Dados do Trabalho


Título

EVIDENCIA DE PROCESSAMENTO HOLISTICO DE FACES EM MACACOS-PREGO (SAPAJUS SP.) CATIVOS

Resumo

<p>Primatas, como animais sociais, possuem a habilidade de identificar coespecíficos por meio do reconhecimento facial. Essa é uma das principais habilidades sociocognitivas desses animais que lhes permitem realizar diversas interações sociais baseadas na discriminação de expressões faciais e identidade. Os seres humanos discriminam faces com uma notável velocidade e precisão por meio de uma representação mental holística dos estímulos faciais. O chamado processamento holístico, consiste em uma análise integrada dos elementos que compõem uma face e tem sido demonstrado por meio do teste de Efeito de Composição de Faces (tECF) onde a representação de uma face inteira interfere no reconhecimento das suas características individuais. Porém, poucos estudos tem verificado a evidência de representações holísticas em primatas não-humanos, principalmente nos primatas neotropicais. O nosso objetivo foi avaliar se macacos-prego (<em>Sapajus</em> sp.) processam faces de coespecíficos holisticamente por meio da presença do Efeito de Composição de Faces (ECF). Com o uso do paradigma de escolha de acordo com o modelo (MTS – <em>matching-to-sample</em>), testamos macacos-prego cativos (n=8, sendo 4 ♂ e 4 ♀), em um tECF semelhante àqueles realizados com humanos e representantes de macacos do Velho Mundo. Nesse paradigma, apenas a metade superior da face (olhos-testa) era relevante na escolha. A ilusão na composição desses estímulos ocorria quando duas metades superiores de uma face eram percebidas como distintas quando apresentadas com duas metades inferiores diferentes. Nesse experimento, os macacos foram testados com faces coespecíficas (<em>Sapajus</em> sp.) e faces humanas (<em>Homo sapiens</em>). Os resultados revelaram a presença do ECF positivo apenas para as faces coespecíficas, o que é um indicativo que os macacos-prego são capazes de processar faces coespecíficas holisticamente. Uma comparação direta com a literatura demonstra similaridade entre esses macacos, os do Velho Mundo testados (macacos rhesus e chimpanzés) e humanos o que sugerem uma homologia cognitiva entre eles.</p>

Financiamento

O presente trabalho foi realizado com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Brasil.

Palavras-chave

Reconhecimento facial, Percepção, Escolha de Acordo com o Modelo.

Área

Área 8 - Outros

Autores

Jéssica Mendes de Souza, Maria Clotilde Henriques Tavares, Tainá de Abreu