Título

Psicologia Hospitalar: reflexões a partir de uma pesquisa de campo

Resumo

A psicologia hospitalar surgiu no Brasil em 1954, sendo os primeiros trabalhos desenvolvidos em uma clínica ortopédica e traumatológica, onde o psicólogo (a) preparava os pacientes que seriam submetidos a cirurgias na coluna, bem como suas recuperações. Mais especificamente no hospital infantil destacam-se os trabalhos realizados no Projeto Mãe-participante, cujas mães das crianças internadas acompanhavam a criança em todo o processo de hospitalização. O presente trabalho objetiva apresentar as demandas levantadas pelas cuidadoras de crianças hospitalizadas, em um hospital infantil, a fim de relacionar com a teoria e assim elaborar um projeto que supra as necessidades existentes no contexto hospitalar, inserindo a contribuição do profissional psicólogo nesse ambiente. A pesquisa foi descritiva e exploratória, de natureza qualitativa, os dados foram coletados através de entrevista semiestruturada, os sujeitos da pesquisa foram 5 cuidadoras, sendo que todas eram mães das crianças internadas em um Hospital Universitário Infantil no litoral norte de Santa Catarina. Obtiveram-se quatro categorias de análise, denominadas “Avaliação do atendimento no hospital”, “Orientação dos profissionais”, “Reação sobre a internação da criança” e “Características de um bom hospital”. Referente à primeira categoria observa-se que há pontos de vistas diferentes, por parte das cuidadoras, relacionadas ao atendimento no hospital, portanto salienta-se a importância do acolhimento, da atenção e da humanização pela equipe de saúde, pois, estes são fatores que contribuem para uma melhor segurança emocional do cuidador e do paciente, também existe melhora no relacionamento entre os profissionais, o paciente e a família. Concernente à segunda categoria mesmo que esta esteja diretamente ligada à primeira, estas foram separadas pra melhorar a análise das demandas, foi possível perceber que a internação gera muitas dúvidas e angústias, desequilíbrio emocional, considerando que, muitos dos sentimentos visualizados nos pais são parecidos com os da criança, posto que o apoio emocional e o fato de os pais informarem à criança sobre o agravo gera mais tranquilidade no processo de hospitalização. Relativo à terceira categoria as cuidadoras responderam de forma semelhante, sendo que surgiram sentimentos de desespero, surpresa, choque e tristeza. A partir disso, é possível salientar que a presença da mãe é um fator essencial de proteção da saúde mental dessa criança e, o acolhimento dos profissionais para com essa família, possibilita que o cuidador possa saber lidar com as condições emocionais perante o processo de adoecimento do paciente. Referente à última categoria, as respostas obtidas forma bem distintas, porém algumas teceram reclamações relativas ao atendimento dos profissionais de saúde, portanto enfatiza-se a necessidade do conhecimento dos papéis do cuidador e dos profissionais no contexto hospitalar, considerando a importância e a responsabilidade da família e dos profissionais de saúde no processo de cura do paciente. Portanto, a partir do exposto foi planejado a implementação do projeto “Acolher”, que é baseado na visão e nos valores do hospital e das necessidades apresentadas pelas cuidadoras. Esse possibilitaria o acolhimento dos cuidadores das crianças, adolescentes e também da equipe de saúde, por meio da escuta, orientação e desenvolvimento de estratégias que reduzam e/ou excluam os problemas levantados.

Referências Bibliográficas

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