Dados do Trabalho

Título

ESFORÇO AMOSTRAL MÍNIMO EM ESTUDOS DO COMPORTAMENTO DE BUGIOS (Alouatta spp.)

Resumo

A definição do esforço amostral é fundamental no planejamento de qualquer pesquisa para otimizar o investimento financeiro, de tempo e equipe. Enquanto um grande esforço aumenta a probabilidade de registro de comportamentos raros, um esforço pequeno facilita a obtenção de réplicas por uma equipe reduzida. Nesse estudo visamos identificar o esforço mínimo por período amostral (mês ou bimestre) para determinar o padrão do orçamento de atividades, dieta (riqueza de espécies e contribuição de folhas, frutos e flores), posturas de descanso e alimentação, tipos de locomoção e percurso diário de bugios. Usamos dados obtidos pelo método de varredura instantânea durante 4, 5 ou 15 dias de observação por período amostral de oito grupos de Alouatta guariba clamitans, quatro de A. caraya e um de A. puruensis. Comparamos os padrões encontrados nas amostras com subamostras de 1 a 14 dias. Usamos modelos lineares generalizados mistos com o número de dias de coleta por período como variável preditora dos padrões observados e a identidade dos grupos (considerando assim a influência da identidade das espécies e do habitat) e a estação do ano ou mês como variáveis-controle. Quando necessário, usamos análises de componentes principais para resumir o conjunto de variáveis resposta. Independente da espécie dos grupos de estudo e do bioma onde a pesquisa foi desenvolvida, verificamos que 1 dia/período amostral é suficiente para a caracterização de todas as variáveis analisadas, exceto a riqueza da dieta, para a qual é necessário um esforço mínimo de 12 dias consecutivos. Além de auxiliar no planejamento de futuras pesquisas com bugios, sugerimos que o nosso método seja aplicado para a avaliação do esforço amostral mínimo em estudos do comportamento de outros táxons. 

Financiamento

Apoio: CAPES e CNPq.

Palavras-chave

tamanho amostral; otimização; observação comportamental.