Dados do Trabalho


Título/Title/Titulo

Resposta imune durante a diferenciação de células-tronco neurais embrionárias obtidas a partir de camundongos APPswe/PS1dE9, um modelo da Doença de Alzheimer

Introdução/Introduction/Introdución

INTRODUÇÃO: A neuroinflamação e a neurogênese anormal são processos inerentes à patogênese da Doença de Alzheimer (DA) e, consequentemente, os sinais que promovem esses processos podem atuar como desencadeadores deletérios iniciais. Além disso, estudos apontaram que as proteínas envolvidas em doenças neurodegenerativas como a APP (proteína precursora amilóide) e PS (proteína presenilina) diversas vezes desempenham papéis críticos no desenvolvimento precoce do sistema nervoso central (ROGERS e SCHOR, 2010). A familiaridade da DA está associada a um padrão de herança monogênica autossômica dominante (SMITH, 1999). Nesses casos, os quais correspondem a até um décimo dos pacientes com DA, em geral, ocorre acometimento precoce, aproximadamente, na quarta ou quinta década de vida (BERTRAM e TANZI, 2005; SELKOE, 2004). Contudo, não há conhecimento se as alterações na inflamação começam nos estágios embrionários dos portadores de mutação associados à DA familiar.

Objetivos - Metodologia - Resultados - Discussão dos Resultados/Objectives - Methodology - Results - Discussion of Results/Objetivos - Metodología - Resultados - Discusión de los resultados

OBJETIVO: Investigar a questão da ocorrência ou não da inflamação na fase embrionária através de camundongos duplos transgênicos, modelo da DA familiar (APPswe/PS1dE9). METODOLOGIA: As células-tronco neurais (também denominadas células progenitoras neurais- NPCs) foram obtidas a partir do telencéfalo de embriões selvagens (WT) no décimo terceiro dia de gestação (E13) e de embriões APPswe/PS1dE9, também no mesmo período de desenvolvimento embrionário. Essas células proliferam como agregados chamados neuroesferas na presença de EGF e FGF-2, mantendo a capacidade de se diferenciarem em neurônios e células gliais mesmo após a retirada desses fatores do meio de cultura. Por meio da tecnologia de microarrays, foram estudados os perfis de expressão gênica do genoma nas células diferenciadas in vitro, obtidas de telencéfalo de embriões WT e APPswe/PS1dE9. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foi observada a ocorrência de uma forte resposta imune com ativação microglial em células diferenciadas obtidas de embriões APPswe/PS1dE9. Conforme a expressão do mRNA de oito genes de inflamação presentes em células APPswe/PS1dE9, verificada através de microarray e RT-qPCR, as células obtidas dos embriões APPswe/PS1dE9 expressaram cerca de 100 vezes mais CCL12, CCL5 (RANTES), CCL3, C3, CX3CR1, TLR2, Iba e TNF do que as células obtidas a partir de embriões WT. Ainda, o secretoma das neuroesferas diferenciadas APPswe/PS1dE9 induziu quimioatração significativa de células mononucleares de sangue periférico (PBMCs) em comparação com o secretoma de células WT, evidenciada pelo ensaio de migração Transwell. Nesse ensaio, realizado em triplicata e com quatro animais em cada grupo (teste t de Student; *** p ˂0.001), os núcleos marcados com DAPI foram utilizados para a contagem de células.

Considerações Finais/Final considerations/Consideraciones finales

CONCLUSÃO: Dessa forma, os resultados sugeriram que as proteínas APPswe e PS1dE9 mutantes, envolvidas na DA familiar neurodegenerativa, desempenham papéis críticos no desenvolvimento precoce do sistema nervoso central, causando inflamação e ativação microglial.

REFERÊNCIAS

BERTRAM L.; TANZI R. E. (2005) The genetic epidemiology of neurodegenerative disease. J.Clin.Invest 115:6, 1449-1457.
ROGERS D.; SCHOR N. F. (2010). Ann Neurol 67, 151-8.
SELKOE D. J. (2004) Alzheimer disease: mechanistic understanding predicts novel therapies. Ann.Intern.Med. 140:8, 627-638.
SMITH M. A. C. (1999) Doença de Alzheimer. Rev Bras Psiquiatr. 21(Suppl 2):3-7.

Palavras-chave/Key words/Palabras clave

células-tronco, Alzheimer, neuroinflamação, APPswe/PS1dE9

Área

Celulas Tronco Pluripotentes

Autores

TASSIARA RAMOS VIDAL, Micheli Mainardi Pillat