11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

MORTE ENCEFÁLICA: DA DESCOBERTA À DESPEDIDA

Resumo

Vida e morte são complementares, sendo a morte a única certeza da condição humana, um evento universal não encarado como natural. Partindo desse princípio, esta pesquisa sistemática da literatura teve início a partir de ideias pertinentes sobre o processo de luto que envolve o diagnóstico de Morte Encefálica (ME) de um ente querido. O objetivo desta é abordar como os familiares reagem frente ao processo de confirmação da então situação do paciente e o papel do psicólogo nesse momento. Para este estudo foi revisada literatura correspondente através de livros e da plataforma Scielo. Dado este tema, faz-se alusão primeiramente ao conceito de ME e, posteriormente, o processo de luto nos familiares. Dessa forma, conceitua-se ME como parada definitiva e irreversível do encéfalo, provocando em poucos minutos a falência de todo o organismo, sendo este diagnóstico eminentemente clínico e comprovado, para fins de transplante, através de exames auxiliares comprobatórios. Em tal situação, ressalta-se a vulnerabilidade e o luto da família nesse processo de “comprovação da perda”, considerando os aspectos culturais e entendimento do significado de morte. Ao falar de luto, fala-se das reações manifestas diante de uma perda significativa, caracterizadas por um conjunto de reações emocionais evidentes após o rompimento de um vínculo. O profissional da Psicologia, então, auxiliará nesse processo e disponibilizará um acompanhamento ativo, acolhedor e respeitoso para que se construa uma relação empática com esses familiares, facilitando, assim, o entendimento do quadro clínico. O cuidado com os familiares é voltado ainda para o respeito à dor da perda do ente querido e nas informações concretas a respeito do diagnóstico. Considerando a ME e a possibilidade de doação de órgãos, cabe à equipe de saúde considerar o início do luto no momento da entrevista para doação. Nesse momento de fragilidade, é importante o entendimento do processo de luto não como um adoecimento, mas como um estado que pode fluir de maneira funcional ou complicada, sendo de extrema importância a presença do profissional da Psicologia na situação de perda e possibilidade de doação. É importante ressaltar que atuação do Psicólogo Hospitalar se limita ao período que o paciente permanece internado, sendo de responsabilidade do mesmo fazer os encaminhamentos necessários, caso haja a importância de prosseguir o acompanhamento fora da instituição, caso esta não ofereça serviço de Psicologia ambulatorial e/ou grupal para enlutados.
Palavras-chaves: Morte Encefálica, Luto, Família, Atuação do psicólogo.

Referências Bibliográficas

ANGERAMI, Valdemar Augusto (Org), et al. e a Psicologia entrou no hospital. São Paulo: Pioneira Thomsom Learning, 2003.
AZEVEDO, A.K.S; PEREIRA, M. A., O luto na clínica psicológica: um olhar fenomenológico. Clínica & Cultura, v. 2, n. 2, p. 54-67, jul/dez. 2013. Disponível em: < https://seer.ufs.br/index.php/clinicaecultura/article/view/1546>. Data de acesso: 22 abril 2017.
TORRES, J. C.; LAGE, A. M. V., Manifestações psicológicas de familiares com pacientes em morte encefálica. Revista de Psicologia, Fortaleza, v. 4, n. 1, p. 38-51, jan./jun. 2013. Disponível em: < http://www.periodicos.ufc.br/index.php/psicologiaufc/article/viewFile/789/766>. Data de acesso: 22 abril 2017.

Área

1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.3 Morte e Processo de Luto

Autores

Súsane Miranda de Souza, Erick Rosa Pacheco , Mylena Socorro Corrêa de Sousa, Eloísa Amorim de Barros