11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

11º Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

ExpoGramado – Centro de Feiras e Eventos - Gramado /RS | 30 de agosto a 02 de setembro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Reações Psicológicas Durante a Investigação do Câncer de Mama

Resumo

Atualmente o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres e ocupa o segundo lugar dentre os tipos mais frequentes no mundo todo. Apesar dos avanços tecnológicos referentes ao tratamento do câncer, que permitem maior possibilidade de cura, a doença ainda hoje é permeada por medo e um estigma de morte. As pacientes acometidas pelo câncer de mama, inevitavelmente, deparam-se com dificuldades psicológicas e sociais, em algum grau e período. Desconforto psicológico, mudanças no estilo de vida, preocupação com a possibilidade de cirurgia e de morte, estão entre as áreas de maior impacto psicossocial destas pacientes. Diante disto, faz-se necessário um acompanhamento profissional adequado e constituição de redes de apoio como o suporte familiar para que seja possível elaborar planos e perspectivas futuras (BARROS, 2008; Silva et al., 2010).

Hoje, o controle ao câncer de mama é prioridade da Agenda de saúde do país e está incluída no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), lançado pelo Ministério da Saúde. Segundo Rossi e Santos (2003), as repercussões psicológicas do câncer de mama variam de acordo com o momento vivenciado. Os autores identificam quatro momentos distintos: momento pré-diagnóstico, etapa do diagnóstico, etapa do tratamento e momento pós-tratamento.
Tendo em vista o contexto exposto, este artigo trata da fase de investigação diagnóstica do câncer de mama feminino e enfoca a prevenção de agravos no quadro clínico da paciente a partir deste momento, dando ênfase ao papel do psicólogo no serviço de oncologia. Tem como principal objetivo identificar as repercussões psicológicas e as representações diante da possibilidade de um diagnóstico de câncer de mama em mulheres.

Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica através de uma revisão de literatura do tipo integrativa, tendo em vista direcionar a prática a partir de conhecimento científico. Os resultados mostraram que desde o momento da investigação diagnóstica, a mulher apresenta mudanças em sua saúde psíquica e necessita de acompanhamento psicológico, sendo os principais sentimentos encontrados nesta fase o medo e a ansiedade.

A partir dos resultados encontrados entende-se que tais sentimentos podem impedir que a mulher confirme o diagnóstico e dê início ao seu tratamento, ocasionando o agravo de seu quadro clínico e dificultando um tratamento posterior. Conclui-se que deve ser feito com estas mulheres um trabalho de empoderamento de seu corpo, para que elas busquem os serviços de saúde. O suporte psicológico é primordial para que elas deem continuidade ao longo processo de investigação até o diagnóstico. Além disso deve-se fomentar as práticas de auto-cuidado em saúde pois quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores são as chances de cura.

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Área

3. Intervenções Psicológicas na Rede de Atenção à Saúde - 3.1 Atenção Básica, Primária, Secundária e Terciária

Instituições

Hospital Universitário João de Barros Barreto - Pará - Brasil

Autores

Marina de Araújo Moura, Mônica Ewans Muniz da Costa, Patrícia Santos Martins