Pedagogia Hospitalar na prática: a diversidade de atuação nos diferentes contextos.
O atendimento educacional aos alunos em tratamento de saúde é assegurado por Lei e tem como principal objetivo atender as necessidades psíquicas e cognitivas desses alunos. Além disso, essa prática de assistência pedagógica, muitas vezes, promove a qualidade de vida e auxilia o paciente e sua família no tratamento de saúde. O período escolar é uma fase significativa no crescimento de crianças e adolescentes, momento em que eles absorvem os conhecimentos teóricos e desenvolvem as habilidades para aplicá-los na prática. A interrupção da escolaridade ou não conclusão da mesma gera lacunas no aprendizado, podendo ocorrer prejuízos na sua formação. Entretanto, para aqueles pacientes portadores de doenças crônicas, a realização de atividades pedagógicas permite que se sintam menos doentes, amenizando as sensações de perda de sua vida cotidiana devido às restrições impostas pelo tratamento. Ainda, esse apoio garante a manutenção dos vínculos com a escola, facilitando a construção de um percurso cognitivo emocional e social. Este trabalho tem como objetivo debater a respeito das diferentes formas de atendimento escolar ao aluno em tratamento de saúde, acometidos por doenças crônicas. Contrastando a prática na inserção da criança com doença renal crônica na escola, com a prática na modalidade de atendimento pedagógico domiciliar à pacientes oncoperiátricos e a apresentação de recursos úteis para intervenções em equipe multidisciplinar, pode-se verificar as diversidades na atuação da pedagogia ou psicopedagogia nas instituições hospitalares. Com relação a criança com doença renal crônica, a prática mostrou que a tarefa de inserção escolar envolveu a conscientização dos pacientes e suas famílias, visitas técnicas às escolas de origem e a capacitação das equipes escolares, orientando-as sobre os cuidados com a saúde desses pacientes. Já o paciente oncopediátrico, suas idas e vindas ao hospital e as indisposições físicas provocadas pela quimioterapia são barreiras que impossibilitam esse aluno de frequentar a escola. Nesta perspectiva, o atendimento pedagógico domiciliar surge como eliminador dessas barreiras, possibilitando o acesso a escolarização. Quando se trata de pacientes portadores de doenças crônica é preciso lançar mão de todos os recursos disponíveis para atendê-los de forma integral. Por meio de uma equipe multidisciplinar é possível criar intervenções que facilitem o retorno do paciente à escola. Recursos como: estudo de coping; orientações dos pais; acolhimento dos anseios e angustias da criança; capacitação da equipe escolar e mobilização de atendimento pedagógico domiciliar, são recursos que contribuem consideravelmente para esse retorno. Logo, as diferentes práticas nos mostram as possibilidades de atendimento educacional aos alunos portadores de doenças crônicas e também as peculiaridades de cada setor, na qual cada profissional buscou adaptar-se às demandas do seu aluno para melhor atende-lo.
Leonardo Augusto de Almeida
Atendimento pedagógico domiciliar às crianças em tratamento oncológico no Hospital do Câncer em Uberlândia - MG.
O tratamento de câncer infantil, na maioria das vezes, vem acompanhado de inúmeras restrições na vida cotidiana da criança, entre elas a frequência escolar. As idas e vindas ao hospital e a indisposição física são barreiras que impossibilitam o aluno de frequentar a escola. Nesta perspectiva, o atendimento Pedagógico Domiciliar (APD) surge como eliminador dessas barreiras. O APD é uma modalidade de atendimento educacional que ocorre em casa, decorrente de enfermidades que impedem a frequência escolar do aluno. De acordo com Ministério da Educação e a Secretaria de Educação Especial, o APD tem por finalidade criar estratégias que possibilitem acompanhar a construção do conhecimento do aluno/paciente. Este trabalho, portanto, objetiva descrever como acontece o atendimento pedagógico domiciliar no Hospital do Câncer em Uberlândia - MG. A não oferta do APD pelas políticas públicas de educação motivou o Núcleo de Voluntários do hospital a criar uma equipe de pedagogas voluntárias para o atendimento de pacientes do 1º ao 5ª ano do Ensino Fundamental. Esses pacientes, ao receberem alta da enfermaria, não tendo condições de retornar à escola, são apresentados às voluntárias responsáveis por acompanhá-los em casa. As aulas em domicilio são dinâmicas e centradas nas necessidades do aluno. Além disso, a escola de origem é contatada e parcerias entre escola e hospital são feitas para melhor atender a criança. O Atendimento Pedagógico Domiciliar do Hospital do Câncer em Uberlândia - MG tem contribuído para eliminar as barreiras, possibilitando, assim, o acesso dos pacientes na educação.
