XX Congresso Brasileiro de Primatologia

Dados do Trabalho


Título

Estudo eco-epidemiológico da infecção e suscetibilidade de primatas neotropicais ao Toxoplasma gondii

Corpo do texto

Os primatas neotropicais apresentam diferentes graus de suscetibilidade ao protozoário Toxoplasma gondii. O estudo de fatores intrínsecos e ambientais associados a casos de toxoplasmose pode ajudar a elucidar essas diferenças e identificar áreas e fatores de risco relevantes para cada gênero, permitindo um enfoque de recursos para sua prevenção. O objetivo do estudo é identificar e comparar estes fatores entre dois gêneros de primatas neotropicais frente à toxoplasmose. Foram avaliadas 1125 amostras de tecido de primatas dos gêneros Callithrix e Alouatta georreferenciadas enviadas para vigilância de febre amarela entre 2016-2022 pelo Instituto Adolfo Lutz. Exames de histopatologia e imuno-histoquímica foram realizados. A presença/ausência da doença e sua relação com fatores intrínsecos (sexo, idade) e temporais (estação do ano) foram avaliados em animais de vida livre e cativeiro, já fatores ambientais (umidade, temperatura, pluviosidade, altitude) e antropogênicos (densidade demográfica, densidade urbana e uso do solo) somente em vida livre. A análise espacial foi feita com o software ArcGIS e a estatística mediante os testes de Mann-Whitney e Qui-Quadrado de Pearson (SPSS 21). Foram recebidas 963 amostras de Callithrix sp. e 162 de Alouatta sp., das quais 40 (4,15%) e 22 (13,58%) foram diagnosticadas para toxoplasmose, respectivamente. Estação do ano foi significativa em ambos os gêneros; umidade e altitude somente em Callithrix e sexo e densidade urbana em Alouatta. Os demais fatores não apresentaram significância. Os resultados indicam possível sazonalidade associada à toxoplasmose nos dois grupos, sexo como possível fator de suscetibilidade para o gênero Alouatta, assim como densidade urbana, e umidade e altitude como fatores ambientais de risco para o gênero Callithrix. Os resultados ressaltam a importância da compreensão das diferentes dinâmicas de suscetibilidade a toxoplasmose entre os primatas neotropicais, tanto para prevenção da doença como para conservação das espécies, ao identificar áreas e fatores de risco associados à sua saúde.

Financiadores

FAPESP Processo n° 23/06923-5 FAPESP Processo n° 22/08313-7

Palavras-chave

Zoonose; Toxoplasmose; Prevenção

Área

Saúde

Autores

Marina Pellegrino da Silva, Juliana Mariotti Guerra, Natália Coelho Couto de Azevedo Fernandes, Carlos Sacristán Yague, José Luiz Catão-Dias, Irene Iglesias Martín