Dados do Trabalho

Título

PERCEPÇOES DE MORADORES SOBRE A PRESENÇA DE BUGIOS-RUIVOS (ALOUATTA GUARIBA CLAMITANS) EM BAIRROS PERIFERICOS DA CIDADE DE SANTA MARIA, RIO GRANDE DO SUL.

Resumo

O ritmo acelerado da urbanização tem levado à destruição do habitat de várias espécies de primatas brasileiros e à aproximação cada vez mais frequente entre estes e os humanos nas zonas periféricas de muitas cidades. Na cidade de Santa Maria, RS, vários bairros periféricos fazem limite com áreas de ocorrência de bugios-ruivos e nos últimos três anos têm se tornado frequentes os chamados aos órgãos ambientais devido ao aparecimento destes animais em residências. Em 2018 um ataque de bugio a uma criança ocorreu em uma praça, sob circunstâncias não totalmente esclarecidas, resultando em lesão corporal. Este trabalho tem como objetivos (1) mapear a ocorrência dos bugios-ruivos nos bairros periféricos de Santa Maria e (2) analisar a percepção dos moradores sobre o aparecimento desses animais, visando contribuir para um planejamento urbanístico que seja favorável à permanência da espécie, bem como evitar possíveis conflitos entre humanos e bugios. Entre agosto e outubro de 2018 foram realizadas 50 entrevistas semiestruturadas com moradores de cinco bairros onde havia relatos de aparecimento de bugios. Os bugios foram mais avistados nos bairros Caturrita (56%), situado nos limites de uma UC municipal, e Cerrito (50%), onde a maior parte das propriedades inclui áreas de preservação permanente. No Cerrito as atitudes mais frequentes foram observar (53%) e fotografar (27%), porém no bairro Caturrita 22% dos entrevistados já tiveram contato físico com um bugio e 11% relataram tê-lo alimentado. Em geral os entrevistados consideram importante a presença de bugios nas áreas próximas (50%), porém, também demonstraram preocupação com supostas agressividade dos bugios (36%) e transmissão da febre amarela aos humanos (70%). Para a boa convivência entre primatas humanos e não humanos nestas áreas são indispensáveis a adoção de políticas públicas municipais protetivas e a conscientização das comunidades humanas. Este trabalho encontra-se em andamento.

Financiamento

FIPE/UFSM

Palavras-chave

Fauna urbana; Etnozoologia; Conservação de primatas.