Título

Acolhimento ao paciente oncológico: A prática da Psicologia no Hospital da Criança Santo Antônio

Resumo

O setor da oncologia pediátrica caracteriza-se por um ambiente carregado de estigma, medos e mitos, onde a iminência da morte parece estar sempre presente, visto que o câncer destaca-se como a segunda causa de morte em crianças e jovens. Além disso, estima-se, a partir de dados do Rio Grande do Sul, que a população de risco caracteriza-se por indivíduos do sexo masculino, entre 10 e 14 anos. Frente a isso, nesse contexto, faz-se necessário que o profissional tenha uma visão ampliada, voltando-se não apenas para o paciente, mas também para os familiares, os quais vivenciam as repercussões do processo de adoecimento. O presente projeto trata-se de um estudo transversal que objetivou verificar como ocorre a prática do serviço de Psicologia de um hospital pediátrico, no acolhimento ao paciente oncológico. Os dados coletados compreendem o período de julho de 2015 até julho de 2016. Realizou-se um levantamento das fichas de produtividade dos estagiários de Psicologia. Os atendimentos referem-se às categorias: atendimento ambulatorial (AA), atendimento ao paciente (AP), atendimento ao familiar (AF) e atendimento conjunto, ou seja, ao paciente e familiar (APF). Definiu-se, então, os critérios de inclusão: pacientes que estavam em tratamento de câncer, dentro do período estabelecido, em qualquer fase do tratamento e que tivessem recebido pelo menos um atendimento psicológico. Foram incluídos 154 pacientes na amostra. A maioria da população era do sexo masculino (59,74%) e a média de idade foi de 8,5 (± 5,35). O total de atendimentos no decorrer dos 12 meses foi de 1711 e a média mensal foi de 142,58 (± 26,48). Sobre as informações acerca de quantidade de atendimento por categoria durante o período, obtivemos os dados a seguir: 389 AP (23%), 491 AF (29%), 713 APF (42%) e 118 AA (6%). A partir da análise realizada, percebe-se que os dados levantados corroboram com a literatura mundial, mostrando que torna-se imprescindível trabalhar com toda a família durante o adoecimento da criança/adolescente. A rotina de tratamento do câncer infanto-juvenil implica em mudanças que envolvem todo sistema familiar, podendo provocar desajustes no funcionamento da família. Dessa maneira, a equipe de Psicologia, visa oferecer assistência psicológica para as famílias como uma ferramenta estratégica ao tratamento. Acredita-se que, ao cuidar da saúde mental de um familiar, este possa atender melhor as demandas vigentes, assim como prestar suporte emocional ao paciente. Além disso, os achados citados ratificam a literatura no quesito sexo dos pacientes da oncologia infantil, visto que a maioria da população atendida era do sexo masculino. No entanto, a média de idade apresentou-se menor, pois o HCSA não possui tratamento para neoplasias do tipo osteossarcoma no SUS, câncer mais incidente na faixa de 10 a 14 anos. Com base nesse prisma, constatou-se a necessidade e importância de firmar a existência de setores de Psicologia no HCSA, no sentido de priorizar a assistência aos pacientes e familiares em sofrimento psíquico decorrente de patologias, tratamentos e internações.

Referências Bibliográficas

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