados refletem uma parcela dos conflitos existentes, haja vista nem todas as ocorrências são registradas. Ampliar a coleta de dados é fundamental para aperfeiçoar o diagnóstico e implementar ações de manejo direcionadas. 


Palavras-chave

manejo; reabilitação; bugio


Área

Área 3 - Manejo e Conservação

Autores

Daniel Vilasboas Slomp, Caroline Weissheimer Costa Gomes, Cristiane Alves da Silva, Felipe Ribas Duarte, Caroline Araujo Dal Bosco, Rodrigo Crespo Pont Beheregaray, Flavio Flores Pires