Dados do Trabalho

Título

COLABORAÇÃO INTERNACIONAL NA PRIMATOLOGIA BRASILEIRA NO SECULO XXI

Resumo

Dos 118 táxons de primatas brasileiros, 39% encontram-se em alguma categoria de risco de extinção definidas pela IUCN. Por isso, é importante conhecer a informação acadêmica disponível sobre essas espécies, definindo urgências e prioridades. Para isso, o Brasil sempre contou com o auxílio de pesquisadores estrangeiros (investigadores sem residência permanente no Brasil), com reconhecido compromisso com a conservação dos primatas nacionais. Todavia, o aporte concreto dos pesquisadores estrangeiros ao conhecimento dos nossos primatas raras vezes foi quantificado. Este trabalho analisa as principais bases de dados cientificas do mundo, na procura de artigos sobre primatas brasileiros, cujo primeiro autor ou o autor para correspondência não possua residência permanente no Brasil. No período compreendido entre 2000 e 2018 foram publicados 247 artigos sobre primatas brasileiros. 27% destas publicações foram responsabilidade de um estrangeiro, sendo um total de 49 pesquisadores (17 homens e 21 mulheres) de 12 países e apenas dois continentes (América e Europa). Destes, sete possuiam endereço temporário no exterior no momento da publicação, e por isso foram retirados da base de dados. Metade dos pesquisadores estrangeiros (50%) reside na América do Norte. 32.8% das pesquisas foram realizadas na região Sudeste do Brasil. Três gêneros concentraram a atenção dos pesquisadores estrangeiros: micos-leões (Leontopithecus sp., 19 artigos), Muriquis (Brachyteles sp., 15 artigos) macaco-prego, gêneros Cebus/Sapajus (11 artigos).  Ao longo do século XXI, o número de artigos foi crescendo, porém teve uma baixa nas publicações nos últimos 5 anos, O financiamento dessas pesquisas teve origem maiormente estrangeiro, com algumas contribuições brasileiras, geralmente da CAPES ou CNPQ, na forma de bolsas para coautores desses trabalhos. Esta pesquisa aporta dados para a compreensão do investimento estrangeiro na primatologia no Brasil, bem como o crescimento desta temática no interesse dos pesquisadores nacionais.

Financiamento

CNPq

Palavras-chave

cienciometria; Brasil, colaboração internacional