ÍNDICES DE BURNOUT NA ENFERMAGEM EM UNIDADES FECHADAS CARDIOLÓGICAS
Introdução: O presente trabalho aborda o tema Síndrome de Burnout (SB) nos profissionais da equipe de enfermagem que atuam em unidades fechadas de um hospital de cardiologia. A SB caracteriza-se por sintomas e causas que envolvem questões organizacionais e individuais (extrínsecas e intrínsecas). Este tema, ainda novo, vem sendo estudado em educadores e em trabalhadores da área da saúde. No entanto, engloba profissões que envolvem o cuidado a outros indivíduos. Os efeitos de SB podem atrapalhar o profissional em três níveis: individual (físico, mental, profissional e social), profissional (atendimento negligente e lento ao cliente, contato impessoal com colegas de trabalho e/ou pacientes/clientes) e organizacional (conflito com os membros da equipe, rotatividade, absenteísmo, diminuição da qualidade dos serviços). Além disso, pode apresentar comorbidade com alguns transtornos psiquiátricos, como a depressão. Objetivo: O objetivo do estudo é identificar índices de burnout na equipe de Enfermagem em unidades fechadas cardiológicas: Unidade Pós-Operatória (UPO), Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIPED), Centro de Terapia Intensiva (CTI), Emergência e Hemodinâmica de um hospital de cardiologia. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal. Os sujeitos responderam ao questionário Inventário de Burnout de Maslach (MBI), em sua versão adaptada e validada ao português. Esse instrumento é composto por 22 questões avalia as três dimensões da síndrome (cansaço emocional, despersonalização e realização pessoal). A forma de pontuação de todos os itens abordados adota a escala de Likert que varia de zero a seis, sendo: (0) nunca, (1) uma vez ao ano ou menos, (2) uma vez ao mês ou menos, (3) algumas vezes ao mês, (4) uma vez por semana, (5) algumas vezes por semana, (6) todos os dias. Resultados: A amostra (n=85) destaca-se por jovens, do sexo feminino, casados e com filhos. Os índices de burnout são altos nas categorias: cansaço emocional (43,5%), despersonalização (77,6%) e realização pessoal (97,6%). Através do teste ANOVA verifica-se diferença significativa entre categoria cansaço emocional e turno da tarde (p=0,026). A unidade pós-operatória apresenta menores índices nas categorias: cansaço emocional e despersonalização (p=0,000). Também existe correlação entre sintomas físicos e índices de Burnout. Conclusões: A partir dos resultados deste estudo verificam-se índices elevados nas categorias estudadas, mas sem ser relevante para caracterização da SB na equipe. É importante prevenir a síndrome antes dela se manifestar na instituição. A prevenção é uma ação fundamental nas organizações que visam à saúde do trabalhador.
Lima, D. d. O., & Rieth, C. E. (2009). Uma Revisão Bibliográfica da Síndrome de Burnout. Centro Universitário Feevale.
Maslach, C., & Jackson, S. E. (1981). The measurement of experienced burnout. Journal of Ocuppational Behavior, 2, 99-113.
Tamayo, M. R. (1997). Relação entre a síndrome de burnout e os valores organizacionais no pessoal de enfermagem de dois hospitais públicos. Universidade de Brasilia, Brasilia.
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1. Cuidados em Saúde nos Ciclos da Vida - 1.2 Saúde Mental do Paciente, Família e Equipe
INSTITUTO DE CARDIOLOGIA - Rio Grande do Sul - Brasil
RAQUEL LACERDA PAIANI, CYNTHIA SEELIG BOTELHO FERREIRA, CAMILA MATOS ÁVILA, PATRICIA PEREIRA RUSCHEL