Dados do Trabalho


Título

MONITORAMENTO DE EPIZOOTIAS DE FEBRE AMARELA E OS IMPACTOS POPULACIONAIS EM BUGIO (ALOUATTA GUARIBA CLAMITANS) EM FRAGMENTOS FLORESTAIS NO MUNICIPIO DE MACAE, RJ

Resumo

<p>Em 2016/2017, a febre amarela (FA) teve uma ressurgência, circulando rapidamente nos fragmentos florestais próximos às áreas periurbanas das principais megalópoles brasileiras e levando a um aumento do número de casos. Os principais hospedeiros do arbovírus são primatas não humanos (PNHs), levando a maioria dos bugios (<em>Alouatta guariba clamitans</em>) infectados à morte. FA foi detectada na região serrana de Macaé/RJ em abril de 2017 através da coleta de 11 carcaças de bugios (2 confirmados para FA), o que mobilizou ações de mitigação. Nosso objetivo é fazer um monitoramento de PNHs para avaliar a dispersão do vírus e quantificar os impactos. Escolhemos 4 fragmentos florestais em Macaé, 2 submontanos e 2 de baixada, que possuem populações de PNHs de acordo com monitoramentos anteriores. Esperamos impactos maiores em populações de bugios em áreas de submontanas com mais conectividade com a serra. Transecção linear foi utilizado para detectar a presença/ausência de PNHs, anotando a composição dos grupos. Entre 01/2018 e 05/2019 fizemos monitoramento 9 dias (50 horas) nos 2 fragmentos submontanas e 11 dias (37 horas) nos 2 fragmentos da baixada. Ossadas de 17 bugios foram coletadas, a maioria em grupos de 2 a 5 indivíduos, padrão característico da doença. Detectamos bugios vivos em 3 fragmentos, mas com densidade reduzida. Em um fragmento não encontramos bugios desde 02/2018. Mapeamos a dispersão temporal/espacial do vírus evidenciada pelas epizootias em bugios com taxas de mortalidade semelhantes em áreas submontanas e áreas de baixada. Nossos dados demonstram a importância do monitoramento de epizootias em PNHs como ferramenta para visualizar e prever a dispersão do vírus sobre a paisagem. Com epizootias registradas a 5 km do perímetro urbano de Macaé e Rio das Ostras/RJ, previmos a urbanização do vírus no próximo ano. Diante da alta densidade populacional nessas áreas urbanas são alarmantes os impactos que poderiam ocorrer.</p>

Financiamento

<p>PIBIC/PIBITI-UFRJ</p>

Palavras-chave

<p>Epidemiologia ecológica; dispersão viral; saúde pública.</p>

Área

Área 1 - Ecologia

Autores

Thiago Assis Domingos, Claulimara Lopes Moreira, Malinda Dawn Henry