Dados do Trabalho

Título

Saguis invasores (Callithrix sp) em ambiente urbano

Resumo

Introdução: No município de Niterói-RJ, uma população de calitriquídeos, provavelmente oriundos de populações de Callithrix jacchus e C. penicillata e seus híbridos, convivem diretamente com pessoas e animais domésticos em um ambiente urbano. Método: Entre dezembro de 2017 a julho de 2019 a empresa Phoenix Projetos Ambientais realizou um monitoramento dessa população, através da Autorização Ambiental  ICMBio n° 59380-3.Os animais foram capturados utilizando armadilhas modelo Tomahawk, e conduzidos para o Centro de Diagnóstico Veterinário Icaraí (PCA) para avaliação clínica, biometria, pesagem, sexagem, marcação (microchip e colar numerado), coleta de sangue (encaminhado para o Instituto de Ciências e Tecnologia em Biomodelos na Fiocruz para pesquisa de arboviroses) e submetidos à cirurgias de esterilização (no PCA e na Faculdade de Veterinária da UFF).

Resultados: Foi monitorado um total de 20 grupos de Callithrix com indivíduos variando de 4 a 10 animais, onde 95 animais foram capturados com 15 recapturas. Ao longo desse monitoramento, houve comprovada a circulação de arboviroses nos animais (Dengue e Chikungunya) através de sorologia realizada pela FIOCRUZ, um caso de Raiva comprovado através de imunofluorescência pelo Instituto de Veterinária Jorge Vaitsman com a participação do CCZ Niterói. Ocorreu um caso de Febre Amarela em um sagui em Niterói confirmado pela FIOCRUZ, embora a equipe da Phoenix Projetos Ambientais não tenha coletado esse animal. Foram realizadas 31 vasectomias e 20 ligaduras de trompas. Após as cirurgias, os animais receberam antibiótico e anti-inflamatório de amplo espectro, e foram soltos no mesmo local de captura. Conclusões: Os resultados preliminares demonstram que os calitriquídeos invasores alóctones estão envolvidos no ciclo de algumas zoonoses consideradas graves. É necessário ampliar e aumentar os esforços para realizar monitoramentos permanentes desses animais em outros municípios com o objetivo de compreender como esse grupo de animais possui participação na circulação de patógenos perigosos à saúde humana e animal.

Financiamento

Financiamento: Phoenix Projetos Ambientais
Apoio: Pantharpia / Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB/ICMBio) / Centro de Primatologia do Rio de Janeiro / Instituto de Ciências e Tecnologia em Biomodelos (Fiocruz) / Centro de Diagnóstico Veterinário Icaraí (PCA) / Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense / Instituto Municipal de Veterinária Jorge Vaitsman / Centro de Controle de Zoonoses de Niterói

Palavras-chave

Calitriquídeos, Zoonoses, Primatas não humanos.