Dados do Trabalho
Título
Ciência cidadã no monitoramento de primatas do Espírito Santo – Projeto “Eu vi um macaco no mato!”
Corpo do texto
Primatas não humanos são afetados por diversas patologias, inclusive algumas zoonoses. As recentes epidemias de febre amarela (FA), e surto de monkeypox exemplificam como esses agravos podem ter grande impacto na saúde humana e animal. A desinformação pode levar a agressões e até morte de primatas. Assim, monitorar e promover ações educativas contribuem para a conservação destas espécies, muitas delas ameaçadas. O objetivo do presente estudo foi avaliar as populações de primatas do Espírito Santo após a epidemia de FA por meio de ciência cidadã (CC). A obtenção de registros (fotos, vídeos ou áudios) ocorreu através do projeto de CC “Eu vi um macaco no mato!”, com a colaboração da população que encaminhou os registros aos pesquisadores com informações de data, espécie, quantidade de indivíduos e outras observações pelo WhatsApp do projeto e pela rede social Instagram (@macaconomato). A divulgação do projeto e das espécies registradas pelos cientistas cidadãos na região aconteceram por publicações nas redes sociais e por atividades de educação ambiental no Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) e em eventos do município de Santa Teresa (ES). No período de 2019 a 2022, foram enviados 70 registros de 198 animais de 7 espécies, dos quais 31,3% foram de Sapajus nigritus, 20,2% Callithrix geoffroyi, 7,1% Callithrix flaviceps, 6,1% Brachyteles hypoxanthus, 12,1% Callicebus personatus, 10,6% Callithrix híbridos, 10,6% Alouatta guariba e 2,0% Sapajus robustus. A maior quantidade de registros foram oriundos dos municípios de Santa Teresa e Linhares, possivelmente devido à presença de Unidades de Conservação e à maior divulgação do projeto em atividades presenciais. Os resultados aqui apresentados evidenciam o potencial da CC de se realizar o diagnóstico e o acompanhamento das populações de primatas. Monitorar espécies silvestres em áreas afetadas e não afetadas pela FA pode ajudar a compreender o panorama da doença e prevenir novas epidemias.
Financiadores
Instituto Nacional da Mata Atlântica
Palavras-chave
primata não humano; registros, distribuição; cidadão cientista.
Área
Manejo e Conservação
Autores
Andresa Guimarães, Michelle Noronha da Matta Baptista, Maria Cecília Martins Kierulff, Laís Cardoso do Amaral Souza, Natalia Pirani Ghilardi-Lopes