Pérsia Karine Rodrigues Kabata Ferreira
Hemodiálise extramuros: a inserção da criança com doença renal crônica na escola.
A Doença Renal Crônica (DRC) é a perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais. O paciente com DRC é submetido a um procedimento, denominado hemodiálise, com a finalidade de extrair substâncias tóxicas e remover o excesso de água do sangue. Crianças, quando inseridas em um programa ambulatorial de hemodiálise, têm suas atividades de vida diária limitadas, pois elas se tornam dependentes do serviço hospitalar. Além disso, o uso do cateter e as internações frequentes são barreiras que dificultam sua ida à escola. Este trabalho objetiva relatar a experiência de inserção de crianças com DRC na escola, e tratar de algumas questões cruciais e necessárias do paciente no Setor de Hemodiálise do Hospital de Clinicas da Universidade Federal de Uberlândia (HCU-UFU). A tarefa de inserção escolar envolveu a conscientização dos pacientes e suas famílias, visitas técnicas às escolas de origem e a capacitação das equipes escolares, orientando-as sobre os cuidados com a saúde desses pacientes. A relação entre Saúde e Educação é muito intima. Ela circunda e constitui os processos de desenvolvimento, conhecimento e aprendizagem. Inserir as crianças na escola foi uma necessidade detectada pelo serviço psicopedagógico e toda equipe do setor. A escola representa um importante elemento no desenvolvimento infantil. Além da família, é a escola que trará a influência fundamental do ponto de vista social. Por fim, faz-se necessário um trabalho eficaz em equipe, capaz de orientar, informar e apoiar o paciente e sua família em questões práticas, dentre as quais, a manutenção da escolaridade.
Jodi Dee Hunt Ferreira do Amaral
A reinserção escolar da criança com doença crônica: recursos úteis para intervenções em equipe multidisciplinar.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE), atualmente, as doenças crônicas representam 70% das mortes no Brasil e embora não existam dados da prevalência em crianças brasileiras, estima-se que 20,7% dos jovens brasileiros apresentam, pelo menos, uma doença crônica (Braz, Barros Filho, & Barros, 2013). Sabe-se que as doenças crônicas, em geral, promovem diversas restrições na vida dos pacientes, e se tratando de crianças, a frequência escolar acaba sendo prejudicada, pois a hospitalização e a indisposição física, decorrente da enfermidade, dificultam o acesso da mesma no ambiente escolar. De acordo com Decreto de lei no 1044 de 21 de outubro de 1969, é direito destes pacientes receberem tratamento diferenciado, nas escolas. Porém muitas vezes a equipe escolar não se sente preparada para receber essa demanda. Este trabalho visa discorrer sobre a reinserção escolar da criança com doença crônica e apontar alguns recursos que podem ser utilizados para otimizar a reinserção escolar. Por meio de uma equipe multidisciplinar, os profissionais de psicologia em conjunto com o pedagogo ou psicopedagogo hospitalar, o médico, o nutricionista e o assistente social, é possível criar intervenções que facilitem o retorno do paciente à escola. Recursos como: estudo de coping; orientações dos pais; acolhimento dos anseios e angustias da criança; capacitação da equipe escolar e mobilização de atendimento pedagógico domiciliar, contribuem significativamente para esse retorno. Com foco na necessidade do paciente a reinserção escolar pode ocorrer mais ou menos lenta, podendo ser otimizado quando utilizados os recursos adequados de forma interdisciplinar.
4. Modelos de Prevenção e Promoção da Saúde em Diferentes Contextos - 4.6. Pedagogia Hospitalar
Leonardo Augusto de Almeida, Pérsia Karine Rodrigues Kabata Ferreira, Jodi Dee Hunt Ferreira do Amaral