Dados do Trabalho


Título

Estudo de caracterização do gênero Callithrix em ambiente urbano como reservatório dos vírus da Dengue, Zika, Chikungunya, Mayaro e Febre Amarela.

Resumo

Introdução: Os arbovírus já podem ser classificados como uma das principais ameaças à saúde dos humanos e também dos primatas não humanos. Somente a Dengue responde por aproximadamente 300 milhões de infecções por ano e vem aumentando nas últimas décadas. Por se tratar de uma doença potencialmente letal, se junta a outras arboviroses como um grande desafio para saúde. O objetivo dessa pesquisa foi pesquisar a circulação de arboviroses em saguis no município de Niterói-RJ, já que não há nenhuma pesquisa publicada a respeito dessas doenças associadas com saguis no referido município. Método: No período de dezembro de 2017 a maio de 2018 foram realizadas coletas de primatas não humanos do gênero Callithrix no município de Niterói - RJ. Foram coletadas 43 amostras de soro dos animais pela empresa Phoenix Projetos Ambientais com a Autorização Ambiental  ICMBio n° 59380-3 e CEUA (IBIMM) n° 05/19. Foram registrados os geoposicionamentos de cada coleta. As amostras foram testadas pelo método RT-PCR, Aborkit® de Biomanguinhos e pelo kit multiplex da Optolane® para Dengue, Zika, Chikungunya, Mayaro e Febre Amarela. A extração de RNA foi realizada com o kit da Qiagen®. As amostras que apresentaram detecção até 40 ciclos foram considerados positivas, entretanto, as com um CT (cycle threshold) 38 até 40 foram consideradas apenas fracamente positivas. Resultados: Dos 43 animais coletados e testados (Machos 53,5% e 46,5% Fêmeas), 12/43 (28%) foram positivos para Dengue ou Chikungunya. Apenas 1/43 (2,3%) apresentou simultaneamente positividade para Dengue e Chikungunya. Nenhum animal apresentou qualquer detecção para Zika, Mayaro ou Febre amarela. Conclusões: Os primatas não humanos do gênero Callithrix apresentam potencial para servirem de reservatórios não humanos para os arbovírus. O perfil de infecção dos primatas testados neste projeto seguiu o mesmo perfil epidemiológico dos humanos na cidade de Niterói. Mais testes estão sendo realizados para a comprovação do papel destes primatas na cadeia epidemiologia dos arbovírus uma vez que estes animais albergam estes vírus mais nos órgãos do que no sangue periférico.  


Financiamento

Financiamento: Emenda parlamentar – 17750019, Congresso Nacional, Brasília. Apoio: Phoenix Projetos Ambientais; Pantharpia; Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB/ICMBIo); Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ).


Palavras-chave

Primatas não humanos. Arboviroses. RT-PCR.


Área

Área 7 - Saúde

Autores

Eduardo Cárdenas Nogueira Rubião, Ivan Neves Jr, Carlos Alberto Monteiro Cattaneo, Fernando Raphael Almeida Ferry, Carla Freitas Campos, Andréa Cony Cavalcante, Dulcino Pirivani Lima, Marina Costa Dias, Cassia Cristina Alves Gonçalves, Luiz Cláudio Pereira Ribeiro