XX Congresso Brasileiro de Primatologia

Dados do Trabalho


Título

Caracterização dos níveis de cortisol fecal de indivíduos de macacos-prego-amarelos (Sapajus libidinosus) no Parque Nacional de Brasília.

Corpo do texto

A fisiologia do estresse em primatas é de extrema importância para entender a endocrinologia comportamental e promover o bem-estar de animais. A influência do estresse em um ambiente demonstra que alterações comportamentais associadas ao aumento de glicocorticóides podem estar relacionados ao bem-estar dos animais. A avaliação do nível de cortisol fecal é uma ferramenta excelente para compreender a fisiologia comportamental de indivíduos. Desta maneira, o objetivo deste estudo visou caracterizar a fisiologia do estresse por meio da análise de cortisol fecal em uma população de macacos-prego-amarelo (Sapajus libidinosus) no Parque Nacional de Brasília. Os métodos utilizados foram animal focal e ad libitum durante dez minutos em nove indivíduos por 6 meses. Os registros comportamentais incluíram comportamentos não sociais, auto direcionados, afiliativos, agonísticos e hierárquicos. Foram coletadas 125 amostras fecais para fins de análise de cortisol e a dosagem dos glicocorticorticóides foi realizada pelo método enzimaimunoensaio. Os primatas destinam a maior parte do tempo em comportamentos de alimentação e forrageio e o gênero e o turno não afetam os níveis de cortisol dos animais. Além disso, não foram encontradas correlações entre os comportamentos auto direcionados e afiliativos e os níveis de cortisol. A hierarquia também não influencia os níveis de cortisol fecal dos indivíduos. No entanto, o número de comportamentos agonísticos que os indivíduos estão envolvidos afeta os níveis de cortisol, ou seja, quanto mais vezes o indivíduo engaja em comportamentos agonísticos, maiores os níveis de cortisol. O resultado deste estudo demonstra que a presença humana e a constante oferta de alimentos antrópicos aos primatas contribui para alterações do comportamento inerente à espécie, além de alterações fisiológicas que podem acarretar uma série de complicações na saúde desses animais. Investigações posteriores sobre a fisiologia comportamental desses primatas são fortemente incentivadas para propor medidas conservacionistas a fim de proporcionar saúde e bem-estar.  

Financiadores

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) Fundação de Apoio à Pesquisa da Universidade de Brasília 

Palavras-chave

cortisol fecal, estresse, Sapajus libidinosus, fisiologia comportamental, glicocorticóides

Área

Outros

Autores

Samara de Albuquerque Teixeira, Maria Clotilde Henriques Tavares, Torbjørn Haugaasen