Precisamos falar sobre a Fibrose Cística! Prática Psicoeducativa sobre os processos de saúde e doença do paciente pediátrico.
Introdução: Classificada como rara, a Fibrose Cística é uma doença crônica genética autossômica recessiva, que acomete vários órgãos, sendo considerada como a enfermidade congênita letal mais comum em populações de origem caucasiana. O avanço nas intervenções terapêuticas têm possibilitado um aumento da sobrevida e da qualidade de vida do paciente e seus familiares. Neste contexto, a Psicologia como parte integrante da Equipe Multiprofissional nos Centros de Referência de atendimento aos fibrocísticos busca promover, entre outras atribuições, a aquisição de habilidades necessárias para otimizar a adesão ao tratamento, considerando que isto é uma condição decisiva para um bom prognóstico. Proporcionar a inserção e o protagonismo do paciente pediátrico em seu processo de saúde tem sido um desafio enfrentado por pais, cuidadores e equipe multiprofissional. Objetivo: Construir uma cartilha com orientações psicoeducativas aplicada por pais, cuidadores e equipe multiprofissional, previamente orientados pelo psicólogo, visando a inserção gradual do paciente pediátrico em sua rotina de tratamento de acordo com cada etapa do desenvolvimento psicológico e cognitivo do mesmo. Método: Por tratar-se de uma pesquisa- ação este estudo foi viabilizado pela prática de estágio no campo, onde através da observação direta de casos verificou-se uma demanda implícita de instrumentos direcionados à prática psicoeducativa com o paciente pediátrico. A partir dessa observação, iniciou-se uma busca ativa na literatura por materiais disponíveis para a realização desta intervenção. Observou-se uma escassez de materiais psicoeducativos com linguagem acessível, contendo orientações sobre uma abordagem mais adequada e diretiva com o paciente pediátrico, iniciada em sua primeira infância. Deste modo, foi constatada a necessidade da construção da cartilha. Resultados: Através do uso desta cartilha, pais, cuidadores e equipe multiprofissional tornam-se mais capacitados para, na prática do cotidiano, envolver o paciente pediátrico como um colaborador ativo, de forma que ele possa contribuir e se engajar no tratamento, além de praticá-lo da forma correta. Como consequência, busca-se um aumento da adesão, da qualidade de vida e da diminuição das complicações psicológicas causadas pela convivência com a doença crônica. Considerações Finais: Espera-se que a cartilha se consolide como uma prática eficaz, a qual, aliada ao tratamento medicamentoso, auxiliará na prevenção das falhas na adesão ao tratamento, evitando agravos irreversíveis à saúde do paciente, além do sofrimento psíquico de todos os envolvidos.
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1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.1 Atenção Integral à Criança e ao Adolescente no Contexto de Saúde e Doença
Hospital Infantil Joana de Gusmão - Santa Catarina - Brasil, Universidade Federal de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil
Thais Maria Pedroso Rodrigues, Marcela Albuquerque Rubio, Ivânia Jann Luna, Dnyelle Souza Silva, Simone Scheibe